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A casa foi totalmente limpa e os quartos de hóspedes arejados,os empregados passaram o dia todo atarefados e um cheiro delicioso vinha da cozinha,mesmo ainda sendo cinco horas da tarde.
Dali algumas horas os lideres da organização de Washington DC ,chegariam , entre eles o  don *Dante Guerra,ele vinha conhecer e oficializar seu noivado com Felippa que naquele momento estava trancada no quarto com um cabeleireiro e maquiador,sendo preparada como um cordeiro para o sacrifício.

Aquele situação era revoltante ,mas estavam todos de mãos atadas,eu me sentia um fracasso por não poder ajudar minha irmã caçula,que nos últimos dias agia como se já estivesse conformada com seu destino.

Se eu ainda tivesse a mesma graça e beleza de Felippa ,talvez pudesse ser sacrificada em seu lugar,mas longe disso.

Observei meu reflexo no vidro da janela por onde eu cuidava a movimentação,eu não me achava feia,apesar de crescer ouvindo o contrario de meus pais,mas estava longe do ideal de beleza.
Eu gostava do meu rosto,dos meus olhos escuros e meus lábios naturalmente vermelhos e cheios,meu nariz levemente arrebitado,mas meu corpo tinha curvas demais, enquanto todas as mulheres da minha família exibiam silhuetas esguias, como modelos de passarela , eu estava acima do peso considerado adequado,coxas grossas demais,barriga saliente,quadris arredondados que constrastavam com seios pequenos.
Eu era um ponto fora da curva , entre as famosas beldades da família D'Angelo.

-Fran ... Fran , vem brincar com a gente.
Cinco  rostos infantis me encaravam expectantes,a casa estava cheia de convidados de nossa própria família, que haviam sido chamados para testemunhar o sacrifício de Felippa , e os filhos vieram junto, minha irmã caçula, Valentina ,sorria feliz entre eles, ela quase não tinha com quem brincar e exultava sempre recebíamos visitas.
- Vocês já não deviam estar quietos na ala infantil?
Perguntei,tinha certeza que ouvira mamãe pedindo para que a babá os mantivesse na sala reservada para eles , conseguia imaginar a comoção que a desobediência dessa ordem causaria.
-Vamos fran,queremos brincar de cabra cega, vai ser divertido.
Sorri , eu não conseguia negar nada para aquelas pestinhas.

Eu estava vendada,e tonta ,depois de ser girada diversas vezes,os risos sapecas das crianças eram meu guia na penumbra, estiquei os braços e tentei alcança-los,ouvia os passos apressados pela sala e as provocações.
- você nao me pega... lalalalala -as crianças cantarolavam, eu ria também, realmente estava me divertindo,depois de passar o dia preocupada.
Alguem passou correndo por mim e quase peguei, segui nessa direção, as mãos tateando ,exultei quando meus dedos tocaram um tecido macio.
Espalmei as mãos, tateando e me deparei com um corpo sólido,sob a maciez da roupa,músculos abdominais se contraíram em contato com meus dedos , a sala ficou estranhamente silenciosa.
Removi a venda e dei de cara com uma imaculada camisa branca, que vestia com perfeição um peito solido,ergui os olhos para me deparar com um par de olhos verdes fixos em mim.
Eu nunca fora olhada daquela forma,os olhos dele pareciam estar bebendo cada detalhe do meu rosto , como uma tola , me senti corar ate a raiz dos cabelos.
- Parece que você foi pego Dante.
A pronúncia daquele nome acendeu uma faisca de ódio em mim,olhei para o outro homem parado no umbral da porta e novamente para o homem diante de mim.
Aquele era Dante Guerra,o homem que iria destruir a vida de felippa.
- Dante...
Repeti,quase num sussurro,os olhos verdes dele brilharam com algo que não identifiquei.
-sim.
A voz dele era grave e levemente rouca,combinava com sua aparência,eu gostaria de negar, mas era impossível, Dante Guerra era a personificação da beleza masculina,era uns bons dez centímetros mais alto que eu,os cabelos cortados curtos e um pouco despenteados , como se ele tivesse acabado de passar a mãos pelos fios louros.
Tinha um rosto aristocrático e o maxilar naturalmente marcado,todo seu rosto era iritantemente  perfeito, ele era alto , magro ,mas forte , eu sentira seus músculos através da seda da camisa, músculos sólidos e bem distribuídos.
  - E quem é voce?
"Quem é voce?"
A pergunta foi feita num tom exigente,de alguém acostumado a dar ordens,ele exigia saber quem eu era, mesmo que a pergunta fosse polida.
- Ninguém importante.
Respondi simplesmente,em um ato bobo de rebeldia.
- Me diga seu nome.
Dessa vez foi num tom de comando , ignorei e comecei a me afastar , dando pequenos passos para trás,me virei e dei de cara com cinco rostinhos infantis olhando impressionados pra os dois homens parados na entrada.
Sorri para eles, ignorando o homem a  minhas costas, o homem que iria se casar com felippa , o homem que exigira saber quem eu era.
- vamos continuar brincando.
Falei dando as mãos para minha irmã e o filho de uma prima nossa.
Toda as crianças se reuniram ao meu redor,arrisquei uma olhada para a entrada,mas não havia mais ninguém lá, respirei aliviada, lembrando dos olhos verdes  fixos em mim.
Ninguém nunca me olhará daquela forma, estremeci .

Horas depois deixei as crianças na ala infantil e segui até o quarto de Felippa , bati e logo a porta foi aberta,minha tia favorita e confidente, Laura DAngelo sorriu para mim do umbral e me convidou a entrar.
- Vou aproveitar que você chegou e descer para dar uma olhada nos preparativos do jantar.
Assenti e ela se foi.
Felippa estava parada diante do enorme espelho vitoriano,com minha mãe terminando de arruma-la.
Minha irmã estava deslumbrante, em um vestido branco,o tecido de organza era suave e combinava com ela, acentuava seu ar virginal e delicado, seus cabelos haviam sido escovados e arrumados em um penteado elegante,usava também um delicado conjunto de diamantes e sapatos de tiras finas.
Uma inocente virgem sendo entregue ao lobo mau.
Ele se apaixonaria perdidamente por felippa, ela era apaixonante e bela como uma manhã de primavera.

Seus olhos azuis me viram no reflexo do espelho e se voltou para mim.
- Que bom que você veio,fico mais calma com você aqui.
- você está tao linda.
Ela sorriu,mas o riso não chegou aos seus olhos.
- Não sei se não é um pouco exagerado para um primeiro encontro.
Ela comentou se voltando novamente para o espelho e alisando a saia do vestido.
-É claro que não- minha mãe interrompeu- você tem que estar impressionante,Dante Guerra está acostumado a andar acompanhado das mulheres mais bonitas do pais , você tem que supera-las.
-A diferença é que Felippa nem é uma mulher ainda, e não é obrigada a impressionar esse casanova de áraque,Não a pressione tanto.
Me voltei para minha irmã.
-você está perfeita,e eu vou estar lá com você o tempo todo.
- Como será que ele é?
Felippa se questionou,eu poderia o descrever , pois jantar o vira,mas as palavras ficaram presas na minha garganta.
- E você?
Minha mãe apontou para minhas roupas simples, shorts e uma blusa levinha.
-Pretende aparecer assim no jantar?,qpusera p
- Não,mas eu me apronto rapidamente.
Sofia D'Angelo deu de ombros.
-  Bom,coloque um vestido preto ,pra disfarçar suas gorduras,não queremos que nos envergonhe num dia tão importante.

Felippa olhou feio para ela,mas eu fingi não ouvir,minha irmã ja estava muito nervosa pra se ver em meio a outro drama.
-Vou me trocar -falei simplesmente , me despedi de minha irmã e deixei o quarto,indo em direção ao meu.

Fui direto pro banheiro,tomei um
Banho rápido , hidratei minha pele e passei meu perfume favorito a base de baunilha,fiz uma maquiagem simples ,só ousando no batom vermelho,e deixei os cabelos soltos .
Fui até o closet e peguei o primeiro vestido preto que vi, já estava pronta para vesti-lo,mas parei em meio a ação.
" coloque um vestido preto para disfarçar suas gorduras..."
-Hoje não mamãe.
Entoei decidida, coloquei o vestido preto de volta na arara e peguei outro,um vermelho.

Robert Pattinson   Como    Dante Guerra

Robert Pattinson   Como    Dante Guerra

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