Capítulo 7

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Sina POV

Depois do meu comentário infantil, ficamos um tempo sem nos falar. Mas eu não podia desistir assim tão fácil.

Chegamos no barzinho e cada um pediu o que queria. 

-Muito massa esse luau. - Falei chamando sua atenção. - Os que eu costumava ir não tinham toda essa estrutura.

-Também gostei. Eles colocaram umas caixas de som espalhadas pra todos poderem acompanhar o som e não ficar um aglomerado em cima da fogueira.

-Sim, foi uma boa ideia. E sem falar que é massa ficar ouvindo e vendo o mar. 

-Adoro isso também. 

-Quer sentar um pouco lá perto do mar?

Falei com um medo gigante de levar um toco, mas eu tinha que arriscar.

-Pode ser.

Saímos de lá falando pras meninas que iríamos dar uma volta. No caminho um garoto chegou nela e ela, educadamente, deu um fora. 

Sentamos na areia sem nos preocupar em sujar o short e ficamos conversando assuntos aleatórios. Quando vi, já estávamos rindo das minhas piadas. O silêncio se estabeleceu e eu não pude resistir.

-Você é linda, sabia? - Disse olhando em seus olhos. - Quando as meninas te apresentaram, eu fiquei encantada.

Ela riu envergonhada baixando a cabeça.

-Estou sendo muito invasiva, né? Desculpa, mas eu não consegui resistir.

-Relaxa, obrigada pelo elogio. Vamos voltar pra festa, as meninas devem estar preocupadas.

Que merda! Eu tinha a pressionado. Você podia ter sido mais sutil, Maria. Agora estragou tudo.

-Claro. - Disse triste me levantando.

No caminho de volta uma garota veio ao nosso encontro e parou de frente pra Heyoon.

-Vamos conversar? Sério, por favor, eu preciso que você me ouça. 

-Dani, vamos deixar quieto essa história. 

-Não, cara. Só ouça o que tenho para falar, por favor.

Heyoon se virou pra mim com um olhar triste e disse que precisava conversar com a garota.

-Tudo bem, vou me encontrar com as meninas. Depois a gente se fala.

Sai de lá na merda. No início da noite até pensei que ela estava afim. Eu tentei investir e ela negou.

Admito que talvez tenha forçado a barra. Provavelmente, ela quisesse uma abordagem diferente, mais discreta. Acabei indo como muita sede ao pote. 

Pelo visto, algo tem a ver com essa tal de Dani. O melhor mesmo é encontrar as meninas e voltar pra casa.

Any POV 

-Está gostando da festa?

Resolvi enfim puxar assunto após todas as meninas resolverem se espalhar pela praia largando só eu e Sav. 

-Sim, está animada. A última que fui estava meio paradona. Jo e eu até fomos embora cedo da noite.

-Sim, eu vi vocês indo embora. Eu e Saby fomos logo depois.

Ela olhou pra mim meio espantada e só então me dei conta da merda que eu tinha dito. Agora ela vai achar que sou uma psicopata que ficou perseguindo ela.

-Quer dizer, vocês foram embora, né? Eu, na verdade, nem vi direito. As vezes vocês tinham ido só no banheiro ou no barzinho. - Estava cada vez mais me enrolando. - Eu não reparei, não fiquei seguindo vocês pra saber. - Ótimo comentário, Any. - Quer dizer, eu nunca seguiria e dessa vez não foi diferente. 

Ri sem graça. Quanto mais eu falava, mais merda saia.

-Relaxa, eu vi vocês na festa também.

-Você nos viu? - Perguntei espantada com sua sinceridade.

-Sim, você estava linda com um short preto e uma blusa branca rendada.

Ri abertamente ao saber que ela lembrava da roupa que eu usava.

-Agora eu que estou parecendo uma psicopata.- Ela disse e rimos juntas. Seu sorriso era encantador.

-Não está não. Eu lembro da sua roupa também. 

Ficamos em silêncio por alguns segundos. 

-Sabe, eu tenho reparado em você em todas as festas que vamos. Faz um bom tempo que eu tenho notado você na verdade. - Fui sincera, eu precisava ser enquanto a minha coragem estava colaborando. - Eu sempre fico ensaiando pra chegar e conversar contigo, mas nunca tenho coragem.

Cuspi tudo de uma vez antes que eu ficasse com medo de falar.

-Sério? 

-Eu não quero te assustar, desculpa. Eu acho que estou falando mais do que devia.

-Não, eu estou adorando ouvir o que você tem a falar. Era tudo que eu sempre quis ouvir. Na verdade, era tudo que eu sempre quis dizer para você.

Fiquei meio sem reação depois da sua declaração, mas não podia fraquejar agora.

Fui me aproximando dela pra ver até onde ela aceitaria. Coloquei um fio de cabelo seu atrás da sua orelha a fazendo sorrir. Olhei pra sua boca e involuntariamente mordi os lábios. 

-Sav, cadê a Joalin? 

Sina disse se aproximando. Era esse o nome da garota que acabou de interromper nosso beijo? A vontade que eu tinha era de matá-la e acho que ela reparou porque na hora ela riu sem graça pra mim.

-Estou interrompendo algo? Desculpa gente, eu só estava procurando a Jo pra ver se ela estava afim de ir embora, porque pra mim já deu. - Disse baixando a cabeça e na mesma hora eu me arrependi de tê-la repreendido com o olhar. - Desculpa mesmo. Fala pra Jo que eu já fui, Sav.

-Calma, Sina. Aconteceu algo? - Sav perguntou indo ao encontro da garota.

-Depois conversamos, Sav. Não quero estragar a noite de vocês.

-Não, você não está estragando. Quer conversar ou beber algo? - Eu disse tentando reverter a minha situação, mesmo ela tendo estragado nosso momento maravilhoso.

-Beber seria uma boa.

-Então, vamos. - Sav disse e pegou a minha mão indo em direção ao barzinho. Seu polegar fazia um leve carinho no meu dedo. Eu já estava toda encantada com um simples toque.

Como ela pode fazer tudo isso com um carinho?

Chegamos no barzinho e ficamos conversando por lá. A garota não queria falar o que tinha havido com ela e não insistimos. 

Mas o que eu mais queria era ter mais uma chance sozinha com a Sav.

Quebrando as barreiras | Versão JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora