Capítulo 14

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-Você o quê? Thunder, eu espero que Kat me perdoe se eu tentar te matar nesse exato momento. Por que diabos você pensou que manter meu companheiro em coma é uma boa ideia? - ela gritou.

-Ela parece pequena para ser uma linhagem, mas acho que compensa na raiva - Sebastian brincou.

-Fique fora disso! - Amy mandou.

-Não tivemos outra opção, você sumiu por quatro dias, ele teria perdido sua sanidade nesse tempo. E Rage não está em coma, apenas sendo mantido desacordado.

-Mesma merda! Vocês vão tirar esse maldito remédio do organismo dele nesse exato minuto, me ouviram?

-Não pretendia manter meu amigo sob efeito de remédios durante toda a vida, era uma solução temporária.

Os homens ouviram a garota bufar e cruzar os braços, enquanto esperava que um deles tivesse o bom senso de levá-la até Rage. Mas, Sebastian tinha outros planos para os próximos minutos, não conseguia encaixar as peças da fuga da pequena mulher, algo estava completamente fora do lugar, principalmente depois de terem conseguido as recentes informações sobre Daniela.

-Como você conseguiu fugir? - Sebastian perguntou, sem rodeios.

Thunder sentiu a tensão de Amy praticamente chicoteando ao redor deles, ela não estava a relaxar e contar isso com bom humor, parecia um fio de alta tensão de tão rígida que ficou com a pergunta.

-Quem, em todo o inferno de Dante, é você? - ela perguntou, desconfiada.

-Sebastian Hunter, Thunder me chamou para ajudar na sua busca.

-Você não foi muito útil, não é?

Amy sabia que estava sendo grosseira, mas ela havia prometido que não contaria a ninguém o que aconteceu e, além disso, todo o seu corpo formigava pela ansiedade de estar com Reage de novo e o mais rápido possível.

-Amy, o que aconteceu? - a voz suave de Thunder a fez respirar fundo para se acalmar.

-Eu fugi, é só isso que vocês precisam saber e é apenas isso que irei dizer, fui clara?

-Daniela é sua irmã.

Sebastian não se orgulhava nem um pouco de ter jogado a informação dessa forma, mas precisava saber se Amy já tinha conhecimento disso e o choque da mulher provou que não. Ela sentiu todo o ar sumir de seus pulmões, a vertigem fez estrelas piscarem por trás de suas pálpebras e tateou qualquer coisa que pudesse ajudar a mantê-la de pé.

-Perdão? - ela questionou depois que Thunder a firmou em seus pés.

-Nós descobrimos ontem, seu pai mantinha uma amante, a rejeitou assim que soube que estava grávida. Ela faleceu durante o parto e Daniela foi dada para a adoção - Sebastian explicou.

-Foi por isso que ela teve todo o trabalho de me torturar? Por que meu pai é um canalha?

-Não temos certeza - Thunder amenizou.

-E eu que quase caí na história de que era ciúme! Thunder, eu quero ver Rage, por favor, preciso colocar meu mundo de volta no lugar.

A súplica na voz dela o quebrou, ele entendia o sentimento de necessidade, precisava manter-se o mais próximo de Kat possível pra não perder a cabeça. Ele assentiu e a acompanhou para o quarto ao lado. Amy sentou na ponta da cama e ficou observando o sono tranquilo do seu companheiro, enquanto lágrimas silenciosas escorriam.

-Vamos retirar a medicação dele, mas ficarei do outro lado da porta, não sei como Rage vai estar quando acordar e não quero que ele se odeie por machucar você.

-Rage nunca me machucaria. Obrigada por vocês terem me procurado, sinto muito pelo o que eu falei Sr. Hunter, acho que o temperamento do meu companheiro está me contaminando.

-Não se preocupe com isso, entendo perfeitamente, ainda preciso conversar sobre o que aconteceu, mas irei esperar até que seu companheiro tenha acordado.

Thunder saiu do quarto com Sebastian logo atrás dele, dando a Amy privacidade. Ela não se importou de ficar apenas olhando Rage dormir, ele parecia sereno desse jeito, mas seu corpo estava tendo outras ideias sobre o que fazer enquanto esperava ele acordar, estava cansada demais pra se manter consciente, então deitou ao lado dele e adormeceu.

Rage acordou com a sensação aconchegante do cheiro de Amy ao seu redor e a sensação de seu corpo pressionando o dele, sua cabeça ainda pesava e as lembranças voltaram lentamente pela sua mente. Amy havia sido sequestrada e ele precisava encontrá-la, mas não conseguia abrir os olhos ainda, não quando a sentia tão próxima que seus instintos gritavam que ela permanecia ao lado dele.

-Abra os olhos, amor.

-Estou ficando louco.

Amy quase se deixou vencer pela vontade de chorar novamente, a dor na voz poderia tê-la matado. Rage ainda não se permitiu abrir os olhos, mesmo com o pedido sussurrado que sua mente o convenceu de ter ouvido, não sabia por quanto tempo ficou inconsciente e queria acreditar, por mais alguns segundos, que Amy estava segura e de volta aos braços dele.

-Rage, amor, preciso que você abra os olhos, prometo que não vou mordê-lo.

Ele a obedeceu dessa vez e a viu sorrindo enquanto acariciava seu queixo, ela parecia um pouco pálida e cansada, mas ainda assim, era sua companheira quem estava ali. Thunder entrou no quarto antes que Rage conseguisse assimilar a informação e formular algo para falar.

-Sinto muito por ter atirado em você - Thunder se desculpou.

-Você a encontrou, trouxe Amy de volta, é o que importa - Rage falou apertando o braço ao redor de sua companheira.

-Não posso ficar com o mérito, ela encontrou seu caminho sozinha ou, pelo menos, não quer nos dizer quem a ajudou.

Rage a sentiu tensa e olhou para a pequena mulher com a cabeça apoiada no seu peito, Amy havia se recostado e fechado os olhos. Ele teria que conversar com sua companheira em particular, ela não se abriria para outras pessoas, mesmo sabendo que são confiáveis, tinha dúvidas se diria até a ele o que se passou. 

-Valentina disse que vocês podem ir para casa, ela acha melhor você cuidar de Amy em um lugar em que se sintam mais confortáveis, passou apenas algumas vitaminas e uma dieta, ela ficou desidratada.

Thunder saiu depois que Rage confirmou ter entendido o que a médica recomendou.

-Vamos pra casa, pequena.

Linhagens - RageOnde histórias criam vida. Descubra agora