🌼Capítulo 19🌼

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Boa leitura!!!
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Uma semana depois

Maria Helena Bittencourt

Meu coração está em uma paz que a muito tempo não sentia, ter meus filhos por perto e felizes era tudo que eu queria.

Mesmo que não falasse, eu morria de medo de Henrique estar morando fora e sozinho, ele já era um homem feito quando foi, mas meu coração de mãe não ficava calmo 100% pensando nos males que poderiam acontecer.

Já com Sophia tenho mais medo ainda, o mundo pode ser e é bem cruel com uma mulher.

Peço a Deus que a proteja todos os dias em seus caminhos, infelizmente não posso prendê-los a mim para que não sofram com o mundo. Seria até doentio algo do tipo, eles tem que viver e quebrar a cara para aprender com os próprios erros, mas nunca é bom ver um filho sofrer....e por isso os dou meu total apoio, para que vejam em mim um porto seguro que eles possam desabafar.

Vê-los chegar em casa com sorrisos no rosto já me faz ganhar o dia.

Henrique ultimamente tem sorriso até mesmo para o vento, nesses sete dias desde o pedido, já o peguei olhando a própria aliança e sorriso, tudo isso graças a Giovanni.

Um rapaz tão doce e gentil, além de muito bonito.

Me encanto por ele desde o dia que o conhecemos no restaurante até hoje, a poucos dias atrás Henrique acabou me contando por cima o que faz ele  ser tão sensível em relação aos pais.

Uma verdadeira tragédia!!

- Acordada a essa hora, amor? – escuto a voz de Roberto dizer enquanto me apertava mais em seus braços.

Meu marido é uma das melhores coisas da minha vida junto aos meus filhos. Estamos juntos a 39 anos, quando nos conhecemos eu era uma menina de 15 anos e aos 17 estávamos namorando e desde então nunca mais nos separamos. Claro que acontecem algumas discussões o que é normal, mas não dura muito e resolvemos na base do diálogo e com um sexo gostoso.

- Perdi o sono e comecei a pensar em algumas coisas. – digo deixando um beijo por seu peito descoberto.

- Algo que esteja te perturbando? – sorrio com a preocupação que ele expressa em sua fala.

- Nada de mais, só estou pensando nos nossos filhos, no Giovanni, na gente. – esfrego meu rosto levemente nos pelos ralos de Roberto.

Me assusto com o movimento rápido de seu corpo se deitando por cima de mim.

- Posso saber sobre o que minha linda esposa está pensado de nós dois? – dou baixas risadas ao sentir a barba dele relar em meu pescoço me dando cócegas.

- Estou pensando em como tenho o melhor marido do mundo.

- Te amo! – ele exclama me olhando fixamente.

- Também te amo...muito.

Depois de mais um tempinho, fomos tomar um banho para começar o dia. Ao chegarmos na cozinha encontramos com Sophia e Henrique já tomando café na bancada.

- Meu Deus que cara de morte são essas? – meu marido pergunta se servindo com uma xícara de café preto sem açúcar.

- Eu não dormi muito bem. Fiquei até tarde conversando com o Giovanni e ele pegou no sono, acabei ficando o observando por horas. – Henrique diz enquanto massageava a própria testa.

- Psicopata. – Sophia o retruca tomando um iogurte. – Por falar no Giovanni posso ir no shopping com vocês hoje? Preciso de umas maqui...

- Sua cota de gastos do mês já encerrou Sophia ou esqueceu das coisas que comprou? – a interrompo antes que ela termine de falar.

- Mas mãe saiu uma nova paleta da Fenty Beauty. – ela fala com a voz manhosa tentando me comprar.

- Mais um A e nem maquiagem de criança de 1,99 você vai comprar mês que vem. – dou um fim ao assunto, tenho que controlar essa garota antes que seja tarde.

- Papai...

- Escute sua mãe Sophia Bittencourt, se ela disse não é porque é não, já está decido, você não é mais uma criança de cinco que não sabe das coisas. Não é não, respeite sua mãe. – Roberto diz firmemente e a vejo abaixar a cabeça.

- Desculpa mãe. – Sophia diz baixinho sem me olhar.

- Que isso não se repita. – suspiro e pego em sua mão deixando um leve aperto.

- Bem feito, idiota. – Henrique fala dando um sorriso debochado para a irmã que apenas revira os olhos e não o responde.

- Henrique! – Roberto agora chama a atenção de Henrique que faz a mesma coisa que a irmã.

- Desculpa pai.

São definitivamente duas crianças grandes.

Giovanni e eu iríamos no shopping para que ele me ajudasse a escolher alguns utensílios da cozinha da empresa que estragaram e os cozinheiros estão reclamando e eu mesma optei por resolver o assunto, já que é direito dos funcionários um bom almoço.

E Giovanni como o bom rapaz que é se solidarizou para me ajudar a escolher os melhores produtos.

Ao terminarmos todos fomos para nossos afazeres, Roberto e eu fomos para o trabalho enquanto ele deixava Sophia na escola e Henrique ficou um casa trabalhando em suas edições.

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Giovanni Ribeiro

Ultimamente, tenho me sentido tão bem comigo mesmo, talvez mais feliz até, mais animado.

Henrique vem sendo a fonte de tanta calmaria na minha vida.

De uns dias para cá venho pensando em ir levar umas flores para os meus pais, cada dia que passa adio mais minha ida ao cemitério.

Sempre que associo meus pais a palavra cemitério me dá um arrepio ruim pelo corpo.

Tiro esses pensamentos da cabeça assim que avisto Maria Helena me esperando na entrada do shopping.
Tínhamos combinado de nos encontrar depois do meu horário de trabalho. O dia já começava a escurecer por ser um belo fim de tarde.

- Helena, me desculpe não ter outro horário, e como percebi que tinha pressa.. – falo assim que chego em frente a ela e lhe dou um abraço.

- Não tem problema querido! Está tudo bem. – ela me responde de forma doce e entramos shopping a dentro.

- Se você não se importar vamos primeiro ao cabelereiro, vou cortar um pouco meu cabelo. – passo a mão pelos fios e os jogo para trás.

- Por que? Está tão lindo assim compridão.

- Meu plano inicial já era deixar crescer bastante para doar quando cortasse. – respondo e vejo ela concordar com a cabeça.

- Uma boa causa.

Seguimos até o salão onde eu já havia marcado hora, e a própria cabelereira ficou boba quando disse que queria que cortasse meu cabelo na altura nos ombros.

Foi necessário que separasse meu cabelo em quatro partes para cortar e guardei as mechas para levar no hospital que Nicolas trabalha no dia seguinte.

Enquanto uma reconstrução agia em meu cabelo pelo espelho vi Maria Helena ficar um pouco inquieta e nervosa ao fazer duas ligações.

Depois de meu cabelo lavado e finalizado, fiquei bobo com o resultado, mesmo que tenha demorado quase uma hora e meia.

Ficou mais bonito do que eu esperava.

- Helena, está tudo bem? Você tá meio aérea e inquieta... – a pergunto assim que saímos do salão.

- Oh... Não é nada de mais por um momento senti uma sensação ruim e uma aflição...achei que tinha acontecido alguma coisa com meus filhos ou com o Roberto...mas todos estão bem e em casa. – ela fala ainda meio sem rumo.

- Não se preocupe deve ser um mal estar. – falo e entrelaçando nossos braços.

- Talvez....aliás você ficou muito bonito com o cabelo curto...onde estão as mechas?

- Você está mesmo distraída né? – chacoalho a sacola que estava na minha mão desocupada, ela ri de si mesma e da um leve tapa na testa.

Logo entravamos na loja de onde vendiam-se coisas especializadas para área de cozinha, quando já havíamos comprado metade das coisas Maria Helena parou em meio a loja segurando minha mão com força e os olhos cheios d’água.

- Meu Deus Maria Helena o que houve?

- Eu...eu...senti uma fincada no peito, meu Deus o que está acontecendo? – ela pega o celular na bolsa em seu celular e disca rapidamente um número. – Henrique meu filho, você tem certeza que está tudo bem aí em casa?   

- Mãe, você tá bem? Por aqui tá tudo normal, a Sophia está dormindo e o papai também, estamos te esperando com o jantar. – escuto um pouco da voz abafada de Henrique. – Aconteceu alguma coisa com o Giovanni ou com a senhora...eu vou aí buscar vocês.

- Não precisa meu filho...eu só estou sentindo um mau pressentimento. – ela suspira mais aliviada.

Eles trocam mais algumas palavras e eu decido que era melhor irmos embora para que ela não ficasse tão angustiada.

- Helena vamos embora, amanhã ou no fim de semana voltamos...  Tenho medo que você passe mal com tanta preocupação. – ela apenas concorda e vamos para o caixa, após as coisas estarem pagas e com endereço de entrega para o dia seguinte Helena e eu saímos em direção ao estacionamento.

- Vai lá ‘pra casa também, vou ficar mais tranquila em saber que todos vocês estão bem, já são quase nove da noite é um pouco perigoso. – apenas concordo para não deixá-la mais agoniada.

Ao irmos para nossos carros damos uma leve risada ao ver que estacionamos com uma vaga de distância.

Quando estávamos a uns dez metros dos carros as luzes do estacionamento começaram a piscar me lembrando de um filme de terror que Nicolas me fez assistir.

Sinto as mãos de Maria Helena apertar meu braço com força como se estivesse com medo.

- Vamos embora desse lugar Giovanni estou ficando arrepiada. – apertamos o passo, agora até eu estava um pouco assustado.

De repente as luzes que antes piscavam ficaram praticamente apagadas deixando o local com apenas uma iluminação bem fraca.
Maria Helena e eu ficamos estáticos no lugar por conta do susto.

- Tá tudo bem...deve ter sido apenas uma queda de luz. – falo para mim mesmo tentando me convencer de que não era nada.

- Exatamente!! – Helena fala tentando manter a tranquilidade.

Essa que evapora por nossos poros assim que o barulho de um tiro é ouvido.

Nos gritamos pelo susto assim como as poucas pessoas que estavam no estacionamento.

Começamos a correr até os carros na esperança de sair dali urgentemente.
O carro mais próximo era o de Maria Helena que me entregou as chaves para que eu dirigisse, enquanto ela ia para a porta do passageiro.

Por estar escuro tenho um pouco de dificuldade para colocar a chave na fechadura para abrir a porta.

- Mais um movimento e a madame morre. – escuto uma voz desconhecida falar e olho em direção a Maria Helena que chorava sem fazer som algum e um homem encapuzado que apertava uma arma contra a cabeça dela.

- E em seguida você vai ser o próximo gracinha. – uma voz que fez ter calafrios de tanta repulsa, foi proferida atrás de mim.

Sinto algo gelado encostar do lado de minha cabeça...eu sabia muito bem o que era isso. A única coisa que fiz foi levantar as mãos em rendição.

Eu já sentia meus olhos lacrimejarem de medo, olho para Helena e ai que meu choro se intensifica.

- Calma gracinha vamos cuidar muito bem de vocês. – o tal cara diz dando um beijo na minha bochecha me dando nojo. – Vamos levar eles ‘pra ficarem com os outros lá dentro.

Eles praticamente nos arrastam para dentro do shopping e nos levam até a praça de alimentação onde tinham vários homens com armas grandes que eu ao menos sabia o nome.

- Achamos mais esses dois. – somos empurrados para o chão junto as outras pessoas.

Atendentes de lojas, crianças, idosos, homens e mulheres choravam baixinho.

Abraço Maria Helena em busca de algum tipo de conforto.

- O bagulho é o seguinte, quero todos os celulares, bolsa, relógio, qualquer coisa.. Agora, peguem rapazes. – o que parecia ser o chefe de todos disse e em seguida eles começaram a passar pelas pessoas tirando seus pertences.

Entrego tudo o que eu tinha ficando somente com os tufos de cabelo.

Maria Helena chorava tanto que fiquei com medo que ela passasse mal.

Escuto um choro alto de criança e percebo um garotinho de no mínimo três anos chorando sozinho em um canto e o choro começava a ficar cada vez mais alto.

- Cala a boca moleque desgraçado. – um dos assaltantes diz e no mesmo momento o vejo pronto para bater na pobre criança.

Instintivamente me solto de Maria Helena e me levanto rápido indo correndo até o garotinho, acabando por levei um chute em minhas costelas ao me abaixar para pegá-lo.

Agarro o menino em meu colo e corro novamente até Helena que havia gritado em horror ao me ver levar o chute.

Até mesmo prendi o ar ao sentir a dor se alastrar em minha barriga.

- Giovanni, que susto você me deu.

- Temos um herói aqui entre nós, mais um ato de heroísmo desse vai levar um tiro na testa para deixar de ser idiota. – um dos mascarados fala.

Envolvo o menino entre meus braços e beijo os cabelinhos dele, sinto os braços quentes de Maria Helena me circular também, enquanto vemos os assaltantes roubarem joias e arrombarem caixas de lojas.

Fecho meus olhos e começo a rezar baixinho pedindo para que tudo isso acabe.
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Oie amores tudo bom?

Não me matem por favor kskak

O que acharam e o que vocês acham que vai acontecer?

Eu achei fofa mais perigosa a atitude do Giovanni defender o menino.

Percebi que muitas pessoas começaram a ler Amor Por Acaso nos últimos dias e eu to muito feliz por isso gente❤❤

Me desculpem se tiver algum erro ortográfico.

Não se esqueçam de deixar uma estrelinha e comentarem muito para me ajudar na divulgação.

Beijooos😘😘😘

Amor Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora