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"Não é nada muito complicado." Peter diz enquanto anda do quadro até parar em sua mesa, olhos focados no seus alunos em suas cadeiras. "Vamos fazer um sorteio de alguns filósofos e depois de algumas temáticas, então vocês vão falar sobre o assunto na visão dessa pessoa." Ele disse e um sorriso inclinado a maldade surgiu em seus lábios. "Quero que vocês me convençam do que estão falando, como se fosse o próprio filósofo aqui na frente." Uma onda de risadas invadiu a sala.

"Até mesmo se nós não acreditarmos no que ele pregava?" Érica, uma garota loira e que adorava roupas curtas, perguntou.

"Definitivamente." Peter acenou e uns murmúrios de lamento foram ouvidos. "Será divertido se colocar no lugar de opiniões opostas as suas. Apenas tentem." Ele diz por fim e começa a passar pelas fileiras que formavam uma escada com dois potes nas mãos.

Scott estava, para dizer o mínimo, ansioso. Ele torcia seus dedos em antecipação e parou assim que percebeu o que fazia. Stiles e suas relíquias, pensou nostálgico ao lembrar do amigo fazendo o mesmo quando estava nervoso.

"Scott?" Peter chamou e o moreno pareceu perceber a presença do professor. Rapidamente ele colocou um mão em um pote e depois no outro, puxando um papel de cada e esperando Peter seguir para o garoto loiro que sentava atrás de si.

Ok, Scott pensou, não tinha nada a temer. Ele era um bom estudante e não teria tanta dificuldade assim nesse trabalho. Além do mais, ele teria um mês para desenvolvê-lo.

Respirou fundo e abriu o primeiro papel.

David Hume.

Hum, interessante. Ele lembrava dos ideiais um pouco radicais do homem, considerado até um antifilósofo. Não era alguém que Scott escolheria, mas daria conta, então, com um pensamento positivo, abriu o segundo papel.

Amor.

Scott franziu o cenho para a palavra. Não se lembrava de nem um texto do autor que falasse sobre esse tema. Com um suspiro frustrado, guardou os dois papéis em sua bolsa e resolveu que pesquisaria algo na biblioteca. Podia usar os computadores e os livros, misturando as informações e fazendo parecer que não colou de lugar nenhum. É, ele conseguia fazer isso, definitivamente.

Excerto que não, ele não sabia nem por onde começar a trabalhar depois que viu os dados escassos da Internet. Não de David, ele era famoso e muito cobrado em diversos vestibulares, mas não falava de amor. Ele usava pensamentos que podiam ser usados para qualquer assunto, mas Scott queria algo específico. Um texto, fosse pequeno ou grande. Droga, o moreno se contentaria até com uma simples frase naquele momento.

Tudo bem, Scott, sem stresse. Sua mente replicou enquanto ele deixava a sua pesquisa aberta no computador e sua mochila na cadeira para mostrar aos outros alunos que tinha alguém usando o aparelho. Você ainda tem vários livros que podem mostrar o que você procura.

Claro, livros sempre seriam melhor que a Internet no quesito qualidade de informação.

Caminhou até a repartição que falava dos filósofos, andando pela ordem alfabética dos livros até chegar na letra D.

"David Hume.." Murmurou para si mesmo enquanto deslizava os dedos pelos livros.

"Ali." Uma voz se fez presente e Scott assustou-se. Afinal, não havia ninguém ali quando ele entrara no corredor. "Ali." O garoto loiro repetiu quando o moreno o olhou e apontou para uma parte de prateleira que ele ainda não olhara. "Tem uns quatro livros do David Hume aqui." Ele se aproximou quando Scott não demonstrou sinal de que iria falar qualquer coisa, pegando um livro em suas mãos e entregando para o outro. "São incríveis."

como saber o que é amar?; 𝒔𝒄𝒊𝒔𝒂𝒂𝒄Onde histórias criam vida. Descubra agora