Capítulo 11

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Sina POV

Primeiro dia de trabalho seria hoje. Eu estava morrendo de ansiedade. Acordei cedo, tomei um banho, coloquei uma roupa apropriada e desci pra preparar nosso café. Jo já estava estava na cozinha.

-Alguém está ansiosa, hein? 

-Estou muito, Jo. Eu não consigo parar de agradecer vocês pelo que fizeram comigo. Eu poderia estar agora indo atrás de emprego e de apartamento pra morar. Vocês foram uns anjos.

-Para, amiga. Você merece. Espero que se adapte bem ao trabalho. Hoje eu vou te acompanhar pra te apresentar as coisas direitinho, já que você só conheceu a estrutura física. Mas não sou eu que estarei de veterinária de plantão. É a Heyoon. - Falou fazendo uma careta. - Algum problema pra você?

-Claro que não. Consigo ser profissional. E sem falar que ela tem o direito de não querer nada comigo. - Falei meio triste. - Ninguém é obrigado a ficar com ninguém. Podemos ser amigas inclusive.

-Ótimo, não quero um clima ruim no serviço. Vocês vão trabalhar juntas bastante tempo agora.

-Sem problemas. Quanto a isso, você não deve se preocupar.

Acabamos a nossa conversa, comemos e ajeitei umas últimas coisas pra sair. Fomos em carros separados já que Jo não ficaria por lá até que meu turno acabasse. 

Foi bom pra eu já ir me adaptando ao trânsito e concluir que eu deveria sair 10 minutos antes pra eu chegar não tão cravada na hora.

Cumprimentamos Heyoon na entrada. Ela estava com a cara um pouco sem graça, talvez pelo fora que me deu no luau. Eu teria que falar com ela no final do serviço pra não ficarmos nesse clima.

Jo me apresentou tudo e pude ver que Sav havia feito um excelente trabalho até então. Porém, algumas coisas eu iria adaptar e dar uma melhorada já que eu possuía conhecimento específico pra isso. 

Jo se despediu de mim depois de passar quase a manhã toda empenhada em mostrar todas as papeladas. 

A hora do almoço chegou e eu nem desci, já que havia levado um lanche que seria suficiente. Queria antecipar um pouco o serviço pra deixar tudo do jeito que eu queria até o final da semana.

Heyoon subiu um pouco antes de acabar meu horário. Chegou tão silenciosamente que só notei quando parou de frente pra mim.

-Oi! - Disse com um sorriso lindo. - Você não desceu pra almoçar. Não está com fome?

-Oi, não estou não. Trouxe um lanche de casa, queria dar uma adiantada no serviço.

-Entendi. - Ela disse concordando com a cabeça. - Eu queria conversar com você da festa. Desculpar-me por ter...

-Heyoon. - Não deixei que ela acabasse. - Você não precisa se desculpar. Eu entendo que você não esteja afim. - Ela tentou falar algo, mas eu continuei. - Eu que queria te pedir desculpa se em algum momento eu fui muito invasiva ou algo do tipo.

-Não, você não foi. Eu queria te explicar o que aconteceu na verdade.

-Você não precisa. Eu só queria te pedir pra não ficarmos no clima chato. Vamos trabalhar juntas agora e eu não...

-Aquela garota era minha ex. - Falou me interrompendo. - Tínhamos um relacionamento meio conturbado, brigávamos muito e quando acabava, ela vinha atrás de mim e dizia que mudaria. 

Fiquei em silêncio dando tempo pra ela continuar.

-Eu só conclui que era um relacionamento abusivo quando ela já havia afastado todos de perto de mim. Ela dizia que as meninas eram más influências. - Disse olhando pra mim e depois voltando a olhar para o chão. - Eu tentava acabar com ela, mas ela dizia que iria se matar. 

-Nossa, Heyoon. Eu...

-Deixa eu acabar, por favor. - Assenti com a cabeça. - Da última vez que fiquei com outra pessoa, ela encontrou a garota na rua e a ameaçou, disse pra ela ficar longe de mim. 

Fiquei meio sem ter o que falar. Um pouco espantada com toda essa história.

-Quando você veio falar comigo na festa pra conversarmos, eu poderia ter negado e evitado tudo isso. Mas eu prometi pras meninas que tentaria novamente. 

-Então, o que houve?

-Eu tive medo, Sina. Por isso eu não fiquei com você. Eu não quero te meter nessa bagunça da minha vida. 

Eu sai de trás da mesa e fui em direção a ela.

-Quando a Dani apareceu na festa, meu medo piorou. - Ela disse colocando a mão na cabeça. - Ela te viu, Sina. Ela vai atrás de você. Eu não podia ter aceitado conversar contigo. Me desculpa.

Ela já estava quase chorando na minha frente.

-Ei, calma. Vem aqui. - A puxei para um abraço. - Eu estou aqui, deixa eu te proteger?

-Não, Sina. - Disse saindo do meu abraço. - Não pode rolar nada entre a gente. 

-Você não quer?

-Você não ouviu nada do que acabei de te contar?

-Responde o que te perguntei. 

-Eu não posso, Sina Maria. A gente não pode ter nada, ela vai...

Não deixei ela acabar, a puxei para os meus braços e juntei nossos lábios. Ela relutou um pouco de início, mas logo cedeu. 

Seu beijo era cheio de desejo, minha língua deslizou pelos seus lábios provando cada pedaço da sua boca. Ela gemeu baixinho, abrindo espaço pra minha língua. 

Mordi, chupei, lambi os seus lábios. Finalizamos com vários selinhos. Juntamos nossas testas e eu vi seu sorriso.

-Estamos fazendo uma besteira, uma besteira tão gostosa.

Ri baixinho do seu comentário e juntei nossos lábios novamente. Beijar Heyoon era a melhor sensação do mundo. 

-Sina, vamos parar agora. Estamos no trabalho. Daqui a pouco Shivani vem me render. 

-Deixa eu te levar pra casa?

-Claro que não, eu não moro tão perto daqui. Sem falar que a Dani pode estar sondando a minha casa depois de sábado.

-Vocês ficaram? 

Perguntei com um medo tremendo da resposta.

-Não ficamos há muito tempo. Ela ainda insiste, mas não rola mais. Eu só tenho medo do que ela pode fazer com você.

-E eu medo do que ela pode fazer com você. Então, deixa eu te levar pra casa. 

-Não, ela não vai fazer nenhum mal a mim. 

-Mas...

-Sério, Sina. - Interrompeu-me. - Não podemos continuar o que nem começamos ainda. Eu não quero machucar outra pessoa, e principalmente essa pessoa ser do meu trabalho.

-Você já perguntou o que eu quero? - Disse olhando nos seus olhos e a trazendo mais pra perto de mim. - Eu não quero fugir do que estou sentindo e eu não tenho medo dessa sua ex. 

-Sina, não. Nós não vamos ter nada. - Disse se afastando um pouco de mim. - Eu vim aqui pra tentar te esclarecer o que havia acontecido no luau. Não quero deixar um clima chato entre a gente. 

Tentei me aproximar de novo dela, mas foi em vão. Ela se virou e foi indo em direção a escada. 

-Vamos esquecer isso que aconteceu. Vou indo, até mais.

Foi embora e me deixou cheia de dúvidas e, principalmente, cheia de vontade do seu beijo.

Quebrando as barreiras | Versão JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora