21_ Caixa postal.

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- Como assim?- Diarra me perguntou.

- Queria poder te ver sempre aonde quer que fosse.- sorri para a mesma que não obteve expressão naquele momento.- Queria poder te proteger de todas as pessoas ruins e de te privar de sofrer por qualquer coisa.

- Você já faz isso Noah.- Ela sorriu.- Eu tenho a certeza que se soubesse que o Josh não era lá um cara legal, não teria nem deixado ele chegar perto de mim.

- Verdade.- Ri e Diarra se aproximou.

A mesma apoiou sua cabeça no meu ombro e enquanto balançava as pernas na beira da lage.

- Você ja me protege. Mesmo que não possa me ver em todos os lugares.- Ela falou calmamente.- E Deus me livre te ter em todo lugar que eu for.- Ela soltou uma risada.

- Ah você me ama.- A abracei forte a fazendo se inclinar e rir Daquilo.

- Ei! - A mesma se livrou de meus braços e me deu um tapa no braço. Ela olhou pra mim enquanto eu passava a mão no lugar onde ela havia batido e acabou rindo.- Sim, eu amo você coisinha.- Ela apertou as minhas bochechas me fazendo fazer uma careta.

Depois que Diarra me soltou eu a olhei com um sorriso.

- Eu também te amo.- naquele momento minhas palavras tiveram mais peso do que o normal.

Não foi a primeira vez que eu havia dito que amava, até porque não era de hoje que a amava. Mas naquele momento as minhas palavras tiveram um sentido diferente.

Eu não a amava mais por de amizade, eu amava mesmo. Eu estou apaixonado e não sabia por quanto tempo mas conseguia esconder.

Eu senti que Diarra havia notado que eu estava diferente quando a mesma ficou me encarando com muito interesse.

- O que foi? - Perguntei tentando transparecer naturalmente e olhei pra frente, o sol acabando de se pôr.

- ... Nada.- Ela respondeu depois de ficar em silêncio por alguns segundos.

Nós voltamos a ficar em silêncio apenas sentindo a brisa fraca. Era incrível a sensação de bem-estar que eu sentia ao lado dela mesmo sem estar a fazer nada.

Eu não queria sair dali, o que tem sido algo comum toda vez que eu estou com ela, mas Diarra olhou para o seu relógio de pulso e arregalou os olhos.

- Noah eu to atrasada! - Ela se levantou correndo e eu apenas a olhei.

Eu me sentia um tremendo bobão por isso, mas era como se uma parte de mim se afastasse todas vez que ela ia embora.

Me virei para frente vendo que o sol já havia ido e senti uma pontada na minha cabeça.

Foi uma dor, mas uma dor rápida, não como estava vindo ultimamente.

Todos diziam que eu precisava ir ao hospital ver isso, mas eu não estava preocupado. Sentir dor de cabeça quando se fica tempo demais ouvindo música nos fones ou assistindo video com a cara no celular é normal.

Afinal, eu precisava fazer isso, era o jeito de aprender as coreografias, então eu não estava preocupado.

Sem muito escolha eu desci até a casa e ouvi o meu celular apitando perto da janela da varanda, onde eu o havia deixado.

Fui até o mesmo e o peguei vendo que eram mensagens do Lamar.

Lamar: Ai Noah, eu tenho ingressos pro jogo do joinville amanhã, quer ir comigo?

Noah: Basquete?

Lamar: Sim. Eu tenho três ingressos, eu ia levar meus irmãos, mas eles tem passeio da escola. Se quiser ir, pode levar sua amiga também.

Eu sorri com aquilo e entrei na casa de Diarra.

Se havia surgido um pretexto para passar mais tempo com ela, era óbvio que eu aceitaria.

Eu fui direto para seu quarto que estava com a porta encostada e abri devagar ainda olhando para o celular.

Noah: Acho que vou sim. Vou ver se ela quer.

Eu deixei de encarar o celular e olhei para a frente vendo algo que eu não esperava.

A porta do quarto estava encostada por um motivo: Diarra iria trocar de roupa.

Assim que a olhei, a mesma estava de costas pra mim e havia acabado de tirar a sua blusa ficando apenas com seu sutiã preto.

Eu não disse nada, não consegui. Assim como também não conseguia me mover dali.

Diarra prendeu seu cabelo ainda de costas pra mim e se virou arregalados os olhos assim que me viu.

- Noah? - A mesma colocou a mão sobre o peito demostrando ter levado um susto.- Quer me matar? O que ta fazendo aqui?

- Eu... Er...- Perdi as palavras por um tempo e logo a mesma percebeu para onde eu estava olhando.

Diarra esticou seu braço até sua cama e pegou a almofada cinza que ali estava. A mesma a jogou na minha cara me fazendo acordar para a vida.

- Ta perdendo a noção? - Ela perguntou rindo.

- Eu? Eu não fiz nada.- Dei de ombros.- Eu só queria te chamar pra assistir uma partida de basquete amanhã comigo e um colega meu da faculdade.

- Claro.- Diarra sorriu.

Diarra não jogava muitos esportes, mas ela gostava de assistir. O que era bom  pois me fazia companhia.

Eu voltei a olhar pra ela e quis dar um tapa na minha própria cara para deixar de ser idiota. Eu nunca soube disfarçar nada!

Diarra notou e no instante jogou outra almofada na minha cara.

- Ok, to saindo.- Sai do seu quarto fechando a porta em seguida e me encostei nela.

- Que cara é essa garoto? Parece que viu fantasma.- A mãe de Diarra apareceu ali segurando uns produtos de limpeza.

- É, eu vi.- Passei as mãos no meu rosto e ouvi um celular na varanda. Me lembrei na hora que o celular de Diarra estava lá e fui até o mesmo que tocava wild thougths de Rihanna. Essa música já é o toque do celular dela a tanto tempo que sempre que alguém liga pra ela, todos presentes cantavam junto com a Rihanna.

Eu peguei o celular dela assim que cheguei na varanda e vi que era um número desconhecido.

Como poderia ser algo importante, resolvi atender.

Noah: Alô?

Número desconhecido: Quem ta falando?

Noah: eu que pergunto, você que ligou.

Número desconhecido: Aqui é o Josh.

Noah: Ah, é você. A Diarra ta ocupada. Quer deixar um recado? - Perguntei num tom de deboche.

Josh: É você né Noah? Por sua causa a Diarra não quer mais nada comigo.

Noah: Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa postal e estará sujeito a cobrança após o sinal. PII! Caixa postal não está disponível no memento.

E assim eu desliguei.

[•••]

Continua...

Noah é o auge kkkkkk

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