O Lobo e a Ovelha

Four

"Tudo o que ele fazia era sedutor e possivelmente perigoso para o meu coração."

— A Maldição do Tigre, Collen Houck

Há três meses que Sakura e Sasuke tiveram a primeira conversa – vulgo, discussão – na biblioteca da universidade. Há dois meses trocavam mensagens e se encontravam na cafeteria perto da faculdade depois do encontro por acaso no cinema e a saída com os amigos do Uchiha.

Há quatro semanas Sasuke a acompanhava até o apartamento dela. Há uma semana ambos conheceram alguns dos amigos um do outro. E há três dias que o Uchiha a chamou para sair. Apenas os dois, somente ele e ela, sem a presença de Karin e Suigetsu e Juugo.

Sakura achou precipitado nomear isso como um encontro, já que ela e Sasuke sempre saíam juntos para dividir a conta do café e até havia tido aquele clima pesado entre os dois. Com flertes pesados e investidas descaradas da parte de Sasuke, as quais ela correspondeu na mesma intensidade,  mas lá no fundo estava ciente de que era um encontro. Era o que ela torcia para ser.

E por outro lado, para Sasuke não restava dúvidas quando a chamou para sair: era sim um encontro. Queria aquela garota. Ah... como ele queria. Desde que viu o que Sakura escondia por trás do jeito doce, enlouqueceu. Sentia a necessidade de arrancar até o último pingo de sanidade dela, queria Sakura tão louca por ele como ele já começava a se sentir por ela.

Havia algo em seus enormes olhos verdes, no sorriso contagiante e da felicidade que se espalhava por onde ela passasse que faziam Sasuke sentir algo que a muito tempo não sentia. Na forma como ela se tornava tão… tão libertina e tão sensacional.

E ele não gostava daquilo. Aquela sensação ridiculamente satisfatória ao ver Sakura, até mesmo quando estavam discutindo sobre alguma coisa sem fundamento ou quando ele a irritava pelo péssimo gosto literário que ela possuía.

Bobagem... não era como se estivesse nutrindo algum tipo de afeto por ela, não quando se tratava de Sasuke Uchiha. Sem contar que, para ele, amor e relacionamentos afetivos eram apenas perda de tempo. Desejava profundamente que Sakura não tivesse pensamentos precipitados no futuro sobre eles.

Sasuke com certeza não era o príncipe encantado que Sakura esperava para sua vida. Ele não iria se declarar para ela. E para ele, ela também não precisaria jurar amor apenas para chupar o seu pau.

Ele era o garoto perverso que iria corrompê-la, que iria mostrar que ela não estava vivendo em um livro de romance clichê, onde o amor não é frágil e que essas coisas acontecem assim simplesmente. A vida é assim, afinal. Algumas coisas a gente só aprende na prática.

Ele riu com o pensamento desprezível, mas sabia que era tudo verdade. Gostava de jogar às claras sobre seus pensamentos e suas vontades, bom... até um certo ponto. Mas quando se tratava da Haruno, não era bem assim. Ela era dócil demais. Inocente demais. Boa demais para querer algo com alguém assim tão… perverso, carnal, tão cru, quase beirando o profano, como ele.