Cosmo ↬ ᴛᴀᴇ + ɢɪ

𝘗𝘳𝘦𝘷𝘪𝘢

Há muito tempo atrás duas grandes nações inimigas travavam uma árdua batalha, mesmo ambas tendo jurado ódio eterno uma a outra no meio de tudo isso um amor juvenil e proibido nasceu através de juras de amor e trocas de flores por parte de ambos. A garota era frágil e encantadora como uma borboleta e o rapaz gentil e delicado como um buquê de flores, por inconveniência do destino esse amor acabou em um cruel derramamento de sangue, matando de maneira impiedosa o casal que permaneceu unido até o seu último momento, a rosa presa em suas mãos entrelaçadas eternizou suas memórias e o seu amor; dando vida a um jardim encantador.

Alguns anos depois um pequeno lírio alaranjado floresceu, sobressaindo-se sobre todas as outras flores daquele jardim, seus fios ruivos coloriam aquele jardim quase sem cuidados. As flores sussurravam ao seu ouvido dia e noite, o dizendo o quão doloroso era ser arrancada e entregue a um amor não correspondido, a tristeza murchava suas pétalas. O garoto cresceu abrigando todos aqueles sentimentos dentro de seu próprio jardim, ele chorava porque suas amigas não podiam chorar, e no fim suas lágrimas traziam vida mais uma vez ao jardim que aos poucos sugava todas as suas energias.

Ele sabia que morreria cedo ou tarde, viu isso acontecendo em seu futuro. O futuro estava sempre mudando, seja quando uma nova flor desabrochava ou até mesmo quando uma borboleta batia suas asas de uma maneira distinta, sabia disso, quando o seu corpo enfraquecia sempre que tirava de suas energias para garantir a sobrevivência das flores ele sentia que a morte se aproximava cada vez mais.

Seja pelo fato de suas súplicas terem se tornado mais frequente ou pela infeliz coincidência de estar sendo constantemente pelo seu futuro assassino. Conhecia-o bem, mesmo que nunca tenham trocado sequer uma palavra, um olhar ou algo parecido com uma apresentação amistosa, ele sempre o vira nos galhos grossos da cerejeira, esperando o momento certo para cortar a sua garganta e em seguida atear fogo no jardim – era isso o que o seu futuro dizia.

Ao menos na versão que ele escolheu seguir.

Quando seus olhos se encontraram pela primeira vez ele pôde visualizar exatamente um olhar sanguinário vindo de sua íris carmim, o rapaz de cabelos escuros finalmente percebeu que já tinha sido descoberto; e a ideia de falhar em uma missão o frustrava ainda mais. Por isso assim que o garoto de cabelos – agora – loiros o olhou por cima de seus ombros e em seguida se virou sorrindo largo ele rapidamente puxou a adaga e preparou-se para o ataque.

O tempo pareceu ficar lento assim que ele viu sua vítima estender seus braços como se estivesse o chamando para um abraço, o sorriso em formado em seu rosto o deixava ainda mais nervoso; e então ele saltou do galho em direção ao mais baixo que apenas inclinou sua cabeça, ansioso para o seu futuro escolhido finalmente realizar-se, seus olhos âmbar brilharam intensamente assim que ele analisou o rosto de seu salvador – assassino – o tapa-olho cobrindo um de seus olhos revelando apenas o brilho cor rubi deixava tudo ainda mais excitante e misterioso para si. Os cabelos pretos com pequenas mechas escarlates balançaram antes que ambos atingissem o chão, a mão forte agarrando sua cintura fina e a lâmina mortal da adaga sendo pressionada contra seu pescoço.

— Como sabia que eu estava aqui? — questionou ríspido, franzindo o cenho quando o garoto embaixo de si apenas sorria cada vez mais largo e da maneira mais adorável e serena possível. Ele sabia que se não respondesse aquele garoto o mataria rapidamente, por isso o fez. — Responda!

— Desculpe... Mas você não veio para me matar? — perguntou de maneira doce, irritando ainda mais o maior. — Faça isso logo, por favor. — em seguida fechou os seus olhos, sentindo uma enorme falta de ar ao sentir as raízes de seu jardim o apertarem por dentro sufocando-o conforme ele tentava relaxar.