20_ Eu queria ser céu.

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- Ele te pediu? - A encarei.

Eu sentia ciúmes do Josh, mas no fundo sentia que ele era um cara legal, por isso no começo quis que a Diarra ficasse com ele, eu realmente não esperava isso.

- Pediu.- Diarra assentiu.- Ele disse que não era nada contra você, ele só não ia namorar uma garota que ten um cara que vive na casa dela.

- E o que você disse?

- Eu disse adeus.- Ela me olhou e soltou uma risada fraca.

Eu a puxei para mim lhe dando um abraço. Diarra não pareceu ligar de eu estar sem camisa, mas eu estava feliz. Ela havia me escolhido e eu nem saberia o que fazer se ela se afastasse de mim por causa daquele cara.

- Não ta arrependida ne? - segurei seus ombros a afastando de mim.

- Não né Noah? Até parece que eu ia me afastar de você por causa dele. Eu não me afastaria de você por mim.- Ela falou olhando nos meus olhos.

A uns dias atrás aquelas palavras não teriam tido efeito em mim que tiveram agora.

- Eu digo o mesmo.- Sorri pra ela ainda segurando seu rosto.

Só Deus sabe a imensa vontade que eu tive de beija-la aquele momento. Era insano!

Eu queria muito, meus olhos focaram em seus lábios levemente rosados e eu senti que perderia meu controle se não me afastasse dela.

- Você ta me esperando a muito tempo?- Ela perguntou me fazendo voltar a mim naquele momento.

- Não.- Neguei a soltando e saindo de perto da mesma.

- E como foi na casa da Sina? - Diarra perguntou caminhando até mim.

Eu me sentei novamente no degrau da varanda e ela se sentou ao meu lado.

- A gente conseguiu ensaiar, a tentou me beijar e no final descobri que ela só estava andando comigo pra fazer os trabalhos e tirar uma nota alta.- Falei tudo rapidamente e dei de ombros depois como se fosse algo comum que acontecesse todos os dias na minha vida.

- Nossa.- Diarra olhou pra frente.- Parece que nenhum de não dois tem sorte no amor.- Ela riu.

Eu olhei pra ela imaginando se ela nunca teria cogitado a ideia de eu sentir algo por ela. Eu não sabia disfarçar sentimentos, não sei como não notou ainda que eu tenho a a olhado igual um bobão todo o dia.

- Fazer o que né.- Ri e Diarra começou a abanar com as mãos.- Ta com calor?

- Não, eu gosto de sacudir minhas mãos.- Ela falou num tom de deboche e eu a puxei bagunçando o seu cabelo.- Para! - Ela pediu enquanto ria.

Eu olhei para o lado perto da parede e uma ideia brilhante surgiu na minha mente. Uma ideia que talvez fará Diarra me xingar eternamente, mas irrita-la era meu maior dom.

Eu sai de perto da mesma depois de pegar o celular da mão dela e coloca-lo num lugar seguro junto do meu e fui em direção a enorme mangueira enrolada na parede.

- O que vai fazer? - Diarra perguntou confusa.

Eu peguei a mangueira, desenrolei a mesma e liguei. Depois que começou a jorrar água, eu me molhei sentindo o frescor. Estava um calor dos inferno ali, como diria Carla, parecia um maçarico.

Depois de me molhar, olhei para Diarra que ainda me encarava. Eu abri meu sorriso perverso e ela arregalou os olhos.

- Não Noah.- Diarra se levantou na esperança de entrar em casa, mas eu corri até ela antes que a mesma pudesse fazer isso.- Não! Eu não posso molhar essa roupa!- Ela implorou, mas eu ignorei como sempre.

Eu a peguei no colo enquanto ela se debatia e a levei para perto do portão fechado onde eu havia me molhado.

- Ta calor, sossega.- A coloquei no chão e antes que a mesma corresse em direção a varanda de novo, eu a molhei totalmente com a mangueira.

Diarra me encarou com as mãos erguidas enquanto seu cabelo que agora estava escorrido a deixando super engraçada caia em seus ombros.

- Você tem problema! - Ela me empurrou e eu direcionei a mangueira pra ela de novo molhando seu rosto.- NOAH! - Ela gritou com as mãos na frente do rosto. Abaixei a mangueira e ela começou a tocir.- Eu engoli água idiota.- Eu gargalhei com aquilo e a mesmo riu logo depois.

- Filha? - Ouvimos a mãe dela e olhamos para a mesma que estava em frente ao tanque de lavar roupa com um balde cheia de água na mão e outro ainda enchendo.- Não deixa barato não, toma.

Diarra sorriu maleficamente pra mim e correu até sua mãe pegando o balde.

- Não! - Corri de um lado para i outro enquanto Diarra vinha atrás de mim. Infelizmente eu tropecei no cadarço do meu tênis e cai no chão.

Diarra me alcançou e jogou a água do balde em mim, água que estava muito mais gelada que a da torneira.

- Ta gelada é? Ta gelada neném? - Diarra perguntou com um sorriso e eu olhei para mãe dela que estava enchendo outro balde.

- Ah é tia? Ta contra mim? Então é guerra.- Me levantei e corri até o tanque.

- Não, eu não! - A mãe de Diarra correu para a porta que tinha ali, que dava para a cozinha e fechou a tempo antes que eu a molhasse. Sim, eu a molharia, e ela sabia disso.

Eu estava com um balde na mão olhando para ela que do outro lado do vidro fazia careta pra mim e olhei para Diarra que apenas observava aquela cena rindo.

Diarra notou que eu estava olhando pra ela e tentou correr, mas eu era mais rápido. Cheguei na mesma  e lhe joguei o balde de água fria.

- Senhor jesus! - Ela falou sentindo a água percorrer seu corpo.

- Amém.- Respondi rindo e ela riu em seguida.

De fato, fazer a Diarra rir não era a mesma coisa que fazer qualquer outra garota rir.

Eu antes a fazia rir porque era divertido, mas agora eu a faço rir porque seu sorriso me deixa bem.

- agora to com frio.- Ela abraçou seus braços.

Diarra foi até o varal onde tinham algumas toalhas estendidas e pegou duas. A mesma cobriu os ombros e os braços com uma e me deu a outra.

Eu olhei para o céu enquanto me cobria com a toalha e vi que era fim de tarde. E o céu estava muito bonito.

- Vamos no telhado?

- Agora? Eu tenho que tomar banho pra faculdade.

- É so um pouco.- Uni minhas mãos com quem orava para implorar e ela sorriu.

- Tudo bem. Mas só um pouco.- Eu sorriu e logo fomos em direção a escada.

Eu e Diarra subimos até o telhado, e como eu havia visto, o céu estava fantástico.

Eu amava ficar olhando o céu, ainda mais em fim de tarde.

Nós nos sentamos a beira um lado outro e eu olhei pra cima.

- Eu queria ser o céu.- Falei calmamente.

[•••]

Continua...

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