Dois Mundos Collidem | Adrienette

Prólogo

Adrien olhava para a foto tentando ignorar a dor que aquilo o causava, uma Marinette sorridente em seus braços ainda lhe cortava o coração profundamente. Suspirou, haviam muitos arrependimentos em relação a ela mas o mais agonizante era não saber o motivo de tudo ter dado errado.

Ele tinha se doado 100% naquela relação e tudo se foi como grãos de areia ao vento. 

Levou as mãos até os fios dourados e respirou fundo tentando acalmar seu coração, nunca havia amado com a intensidade que amou Marinette e sabia que nunca conseguiria seguir em frente mas estava fazendo o seu melhor, Kagami sempre foi uma boa amiga e nunca escondeu seus sentimentos do loiro. Talvez ele só precisasse investir. Passou 17 anos da sua vida sendo fiel a uma única mulher, a sua filha. E até mesmo ela dizia que ele tinha que ser feliz um dia.
Tinha que se livrar dos seus demônios, por ele e por Emma que não merecia ver o pai triste por já não ser mais a garotinha que precisava unicamente da sua atenção. Faltava alguns dias para ela completar 17 anos e Adrien a autorizou á ir para um acampamento de verão que ela sempre sonhou em conhecer. Era relacionado a musica e ela parecia ter nascido com o dom pra isso.

Ele hesitou em deixa-la ir por conta de ser a primeira vez que passariam o aniversario dela separados. Mas Emilie Agreste o convenceu de que Emma ja era grande o suficiente e que o filho tinha que apreender a ficar separado dela, mas como? Adrien era muito apegado a sua menininha. Que já não era assim tão pequena.

Era um pai protetor, havia a criado sozinho. E era totalmente compreensivo a ligação que tinham. Mas ele sabia que em algum momento Emma o deixaria pra viver sua vida, e ele não estava preparado pra outra perda.

Uma batida na porta lhe fez sair dos seus pensamentos, Adrien suspirou e pediu para Emma entrar. Não era dificil saber que a filha estava ali, ela era uma coisinha curiosa como a mãe. Ela sabia que o loiro costumava ver fotos antigas durante a noite e sempre que tinha oportunidade ia na maior cara de pau ao quarto do pai.

- Você é impressionante - Adrien ri. A garota acompanha o pai antes de se deitar na cama e pegar em suas mãos uma foto da mãe, ela sorri acariciando o papel. Ela era tão linda com os fios azulados e olhos da mesma cor. Emma se perguntava porque não herdou aquelas características tão únicas. 

- Ela era linda - murmurou. Adrien assentiu sorrindo pequeno. 

- Como você -  disse arrancando um sorriso da filha. As vezes ele se pegava encarando a mais nova, ela tinha seus olhos e seus fios dourados mas em contrapartida era tão teimosa e cabeça dura quanto a mãe, tinha as manias dela, o jeito. 

Olhar pra Emma era uma lembrança constante de Marinette Dupain-Cheng. 

- Você acha que ela ainda seria linda se estivesse viva? - perguntou depois de um tempo examinando a foto, Adrien suspirou parecendo ferido com a pergunta. Emma acreditava que a mãe havia morrido e essa foi a historia menos dolorosa que podia ter contado a ela. Era preferível uma mãe morta do que uma que os deixou sem nenhuma explicação. 

- Sim. Ela seria - respondeu a filha de um jeito bobo. Adrien odiava ainda amar Marinette. Era como se ela fosse uma maldita bruxa que o enfeitiçou ao ponto de que nem mesmo o tempo pudesse apaga-la. Ela era constante e sempre estaria em sua mente mesmo depois de 17 anos. Adrien sabia que ainda a amava como um condenado e esse era o seu maior castigo.

(...)

Louis desceu as escadas rapidamente fazendo a mãe quase infartar ao imaginar ele caindo de cara la de cima. Marinette se considerava uma pessoa calma mas alguem que tinha o poder de tira-la do serio era o seu filho. Que havia herdado os genes de Chat Noir todo pra ele. 

- Louis, eu ja disse pra não correr nas escadas. Meu deus! Parece que tem 5 anos - exclama inflando as bochechas enquanto termina de virar a panqueca que fazia em seu fogão. O garoto ri de um jeito que lembrava totalmente Adrien. Ceus, ela odiava aquele sorriso.

Louis era praticamente a copia de Adrien Agreste e isso irritava a azulada. Ela o carregou por 9 meses era uma afronta se parecer tanto com o pai. 

- Desculpa, mãe. Estou empolgado com esse acampamento. Ja deixei todas as coisas prontas para o vovo me levar para o aeroporto - disse dando um rapido beijo na bochecha da mãe, Marinette sorriu.

- Eu entendo. Sei o quanto gosta de musica, mas amanha antes da viagem vamos ter um almoço em familia. Então quero você bem comportadinho e nada de brincadeiras senhor Dupain-Cheng - avisou aprontando a espátula para o filho. Ele se afastou rindo levantando as mãos em rendição antes de se sentar na mesa.

- Pode deixar prometo ser um bom menino - disse divertido. Ele era um garoto cheio de energia e lembrava muito a personalidade mascarada do pai. Marinette ficava olhando pro filho e era impossível não lembrar do seu antigo amor. Ela tinha sido horrível com ele, provavelmente ele a odiava mas mesmo que ela quisesse se desculpar.

Ela sabia que não poderia o acordo tinha sido bem claro e ela o respeitaria mesmo que isso significasse nunca mais ver duas partes sua, que ela tanto amava mas que nunca pode demonstrar como queria.

Emma sabia da existência dela?

Adrien a odiava?

Ela nunca saberia...