Sorrisos e Vinhos

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Meu pai me serviu o meu primeiro cálice de vinho com oito anos, a principio não gostei, até me engasguei e o cuspi na cara dele, a bebida era forte e ardia na garganta, emburrei o cálice de volta para o velho que do seu jeito dócil deu um sorriso e retribui-o com um tapa em minha bochecha esquerda, que ficou doendo o resto do dia, fiquei um tempo com a cabeça abaixada tentando segurar as lagrimas, mas quando a levantei lenta e tremula, deparei-me com o sorriso do velho, o sorriso formava um desenho de "w" com o seu bigode branco como neve, o vinho escorria pelo queijo como se fossem lagrimas numa estátua de mármore.

- Beba de novo – Disse meu pai com o rosto estático no sorriso, a impressão era que se olhassem muito tempo nós seus olhos, ele poderia ler os seus pensamentos. Com negação bebi, o liquido borbulhou na boca, mas encolhi em seco, a careta foi inevitável, mas pelo menos papai riu dessa vez, mas não aquele sorriso aterrorizante que saqueava a sua mente, em vez disso uma breve e genuína gargalhada, o tipo de expressão que é difícil de ver hoje em dia.

– Muito bom, na minha primeira vez eu vomitei, mas já era mais novo que você.      

SimonOnde histórias criam vida. Descubra agora