Capítulo 17

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•Sábado, 23 de Novembro de 2019

•Final da Copa Libertadores da América

–Temos um problema. – Marcos Braz apareceu no meu quarto meio dia, com Gabriel ao seu lado.

–Misericórdia, o que rolou? – Perguntei assustada, ainda de pijama e com um olho aberto e outro fechado. Não tinha conseguido dormir nada a noite e as meninas não me deixaram dormir de manhã tentando looks, tinha acabado de conseguir dormir quando bateram na porta.

–A Conmebol está dizendo que a assinatura do Gabi está faltando naquele documento enviado, estamos indo lá agora. – Falou.

–Meu Deus, me dá dez minutos. – Falei já correndo de volta para dentro do quarto. Corri contra o tempo, tomei um banho, escovei os dentes, vesti a única roupa que podia ser colocada para ocasiões assim e desci correndo.

Marcos e Gabriel já estavam esperando no saguão do hotel quando cheguei.

–Vamos, chamei um uber. Já está aí fora. – Marcos falou indo na frente. O motorista do carro, muito animado desceu, nos cumprimentou, pediu pra tirar foto com o Gabriel e o Braz e então entramos. Braz na frente, Gabriel e eu atrás.

–Que merda, o flamenguista não tem um dia de paz. – Murmurei mais comigo do que com o Gabriel. 

–Eu acordei com uma centena de mensagens dizendo “Gabigol fora do jogo contra o River Plate?” – Ele me olhou. – Não é só o flamengo, eu também não tenho um dia de paz. – Praguejou.

–Porque você não assinou aquela porcaria? – Reclamei. – Eu mandei você assinar.

–Eu sei lá. Sou só um, não dá pra fazer gol, ser bonito e assinar documentos na mesma hora. – Ele me olhou com um sorriso.

–E você acha que eu consigo ser linda, advogada e responsável pela assinatura de um cara de 5 anos de idade? – Olhei pra ele sendo tão debochada quanto.

–Relaxa, isso vai ser rápido.

Rápido o caralho.

Só conseguimos chegar na sede da Conmebol duas horas depois, as ruas estavam lotadas de torcedores, tanto do River quanto do Flamengo. Um trajeto que poderia ser feito em vinte minutos se transformou no almoço inteiro. Lá dentro quase não encontramos um funcionário disponível para nos atender, Braz estava prestes a armar um barraco quando uma mulher sonsa apareceu dizendo ser a gerente. Gerente uma porra, a mulher nem sabia dizer onde estava o bendito do documento que o Gabriel tinha que assinar.

–Olha aqui moça, meu cliente tem um jogo importante daqui a duas horas, então se você puder se mexer e resolver meu problema eu vou ser simpática e agradecer, caso contrário eu vou encher esse lugar de processo. – Encarei ela irada, qualé minha barriga não parava de roncar e eu não tinha sequer uma barrinha de cereal na bolsa. Isso era coisa do Thiago que estava mexendo na minha bolsa ontem a noite. A mulher olhou pra mim de cima a baixo e pareceu se controlar pra não me xingar inteira em Espanhol.

–Só um minuto. – Falou deixando o balcão.

–Braz, vê se encontra alguma coisa pro Gabriel comer aqui perto. – Me aproximei dele.

–Dá pra resolver tudo sozinha por aqui? – Ele perguntou.

–Sim, pode deixar comigo. – Falei tranquilizando-o, ele pediu um elevador e sumiu, voltei pro balcão onde o Gabriel estava encostado claramente impaciente.

–Que bonitinho, preocupada comigo. – Ele disse sem sorrir quando parei ao seu lado.

–Preocupada com o jogo. – Falei nervosa. – Se você não entrar em campo hoje eu provavelmente vou sofrer um ataque cardiorrespiratório.

VOSSA EXCELÊNCIA • GABIGOLOnde histórias criam vida. Descubra agora