Dois Mundos Collidem | Adrienette

Acampamento - Parte 1

Louis desceu as escadas com uma mochila já feita, sua mãe sorriu com os olhos marejados assim que o viu, o garoto odiava ir embora, sempre que saia tinha a impressão que levava o coração da mãe consigo. Ele não entendia porque a mãe não se casou de novo. 17 anos é muito tempo pra se viver sofrendo por um amor adolescente. Ele gostaria de sair de casa e saber que alguém cuidaria da sua mãe e ela não ficaria triste.

— Você está lindo. – ela disse com um sorriso lhe dando um beijo na bochecha, Louis se afastou fingindo indignação como todo adolescente normal que é beijado pela mãe faz, mas no fundo ele não se incomodava nem um pouquinho.

— Pronto para as férias! – o grito inconfundível de Alison faz Louis revirar os olhos, ele olha pra mãe parecendo traído, a azulada apenas sorri parecendo satisfeita com a reação do filho. — Qual é Louis, eu não mordo.

Alison Lahiffe era a filha da melhor amiga de sua mãe e a pedra no sapato de Louis. Com seus fios ruivos e rosto que poderia parar o quarteirão, tinha 1,55 de um temperamento tão forte quanto o do garoto, eles juntos era como acionar uma bomba nuclear. Sua mãe sabia que ele não suportava a garota mas por conta da amizade de suas mães, Alison sempre participava dos mesmos programas que Louis. O garoto respirou fundo totalmente frustrado quando viu a mala que a ruiva carregava.

— Serio? – perguntou olhando pra mãe, Marinette da de ombros como se não tivesse escolha e que o filho teria que aceitar seu destino cruel.

Não era que Louis a odiasse, era que ela era completamente incompatível com ele. Ambos tinham personalidades tão fortes que não conseguiam ficar no mesmo cômodo sem começarem uma discussão sem sentido. Uma vez suas mães os deixaram sozinhos no cercadinho quando eram bebes, e a azulada relatou que Alison tinha mordido a orelha do filho, Louis tinha uma pequena marca da cicatriz que havia ficado.

— Apenas se divirtam crianças, vocês são adolescentes, tem que se misturar – o vo de Louis disse animadamente juntando Alison e Louis em seus braços, as cabeças de ambos se tocaram, eles debateram tentando se soltar diante a muralha que era o senhor Dupain-Cheng. Marinette e Alya riram.

— Ok, pai. Solte eles, estão ficando sem ar – a mestiça diz com humor, Louis ainda a olhava como se ela tivesse o entregado as autoridades. Sua mãe sabia como ser má quando queria.

— Vamos ir pro acampamento juntos? – o garoto pergunta, a voz alta aos próprios ouvidos. Alison arqueia a sobrancelha parecendo entretida com a raiva de Louis. Ai esquece ele a odiava, ela era tão...

— Louis, querido. Acha que eu estou ansiosa pra ver sua cara ate mesmo no verão? Era pra ser férias mas minha mãe teve que transformar em uma excursão da escola versão segunda geração. – A ruiva revira os olhos de maneira teatral e Louis a acompanha amaldiçoando sua sorte.

— Mãe a Alison não teve nem saber tocar um instrumento! – argumenta. Alison o olha parecendo indignada.
— Calma, ai Dupain-Cheng. Você acha mesmo que eu iria perder 3 meses da minha vida indo pra um acampamento de musica sem saber tocar? Achou o que? Que eu iria te seguir pelos seus lindos olhos claros? – as bochechas dela estavam infladas em irritação e ela o cutucou violentamente no peito, Louis teve que lutar muito pra não gritar com ela. Sua jaqueta preta a deixava com ainda mais estilho bad girl, o garoto revirou os olhos sem paciência pra sua ceninha.

— Ok, Crianças por favor. Não briguem, tentem se dar bem por nós sim? – Marinette pediu com os olhos brilhantes, ate mesmo Alison se desarmou, sua mãe podia conseguir o que queria com aquele olhar de cachorro abandonado, Louis e a garota se afastaram cruzando os braços numa sincronia que fez Alya sorrir pra amiga.

— Tudo bem – disseram juntos ambos fazendo uma careta de desagrado. Marinette aplaudiu dando pulinhos como uma adolescente, Louis mal podia acreditar que ela tinha 34 anos, ela sempre era tão doce e amável.

— Ok, crianças. Eu quero vídeo chamada todos os dias. Sem desculpas não importa o que aconteça nos liguem, se foram tomar banho levem o celular e fodasse coloquem debaixo da água mas falem com seus pais! – Alya Cesaire disse com uma expressão séria, ela era a melhor amiga da sua mãe desde a adolescência. Elas tinham uma amizade muito bonita de se ver, sua mãe uma vez lhe contou que o marido de Alya, Nino, era melhor amigo de seu pai.
Ele já tinha encurralado o mesmo e tirado varias informações sobre o pai, Nino era conhecido por não conseguir manter a boca fechada, o que veio muito a calhar, foi uma boa conversa e Louis ficou bem feliz de saber que o pai amava a sua mãe com todo o seu coração. Parecia uma das histórias dos filmes que Alison assistia sempre que pensava que ninguém estava olhando.

— Ligaremos – Alison disse pra mãe e sorriu pegando a mala que tinha deixado de lado pra tentar agredi-lo. — Ate o feriado mãe.

Alya foi ate a filha e a apertou num abraço que deixou a garota com a cor dos seus fios, Louis riu e Alison lhe mostrou o dedo do meio. Ele iria responder mas foi surpreendido por um abraço de urso da sua mãe, Marinette o apertou forte em seus braços, Louis ficou tonto com a força da mãe.

— Eu te amo, Louis. Lembre-se disso – murmurou. Marinette sentia o coração doer ao se separar do filho, toda vez que ele ia ela temia que fosse o primeiro passo pra perde-lo. O filho sorriu fraco pra ela.

— Eu também te amo, Mãe...
 
(...)
 
O caminho ate o acampamento não durou nem mesmo 40 minutos, Tom havia deixado o Neto e Alison no acampamento e se despediu deles com um abraço que poderia facilmente ter lhes quebrado as costelas. Os adolescentes olharam impressionado pro acampamento, enfeites relacionados a musica estavam por toda a parte, todos tinham um instrumento em mãos menos Louis, já que não seria fácil locomover o piano que tinha em sua casa.

Alison que ele não fazia ideia de que instrumento tocava olhava para o enorme palco ao ar livre com os olhos brilhantes. Louis a olhou de relance e ate que quando ela parecia vulnerável parecia uma pessoa mais fácil de lidar. A garota percebeu seu olhar e o olhou de forma ameaçadora, o garoto engoliu em seco. Garota doida!

— É incrível – ela disse com um sorriso, Louis não pode discordar e saiba que ele adoraria discordar de Alison apenas pra vê-la se irritar como uma pequena miniatura da raiva. Mas o lugar era incrível, Louis olhava pra tudo impressionado.

Eles teriam ficado parados lá como dois idiotas hipnotizados se não fosse por um carro de luxo que tinha acabado de estacionar ao lado deles, ambos olharam perdidos pra uma cena tão incomum, aquele acampamento estava longe de ser o mais luxuoso do mundo, não era nem mesmo o melhor de Paris. Era o único que seus pais tinham condição de pagar.

A porta foi aberta e uma garota loira saiu de dentro do carro, ela olhava tudo ao redor com os olhos brilhantes, Louis pensou que ela tinha o olhar de sua mãe, o olhar de uma sonhadora. Do outro lado saiu um homem que Louis pela semelhança evidente observou atentamente. Era o pai da garota.

A garota pulou pra abraçar o pai parecendo tão feliz, e Louis pode ver pela maneira que olhava pra garota que ele a amava, que seu mundo nascia e vivia nela, seu coração doeu, aquilo ali devia ser o amor paterno, Louis nunca saberia qual era a sensação.

Ele desviou o olhar como se tivesse sido ferido, e isso chamou a atenção de Alison que viu a cena e o olhou com pena.

— Louis, eu... – começou mas não teve tempo de terminar o garoto começou a andar sem rumo, ignorando totalmente a ruiva.