Nós, é sobre partes.

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No nosso país não se vendem bolos inteiros, nem metade. Eles vendem apenas uma fatia, parte por parte, uma por uma, e costumava achar isso irritante aquilo só  faria com que ficasse mais e mais tempo na fila caso quisses o bolo todo, mas depois dele uma fatia era o suficiente, o bolo todo era o mundo e aquilo era demais, queria ele e apenas ele, queria só uma fatia. 

Era assim que os dois eram, parte por parte, estação por estação, um de cada vezes era assim que os pé funcionavam assim era como caminhavam para a parte de trás do prédio e era como se conheciam, olho por olho, juntos eles fumavam e conversavam e as vezes até mesmo comiam, mas é obvio que não durava por que o sol sempre ia embora no fim da tarde, não o julgava até por que não tinha motivos, o sol o mantinha quente durante o dia e na noite ali estavam as outras partes. 

Todos são feitos de partes nem tudo é obscuro e nem tudo é muito claro pois caso fossem aquilo já seria algo inteiro e nada é inteiro, buracos também são partes e estarem vazios não os fazem menos importantes. E depois que o sol se foi ele voltou, parte por parte, ao prédio que a ruínas ainda era uma parte de si, e quando se tornou obscuro, parte por parte, desmoronou. 

De seus olhos a lágrimas, de seu estômago ao vaso, do chão a lua. De parte por parte, ele guardou comendo só um pedaço de sua fatia de bolo, para que parte por parte fosse emocionante, para que tudo fosse parte por parte. 

Pois nós, é sobre partes. 

Prazer meu nome é, Plutão.Onde histórias criam vida. Descubra agora