Prólogo

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Harry

O estresse da semana na empresa era o mínimo dos problemas que eu estava tendo naquele momento, encarei a janela do carro onde a paisagem mudava conforme o veiculo se locomove. Nunca pensei que seria tão difícil carregar tudo sozinho, mas eu tinha feito uma promessa para Margot que tomaria conta de tudo, foi a última coisa que ela me pediu antes de partir, que eu cuidasse bem dos nossos quatro filhos, e cá estou eu a decepcionando.

-Harry? Está ai? - Ryan meu secretário perguntou do outro lado da linha chamando minha atenção.

-Estou. - Me aprumo e volto a me concentrar na ligação. -Não tem alguma forma de negociarmos com ela? Eu duplico o salário, dou qualquer coisa para que ela não se demita.

-Eu já falei isso, mas ela disse que não quer mais, a mulher está traumatizada, também não é pra menos já que ela quase teve os cabelos queimados. - Coço a minha testa já prevendo uma dor de cabeça. -Ela já é a decima segunda babá Harry, depois dessa eu liguei para a agencia e eles disseram que não irá mandar mais nenhuma outra por questões de segurança.

-Já tentou outra agência?

-Praticamente todas de Chicago e ninguém aceitou mandar alguém. - Droga! Só faltava essa, mas uma coisa para eu me preocupar.

-Não tem mais nenhuma outra opção?

-Infelizmente não...A não ser que... - Ele pausa.

-A não ser que? - O pressiono sem paciência, eu detestava quando Ryan enrolava um assunto e não chegava logo ao o ponto.

-Que você os deixe com os avós em Montana.

-Não! Isso nunca! - A irritação me dominou, eu nunca mandaria meus filhos para outro lugar longe de mim, eu tinha prometido a Margot. -Tem que haver uma forma Ryan! E se colocarmos algum anuncio na internet?

-A internet tem muitas pessoas malucas que são capazes de tudo, não acho uma boa ideia.

-Você tem razão, não posso colocar qualquer um para tomar conta dos meus filhos.

-Não sei o que fazer mais... - Ryan diz. Aperto meu celular na mão e entre dentes falei.

-Eu não quero saber, quero que você encontre uma pessoa urgente! As crianças chegam da casa dos avós na segunda e eu preciso de uma babá. Apenas dê um jeito e só me retorne quando tiver uma pessoa para ser contratada.

Desliguei o celular e coloquei de volta no meu bolso. Inspirei com força tentando me acalmar, eu tinha que ter uma conversa muito seria com meus filhos quando eles retornassem de Montana. Desde que Margot se foi eu não conseguia arrumar uma babá que ficasse muito tempo, foram doze em mais de um ano. A última que ficou por cinco meses foi a que mais estava durou, ela pediu demissão depois teve seu travesseiro cheio de bombinhas caseiras, eu precisei pagar uma fortuna para ela não precisar ir para os meios judiciais, também não é pra menos, a coitada quase teve seu cabelo tostado.

Nesses um dois anos e meio sem Margot nada estava indo bem, era ridículo assumir isso, mas eu estava desesperado, não com o fato de ser pai, eu amo meus filhos incondicionalmente, mas é muito difícil passar pela paternidade sem um apoio materno, ainda mas com quatro filhos. Isso mesmo, eu tinha quatro, um numero bem recheado considerando que comecei cedo no ramo. Eu e Margot nos conhecemos no primeiro ano da faculdade em Yale, eu me encantei por ela no primeiro segundo que pus meus olhos nela, ela tinha vindo de Montana, seus pais eram fazendeiros, mas o sonho dela era estudar psicologia por isso se mudou para New Haven, eu estudava administração já que assim que me formasse tomaria conta dos negócios que minha família tinha. Começamos a ter um relacionamento e em poucos meses veio a primeira bomba, Margot ficou grávida, eu estava prestes a fazer dezenove nunca pensei em ser pai tão novo, minha família não aceitou já que eu tinha engravidado uma filha de fazendeiro que segundo eles não era apta para mim, eu não abaixei a cabeça e optei por não desistir de Margot e nem do bebê, eu a amava e não iria abandona-la com um filho meu no ventre, nos casamos pouco antes do bebê nascer.

Minha querida Babá (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora