Capítulo 2: @Number1

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Atento às mensagens, ele recolheu o máximo de informações que conseguiu e ativou seus contatos para investigações. Era uma operação delicada, definitivamente ninguém poderia saber que ele estava atrás disso. O que iriam pensar? Era simplesmente ridículo! Como podem haver pessoas tão imbecis a ponto de furtar peças de roupa usadas? E, o pior de tudo, por que ele estava tão aflito que essa peça era uma calcinha da Uraraka?

Sem resposta para nenhuma dessas perguntas, ele só seguiu seus instintos de herói.

Amassando o copo de café descartável, ele repôs os óculos escuros antes de sair da loja FamilyMart perto da estação Hamamatsuchō. Girando o boné para frente, ele olhou para os dois lados para atravessar a rua fora da faixa. Ele farejou sua primeira pista aqui. Pois, o tempo entre o incidente com Uraraka, desde os primeiro socorros e até localização que o civil forneceu para a ambulância, foram apenas 27 minutos para a maldita foto subir ao ar com o anúncio do leilão.

Online ou não, o cara que tirou a foto estava nas redondezas com a peça, pronto para postá-la em uma das 13 agências de correios deste bairro. Poderia ser até um tiro no escuro, mas ele tinha a forte sensação de estar na pista certa.

Veja um caso, entenda o caso, colha informações e cruze as coincidências, reúna a equipe com as individualidades úteis para tal, trace um plano, siga o plano, se possível — ah, e ele queria que fosse bem possível — parta para ação e exploda alguns rabos malditos de vilões.

Sendo um motivo trivial ou não, isso era um crime e ele era um herói. Se ele tem como combater isso, então simplesmente chegará com o pé na porta! Com esse rastro em mente, antes de partir pra cima nessa missão, ele garantiu a compra da calcinha. Foram 8 minutos após a finalização de sua compra no leilão online que ele ligou os pontos rapidamente e então acionou seus contatos.

— Oi bonitão, tá pensando que engana quem com esse disfarce?

— Não me lembro de pedir sua opinião, SuckDick!

— É PopStep. Isso aí nem rima!! Quando você vai lavar essa sua boca suja? — A mulher de chiquinhas ruivas entrelaçou seus braços no cotovelo dele, puxando-o para caminhar na direção oposta naturalmente. — Sem contar que, se você quer que uma garota chupe você, tem que pedir com jeitinho, sabe?

— Certo, acho que posso lidar com garotas, não com uma velha... — Com um empurrão, ele leva um tapa na nuca, e trinca os dentes para ela. — Vadia!

— Idiota!

Com uma veia saltada ele fecha os olhos e bufa para a língua à mostra dela. Lidar com extras era um saco, e extras como ela, cheia de querer atenção e papo furado, era mais terrível ainda. Buscando se acalmar, ele continuou a caminhada, fingindo não ser nada o fato da mulher agarrando seu braço entre os próprios seios. A noite seria longa, pelo visto.

— Onde está Crawler?

— Se atrasou. Ele me pediu para buscá-lo. — Ela inclinou a cabeça curiosa, e ele cerrou as sobrancelhas sob os óculos. — Estou curiosa... O que fez GroundZero recorrer a, como você diz: "lixo extra" como a gente?

Repentinamente, ele a puxa para uma entrada de loja fechada, prensando-a contra a parede, buscando ocultá-la de um trio de caras que passava por eles. A maldita roupa da heroína era tão curta e chamativa que qualquer idiota que passasse na rua parava para olhar. Quem raios lutava com um collant decotado, uma micro saia e saltos? Sério, ele jamais entenderia a utilidade desse apelo no uniforme das mulheres.

— Não diga meu nome em público, sim? — Bakugou rosnou, com um sorriso falso na cara.

— Oh, certo... — PopStep aproveitou-se da proximidade, traçando a mandíbula dele com a ponta do indicador — Parece que o herói está atuando fora da lei, é isso?

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