Apenas um vagabundo

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Geralmente não gosto de me infiltrar para cumprir as tarefas, Alto era bom nisso, mas para mim esse hábito de fingir ser outra pessoa para cumprir um serviço sempre foi irritantes. Porém dessa fez foi necessário, o contratante não queria chamar atenção, o que é uma pena, sempre gostei de me mostrar, outra ponto a respeito de minhas tarefas, sempre preferi por trabalhar a noite, não sei exatamente porque, mas talvez alguma coisa relacionada à lua, ela sempre me deu esperança e reflexões, não é à toa que o nome da minha lamina é Luma.

O meu disfarce era sujo e apertado, e obviamente desconfortável, tive que compra-lo de um morador de rua, acredite foi a melhor troca da vida dele, fui direto para onde o alvo estaria naquela noite, um barzinho na beira da marina, o lugar parecia com um estabelecimento que aquele morador de rua frequentaria, era pequeno e fedorento, algumas pessoas lá dentro me faziam sentir como se estivesse bem vestido, passei discretamente sem chamar muita atenção, mas ao mesmo tempo chamando o suficiente para saberem que eu existia. Sentei no balcão e pedi do barman o melhor vinho da adega, ele me olhou com um olhar gelado, como se esperasse eu perceber que aquele não era o lugar para eu conseguir essas luxurias, então me retratei e disse.

- Me sirva qualquer coisa que me faça passar por um de vocês – Pouco depois ele me trouxe um copo de vidro cheio com alguma coisa parecida com que todos bebiam naquele recinto, não me atrevi a beber, se fosse Alto, ele teria bebido, na verdade ele já teria feito até amizade com aqueles homens, tudo para permanecer no personagem. Olhei o meu reflexo no copo e percebi que estava muito limpo para convencer qualquer um, então fiz algo que nunca faria em nenhuma outra situação, passei mão por debaixo do balcão, acumulei poeira na palma da mão, e passei no rosto, foi nojento, me arrependi logo depois. 

SimonOnde histórias criam vida. Descubra agora