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Noah Urrea

Mal cheguei à oficina e já escuto um gemido frustrado. Olho para trás vendo-a parada, olhando escandalosamente o seu carro.

― Qual o problema? ― pergunto.

Tenho que manter os meus olhos longe dos seus quadris, uma voltinha e ela me daria à honra de apreciar a sua bunda empinada.

― Você acabou com o meu carro ― Sua voz sobe duas oitavas.

Olho para o seu carro para ver o que eu fiz de errado.

― Seu carro está pré-pronto. ― Dou de ombros.

― O quê? Você tirou a tampa da frente ― Ela aponta.

Eu não acredito que ela se refere ao carro daquela forma. Jogo a minha cabeça para trás e gargalho.

― Isso não é tampa, tolinha, e sim capô. ― Sorrio, vendo o seu olhar furioso.

Gosto de irritá-la, algo dentro de mim se diverte com isso.

― Vai entregar o meu carro assim? ― Aponta para o seu carro.

Olho com a testa franzida, pensando no assunto.

― Se começar a me irritar vou ― respondo grosseiramente. ― Tive que tirar o seu capô para consertá-lo ou você queria desfilar o presente do seu pai com a tampa amassada? ― ironizo com um sorriso e cruzo os meus braços.

Ela muda o seu peso de um pé para outro e pisca para tentar manter o olhar longe de mim. Eu não entendo a sua reação e me parece que ela está tentando se afastar.

― Vá por uma camiseta. ― Ela faz uma careta.

Dou um sorriso pelo desconforto que causo a ela.

― Está te incomodando? ― Eu não posso deixar de ser malicioso.

Ela pigarreia fracamente.

― Não precisa se exibir, Noah. ― Cruza os braços com força.

― Estou te deixando desconfortável ― afirmo e me viro para o escritório.

Dou alguns passos à frente e me viro para ver se ela me segue. O seu olhar devorador me pega de surpresa e me sinto confuso.

― Q-que foi? ― Ela levanta os seus
pequenos ombros, como se não entendesse minha reação.

― É para você me seguir. ― Aponto para os meus aposentos.

Ela pisca desconfiada.

― Estou bem aqui. ― Ela está pensando que vou fazer algo com ela? Franzo a testa. (N/A: ela quase foi abusada sua anta)

― Só vou te passar os gastos e um telefone para que não precise vir a pé até aqui ― asseguro.

Ela se endireita de maneira cômica e passa por mim, entrando no meu escritório de nariz empinado. Assim que observa a minha sala, os seus olhos se arregalam.

O que seria de uma oficina se não tivesse revistas e pôsteres de mulheres sensuais? (N/A: uma oficina normal?) Mia nunca entrou nessa sala e jamais entrará. Sina olha para a minha mesa com horror e escondo a minha diversão. No entanto, noite passada já havia feito o preço dos custos mais os do Mercedes, pego o recibo e lhe entrego junto com o cartão. Os seus olhos se arregalam ao ver o valor.

― Mas por que tudo isso? ― ela engasga.

― Está junto com o seu estrago no outro carro ― explico.

― Eu não tenho esse dinheiro ― ela parece uma gata mimosa ao falar.

― Ué! Use o do seu papai. Você não disse que ele pode pagar? ― Cruzo meus braços.

Tudo Por Você | Adaptação Noart༄Onde histórias criam vida. Descubra agora