Azul

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Por não ter outro modo de saída me joguei em busca de seguir meu destino e dei de encontro com um aglomerado de água.
Em busca de voltar para o altar nadei por baixo da ponte que tinha sido inundada pela chuva. Já no altar, as estrelas que me acompanhavam fizeram o mesmo que as últimas quando cheguei aqui. Haviam cachoeiras despejando água em todo lugar e podia-se ver ela se acumulando em partes mais profundas.
Na parte inferior onde se acumulava mais água e nadei chegando a partes de terra firme onde continuei até encontrar uma caverna que descia cada vez mais.
A chuva não vinha até em baixo porém minhas roupas e cabelo já estavam molhadas para fazer um frio leve que foi cessado ao cair em uma poça meio funda com a água surpreendente quente.
A caverna em si era escura mal conseguia ver o que tinha na minha frente, uma névoa azulada fluorescente iluminava um pouco o caminho junto de algumas plantas que emanava certa luz, a água também brilhava belamente um azul tranquilizante ainda mais com alguns raios de sol que apareciam entre as frestas da caverna.
Após muitas descidas vejo uma pequena plataforma cercada de água e nela uma pessoa sentada, olhando para o nada, me aproximei do lugar quando chego lá encontro com Cesar.
"Oi Elizabeth, vamos?."
Ele me diz com um sorriso simpático e me acompanha na atividade aquática.
De ambos dos lados de onde estávamos existiam dois túneis, congelados, e Cesar rumava firmemente para um desses lados o que me fez olhar para ele surpresa.
Ele olha pra mim rindo da feição no meu rosto e me dando um pouco de raiva por isso joguei um pouco de água nele o fazendo rir um pouco mais.
"Tá com medo Elizabeth?"
Pergunta ainda entre risos e eu o respondo com uma cara emburrada e seguindo para a área congelada.
Estava frio, era inevitável não tremer, acho que até se estivéssemos secos, porém mais parecia me incomodar do que Cesar que caminhava determinado em direção de uma parte rachada do gelo.
Olhando para aquilo já sabia o que fazer quebrei o gelo com o escudo e descemos para onde encontramos a primeira estrela, utilizando borboletas agora azuis brilhantes e voltamos para a área superior.
Passamos novamente pelo lago que nós aquecia apenas para voltar a outra área gelada.
Daquele lado uma estrela era presa por um sistema de equilíbrio no qual foi necessário o dobro de força para destravá-lo já que as engrenagens aparentavam estar congeladas.

Antes de retornamos ao centro Cesar me pegou pelo pulso e me puxou para baixo, naquele mar não era necessário ar nos pulmões, não sentia falta disso.
Cada vez mais profundo, o mar era tingido levemente de vermelho e peixes poderiam ser vistos por toda a paisagem.
Explorando o local tendo Cesar como guia, fomos em quase todos os lugares, com exerção de uma área escura na qual ele me pediu para esperar, catamos mais estrelas e ele me levou para um tipo de lanterna as estrelas rodearam ela fazendo despertar uma tartaruga iluminada que utilizamos para chegar ao outro lado.

Voltando a parte iluminada eu pude ver um limite, não entendendo o que era fui mais próximo e ultrapassei voltando a sentir a gravidade me puxando para um lugar extenso, uma forma feminina de pedra se erguia como uma fortaleza.
Passando por dentro alcancei as suas mãos que derramavam uma fina lamina de água seu rosto agora completo era reconhecível, porem algo em mim me impedia de saber que era essa pessoa.
Assim que a observo mais seu olhos se abrem e pontos de luz se espalham no local, as paredes desaparecem mostrando uma lua enorme e brilhante em conjunto de um céu estrelado. Todo o resto do lura também desaparece mostrando apenas as partes superiores de palácios.

Estava tão imersa na observando a mulher de pedra na minha frente que nem vi uma sombra se aproximar destruindo a estrutura a minha frente e depois me envolver em escuridão.
Com algum tipo de impulso me lanço para fora, alcançando outra área de água, agora sozinha nadei rapidamente em busca de abrigo em um túnel, a sombra agora em forma de enguia me perseguia por meio daquele lugar cada vez mais apertado e escuro.
Entrei em uma área cheia de águas vivas brilhantes então percebendo que aquilo não me perseguia mais.

O lugar era pouco iluminado então eu nadava quase as cegas por toda aquela imensidão buscando uma saída quando de repente a enguia aparece novamente.
Usei todas as forças para fugir porém aquele mostro estava me alcançando, eu não sabia o que aconteceria se ele me pegasse porém estava próximo de acontecer quando a tartaruga que nos levou pelas águas escuras destruindo aquela matéria escura e Cesar que estava em cima dela me puxa para que eu os acompanhasse.

Nós saímos do animal e Cesar continuou seu trabalho de me levar pelo ambiente me levando para cima mais e mais, vejo os ambientes descendo e deixando para trás todas as belas paisagens que aquele lugar.
Pouco antes de voltar ao altar, Cesar se despede de mim faço o mesmo e continuo até o altar onde as estrelas fazem a mesma cerimônia que das últimas duas vezes.

Liz GrisOnde histórias criam vida. Descubra agora