Promessa Quebrada

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Marinette observava a pequena caixa de memorias em um silencio doloroso, ela nunca havia se separado de seu filho e agora o mesmo tinha idade suficiente para ir pro acampamento de musica que tanto queria, como uma ironia do destino. Louis Dupain-Cheng era tão bom pianista quanto seu pai, ninguém poderia imaginar que por trás do garoto sarcástico havia um dom tão puro pra musica clássica.

Bem, Marinette podia ela já tinha visto o mesmo em Adrien, um garoto tão doce quanto perverso quando seu lado Chat Noir se revelava.

Marinette o amava mais que a si própria, ela jurou que nunca machucaria Adrien e toda vez que olhava para aquelas fotos, fotos de dois adolescentes felizes e apaixonados sentia o peito arder em indignação.

Você o magoou Dupain-Cheng, ele debochava, esperava que poderia se livrar dessa dor?

Ela acolhia a dor como uma verdadeira amiga, ela merecia sofrer, ela sabia que tinha estilhaçado o coração de Adrien como se fosse o mais frágil dos cristais, Adrien, logo Adrien que tinha um histórico de abusos e decepções, Marinette sentiu lagrimas queimarem em seus olhos ardendo como se fosse lagrimas de sangue, sangue do seu coração ferido.

As lembranças lhe inundavam a mente, como se não quisessem ser esquecidas, como se soubessem que Marinette não merecia a misericórdia de esquecer...

Você o quebrou, sua mente acusava. A mestiça tremia incapaz de discordar. Adrien havia a queimado de sua vida, a garota lembrou de como sentiu seu coração rasgando quando encontrou suas fotos queimadas no quarto do loiro, ela invadiu como Ladybug quando o mesmo dormia e viu o estrago que tinha feito.

Adrien a odiava, a odiava como nunca odiou alguém, porque não existe ódio maior do que ser abandonado por quem se ama. E Emma...

A azulada odiava lembrar de sua pequena, Emma. Um pedaço seu que tinha lhe sido arrancado com brutalidade, Marinette quase podia ver os hematomas em sua pele de onde haviam lhe tirado eles. Era sua absoluta culpa, ela sabia. Era isso que merecia alguém que abandonava um filho, a dor e a agonia de uma vida infeliz.

17 Anos Atrás

— Acha mesmo que isso é uma boa ideia? – Alya disse com uma expressão seria, Marinette mordeu o lábio sentindo-se angustiada com aquela situação.

— Amiga, eu não tenho certeza de mais nada. Eu apenas sinto que tem algo errado com ele – diz pensando na sensação que gelou seus músculos assim que Gabriel Agreste se aproximou de seus brincos no jantar da noite passada.

Era aniversario de Adrien e o mesmo não parava de arranjar pretextos para se aproximar da orelha dela. Se fosse qualquer outro acharia que era um tarado se aproveitando, mas não Gabriel. Tinha descartado a possibilidade dele ser Hawk Moth a dois anos, mas tudo agora direcionava a ele.

E Adrien também relatou que o pai anda a cada dia mais estranho e na ultima batalha  a garota prestou atenção e o akuma apareceu na mansão Agreste em um evento privado e Gabriel magicamente desapareceu convenientemente para ir responder um investidor em seu escritório.

— Mas Gabriel Agreste um super vilão? – Alya fez uma careta como se fosse uma teoria absurda. Ela estava usando seu traje de Rena Rouge e sua flauta estava em suas mãos deixando sua expressão ainda mais cômica — Amiga, você precisa parar de assistir filmes agora. Eu sei que você ficou impressionada por Luke Skywalker ser filho do vilão mas Adrien não é Luke e Gabriel Agreste não é o Darth Vader.

— Caralho, Alya. Nino te transformou numa nerd!

A azulada revira os olhos suspirando, estavam em cima de um prédio próximo da mansão Agreste e sua paciência estava no limite, não podia simplesmente trazer Adrien para vigiar a própria casa e lhe dizer que desconfiava que seu pai era o vilão que lutavam todos os dias. Uma parte dela queria muito estar errada.

Dois Mundos Collidem | Adrienette Onde histórias criam vida. Descubra agora