Casamento arranjado.

Memórias Doces

"Flashback On"

Temari estava entediada e seus irmãos estavam treinando para as provas chunnin até tarde da noite. Não acreditou quando seu pai disse que ela não lutaria por ter uma imagem de "princesa da vila" a zelar, ela era um ótima kunoichi e merecia o mínimo de respeito, ir até outra vila só para assistir seus irmãos lutarem não era bem o que Temari queria, ela queria lutar, usar seu leque e vencer todos que a julgassem só por ter um rostinho bonito.

Saiu do hotel e decidiu procurar um lugar para treinar com seus leques, não convenceu o pai a levar seu leque das três luas então levou dois menores escondida, encontrou uma clareira usada para treino com três troncos e um rio atravessando o espaço sem árvores. Começou a fazer movimentos simples manipulando o chakra no vento que os leques criavam e pouco a pouco foi se soltando e fazendo golpes complexos e elaborados, amava a sensação de ser independente, o pai a tratava como porcelana e a mãe nada fazia a respeito. Não tinha aprendido tudo sozinha, não, o pai a ensinou o básico de defesa pessoal com um leque pequeno e a partir daí desenvolveu um estilo de luta próprio, praticava ajudando Kankuro a treinar e sempre ouviu que era talentosa mas nunca teve apoio da família. "É indelicado para uma princesa" dizia a mãe, "Seus irmão lutam, você só deve fazer as tarefas femininas." ordenava o pai, "Garotas não servem para lutar, são fracas demais" zombava Kankuro, o único alívio que tinha era Gaara, o mais novo nunca foi muito sentimental mas reconhecia a força e o talento da irmã.

Enquanto estava distraída em seus pensamentos não percebeu a presença do moreno até que ele se pronunciou: 

_Então a princesa não é inútil no fim das contas. _ apareceu do meio das árvores com um sorriso debochado.

_Eu não sou uma princesa. _ Disse fechando os leques e os escondendo no kimono branco. Já estava farta disso, os devaneios trouxeram uma revolta que não é recente, odiava ser chamada de incapaz e vista como inferior. Ela não era fraca e muito menos indefesa.

_Você usa kimono de seda, é filha do Kazekage, não luta, é rica e tem uma pele impecável o que você é então?

Subestimada, pensou.

_Nada de seu interesse. _ Se virou para voltar para a vila mas então se lembra que não devia ser vista treinando, muito menos depois de seu pai a proibir de lutar. _Ninguém saberá disso. _ Afirmou em um tom autoritário sem dar brechas para questionamentos ou protestos. Saiu do campo de treinamento o mais rápido que pôde, se Kankuro soubesse que ela saiu para reinar ele contaria ao pai e não era capaz de imaginar o que aconteceria.

_Nada mal o seu controle do fuuton, princesa. _ Ouviu o garoto admitir depois de sua saída, com ênfase na última palavra.

~^(✿)^~

Na manhã seguinte Temari sentia-se aliviada, descontou todas as frustrações no treino da noite anterior. Ela não via os irmãos a um tempo, eles estavam treinando duro para passar nos exames e ela se sentia meio solitária, não haviam muitas pessoas dispostas a começar uma conversa mas não a olhavam torto, era estranho, sentia-se em casa mesmo não falando com ninguém. 

Ouviu falar de uma barraca de dangos  e decidiu que esse seria seu café da manhã, estava sem supervisão e sozinha, tinha a chance de ser apenas uma garota sem grandes responsabilidades, e seria.

Saiu com um kimono básico que sempre quis usar: sem seda, sem tecidos extra, sem estampa e sem delicadeza, um kimono curto branco com uma faixa vermelha na cintura e levou seus leques junto. No caminho ouviu uma gritaria na rua e foi ver o que era. Uma cena a ser lembrada: Uma garota loira de olhos azuis puxando a orelha de um garoto de cabelos castanhos e marcas vermelhas na bochecha.