Capítulo 3: Amigos intrometidos

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— Eita!

Kirishima abriu a porta e deu um passo para trás, sem sair do pequeno corredor de entrada do apartamento.

— Bro? Bakugou? Alô? — ele chamou, pigarreando um pouco.

Não havia muito espaço para todo aquele tamanho de homem no hall de entrada, mas ele estava genuinamente preocupado em ser invasivo, entrando assim, meio que de supetão no apartamento de seu amigo, usando a chave reserva que Mina forçou todos do squad fornecerem. Arriscando apenas colocar a cabeça além da curva da parede, ele e seus espetos de cabelo ruivos, espiaram a sala-cozinha rapidamente, voltando-se de costas para a segurança de sua cobertura.

— Certo, a barra tá limpa.

O herói agiu com cautela devido ao estranho objeto encontrado no chão, perto do aparador de chaves logo no arco de entrada para a sala. Kirishima então agachou-se entre os joelhos e pegou o (pedaço de) tecido largado ali.

— Que diabos?! — Em passos miúdos, caminhou até a porta entreaberta do quarto do outro herói — Bakugou? — ele chamou-o sussurrando — Ei, cara, tá sozinho?

Um grunhido grave retumbou pelo quarto...

— Porra! — ...seguido de um berro típico. — Caralho! Cabelo de Merda?

— Sou eu, cara. Desculpa se eu interrompi algo, mas...

A porta foi aberta violentamente, batendo com o trinco contra a parede num baque que provavelmente arruinou o drywall de pelo menos uns 3 vizinhos abaixo e acima. Kishima rapidamente pulou para trás, tapando os olhos.

— Eu achei que tinham invadido a porra do apartamento... — Bakugou rosnou, e então prestou atenção no amigo estagnado a entrada de seu quarto, que continuava tapando seus olhos... Com uma calcinha nas mãos. — ÃHN?!

— ARGH!

Kirishima jogou a peça íntima para o peito desnudo de Bakugou e levantou as mãos em rendição. O tecido escorregou lentamente por seu abdômen até cair no chão; Aquele silêncio constrangedor reinou por uns instantes antes alguém decidisse esclarecer as coisas.

— Eu achei isso no chão da sua sala, nem vem!

— POR QUE CARALHO VOCÊ PEGOU ISSO!?

— Tava no chão! Eu achei que você tinha visita...

— Visita? E você pega e entra, seu idiota?! — Bakugou empurrou o outro pelo peito, passando em direção a cozinha, ainda só de cueca (ele não poderia se importar menos).

— Mas, você nunca atrasa, cara. Eu tava te esperando lá embaixo uns 20 minutos!

— Que jeito merda de começar o dia... — esfregando as têmporas, Bakugou ligou a cafeteira com impaciência, apoiando na bancada da pia e cruzando os braços.

— Bro, temos um assunto aqui em andamento... — Kirishima se aproximou, apoiando os cotovelos na divisão do balcão erguendo bem as sobrancelhas para o irritadiço à sua frente. — Isso é uma calcinha, pertence à alguém, estava no chão da sua sala... O que você está escondendo do seu mano? Ou cê vai me dizer que isso serve em você?

— Não é da sua conta

— Porém, eu acho que... — Apoiando a mão no queixo, Kiri analisou melhor — Isso é meio grande pra você apesar da falta de pano... Mas, nada contra.

— Porra, merda, caralho... Cala essa tua boca, Cabelo de Merda!

— Ow, ow, ow! Relaxa aí. — Kirishima riu, e quase levou uma caneca da cabeça antes de Bakugou servir a ele um pouco de café. — Obrigado! Mas... e aí... de quem é a calcinha?

— Qual parte de "Não é da sua conta" esse teu cérebro de pedra ainda não entendeu? — Bakugou já estava soltando fumaças pelas orelhas de tanta raiva (ou seria timidez?).

— Puta merda... — Kiri levou a mão a boca, algumas imagens passando como um lapso de memória em sua mente. E então, ele caiu na gargalhada, se dobrando ao meio de tanto rir — É a calcinha do leilão! HAHAHAHA! Isso é da Uraraka.

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