Capítulo 32

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Sabina POV 

Ela está dormindo agarrada ao meu corpo. Sua respiração calma me traz uma tranquilidade, uma vontade louca de abraça-la e dormir junto. Seu corpo nu me trazem lembranças maravilhosas do que aconteceu há minutos atrás.

Fizemos amor? Não sei. Mas foi maravilhoso. Nossos olhos conectados, nossa boca que não conseguia ficar 2 segundos longe da pele da outra.

Estávamos tão entregues que eu podia jurar que eu era dela e ela toda minha. E que eu podia dormir tranquilamente ao seu lado que o amanhã só traria consequências boas. Mas eu ainda tinha regras e elas não foram feitas atoa, eu me machuquei demais e não cometeria o mesmo erro de novo.

Levamentei-me da cama, desvencilhando daquele corpo lindo. Coloquei minha roupa silenciosamente e a observei. Eu poderia tirar minha roupa de novo e acordá-la pra repetirmos tudo que fizemos, ou simplesmente dormir com ela mais um pouco.

Eu fiquei refletindo e lutando contra o meu coração por alguns minutos, tudo seria mais fácil se eu tivesse a conhecido há anos atrás. 

Sai do seu quarto dando uma última olhada nela. Isso me deixava tão fraca, ela fazia eu querer esquecer de todas as regras e inseguranças.

Fechei a porta e sai, sem deixar um bilhete, uma mensagem ou qualquer sinal da minha indecisão. Assim ela não saberia que eu fiquei vários minutos a observando e louca pra me jogar nos seus braços novamente.

Amanhã poderíamos fingir que nada aconteceu quando nos víssemos, eu era boa nisso. Mas com ela eu desaprendia a agir dessa forma, ela me deixava vulnerável demais. 

Eu tinha que fazer uma regra só pra ela. Talvez não encontrá-la 2 vezes na semana seria uma solução. De 10 em 10 dias poderia ser uma ótima escolha. Mas a vontade de ficar com ela, de sentir seu corpo no meu, seu cheiro...

Eu reprimiria esse desejo, eu não posso me machucar de novo. 

Joalin POV 

Seu cheiro estava no lençol, mas ela não estava lá. Talvez estivesse escovando os dentes ou preparando o nosso café. Ilusão demais pensar assim.

Ela não queria nada sério comigo e eu teria que me contentar com isso. Mas só de tê-la duas vezes na semana já me deixava bem.

Any e Sav estavam colaborando nesse ponto. Tentávamos marcar reunião das meninas todo final de semana. E acabávamos ficando. 

Até quando seria assim? Será que um dia ela iria enjoar? 

O barulho do meu celular me tirou dos meus devaneios. Era ela, será que ela pediria desculpas por ter saído mais uma vez sem eu estar acordada? 

Oi, precisamos conversar.
Pode me encontrar aqui em casa ou prefere na sua? 

O que será que ela queria? Minha ansiedade e esperança falaram mais alto.

Em 30 minutos estou ai. Pode ser?

Meia hora seria suficiente pra tomar um banho e mastigar algo antes de sair. Eu precisava ouvir o que ela tinha pra falar. Tanta coisa mudou nessas últimas semanas. Eu podia jurar que tínhamos feito amor ontem.

Ou será que só eu pensava assim? 

Combinado.

Cheguei na casa dela 40 minutos depois. Não contava com o trânsito que dava o ar de sua graça em pleno sábado de manhã.

Toquei a companhia e ela veio atender rapidamente. Ela estava linda, com uma roupa casual e um chinelo de dedo. Sua cara não estava tão feliz quanto eu imaginava que estivesse se fosse pra me dar uma notícia boa. 

Talvez ela não seja tão boa assim.

-Oi, tudo bem?

Ela disse me dando um beijo no rosto e me convidando pra entrar.

-Tudo, e você?

-Tudo bem. Quer algo pra beber? Já tomou café da manhã?

-Sim, comi antes de sair de casa.

-Então, melhor eu ir direto ao ponto.

Permaneci em silêncio olhando cada reação do seu rosto. Mas ela não me dava nenhum sinal bom ou ruim.

-Ultimamente temos nos encontrado bastante, né? - Concordei com a cabeça - Você sabe que não gosto muito disso, acho que já conversamos uma vez sobre o assunto. 

Eu não estava gostando do rumo desse conversa. 

-Enfim, acho que devíamos evitar nos encontrar tantas vezes como estamos fazendo agora. Essas reuniões das meninas tem nos induzido a dormirmos juntas 2 vezes por semana. 

-Você quer que a gente passe a não participar dos encontros?

-Não, claro que não. Eu amo a companhia das meninas e adoro estar com você também. Sempre nos divertimos bastante. 

-Mas...

Dei incentivo pra ela continuar.

-Mas não quero que você pense que um dia fiquemos sérias. Eu não estou num momento muito bom, eu prefiro que meus relacionamentos sejam rápidos. Eu não quero que nenhuma de nós saia machucada dessa história.

-O que você quer propor então? 

-Que a gente evite ficar sempre que se encontre. - Ela olhou pra mim e eu lhe dei um sorriso fraco pra que ela continuasse. - Eu gosto de ficar com você, mas não quero nada sério. Você está me entendendo?

-Sim.

Limitei-me a falar unicamente isso. 

-Eu não quero que a gente se machuque.

-Relaxa, Bina. Vamos seguir mais essa regra sua. - Falei com uma certa mágoa. - Agora eu tenho que ir, hoje trabalho de plantão no pet.

-Está tudo bem entre a gente? Não quero perder sua amizade.

-Não se preocupa com isso, sempre seremos amigas.

Ela me deu um abraço tão bom, seu cheiro doce me trazia um paz maravilhosa. Eu não queria sair desse contato nunca. 

Ela se afastou devagar e me deu um beijo no rosto. Nos despedimos e logo estava voltando pra casa.

Eu podia ter falado tanta coisa, podia ter lutado por nós. Ter defendido nossos encontros. Mas o que isso adiantaria? 

Ela provavelmente se afastaria mais ainda. Aproximação demais a afeta e eu tinha que aceitar isso. Mesmo que me doece vê-la e não poder tocá-la. 

Quebrando as barreiras | Versão JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora