42_ Nós aceitamos seu livro!

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Eu dormi nos braços de Noah e como eu já havia dito antes: Desejei dormir ao lado dele todas as noites.

A semana, ao contrário do que eu queria, passou tão lenta quanto a aula
de matemática em plena segunda.

Sim, eu não suporto matemática. Na verdade eu não suporto nada de exatas, não é atoa que eu faço letras.

Noah me buscou na faculdade todos os dias aquela semana. Ele saia da faculdade, ia pra minha casa, cantava uma de suas musicas e pulava a minha a janela. Passava o dia comigo, ia comigo pra faculdade e me buscava depois.

A gente passou, literalmente, a semana inteira juntos.

Toda essa aproximação nossa, apenas me fez crer que eu estava loucamente apaixonada por ele.

Hoje finalmente é sábado. O sábado que mais ansiei em toda minha vida. O sábado demorou tanto a chegar que eu quase chamei de "fim de quarentena".

Agora eram onze da manhã. Eu estava na frente do espelho terminado de passar creme em meus cachos para ir ao almoço com a senhorita Doris.

Eu estava nervosa. O fato de finalmente isso estar acontecendo me deixava ansiosa e com as mãos suando frio.

-Relaxa, Diarra.- Falei olhando para meu próprio reflexo no espelho.- Vai dar tudo certo. Você esperou por isso a sua vida inteira.- Forcei um sorriso tentando por na minha cabeça que tudo daria certo e olhei para a porta pelo espelho.

Minha mãe estava parada ali com um sorriso.

Talvez tenha sido apenas uma impressão minha, mas ela estava diferente. Seus olhos pareciam um pouco vermelhos.

-Ta tudo bem, mãe?- Meu tom de voz com Certeza, demostrou o quanto eu estava estranhando aquilo.

-Claro que está, filha.- Ela veio na minha direcao e sorriu novamente, dessa vez, o sorriso pareceu maia sincero.- Vai dar tudo certo nesse almoço, eu sei disso.

A mesma segurou meus ombros me olhando profundamente.

-Eu nem acredito que isso ta acontecendo. Eu devo tudo a você, ao papai... Ao Noah.- Um sorriso tímido se formou no meu rosto e eu olhei pra baixo.

-Nós temos muito orgulho de você, querida. Sei que será uma escritora incrível.

-Obrigada.- Sorri a encarando e em seguida me uni a ela em um abraço aconchegante que, de alguma forma, diminuiu minha ansiedade.

Eu sai de casa uns minutos depois levando apenas meu celular, minha carteira e minha pasta onde estava um de meus livros.

Cheguei no restaurante marcado com a senhorita Doris e não demorei a avista-la sentada com um homem de cabelos grisalhos e um belo sorriso.

Assim que me aproximei, Doria se levantou e parou a minha frente.

-Olá, Diarra!- A mesma me abraçou.- Tudo bem?

-Ola.- Sorri.- Tudo sim. Eu demorei muito.

-Nada,que isso.- Ela bateu sua mão no ar e se sentou. O homem ao lado dela se pós de pé e estendeu a mão pra mim.

-É um prazer, Diarra. Espero que não se importe de eu almoçar com vocês, sou o pai da Doris.- Apertei sua mão.

-O prazer todo meu. Não me importo não.- Sorri e me sentei na outra cadeira.

Nós pedimos o que iriamos comer e logo Doris me pediu para dar uma olhadinha na história.

Eu tirei o livro da minha pasta e o entreguei a ela começando a sentir o mesmo nervosismo.

E se ela não gostar?
E se achar muito amador?
E se achar um lixo e dizer que jamais publicaria algo assim?

Meus pensamentos pessimistas foram interrompidos por Doris.

-Eu li a sinope e, sinceramente, ja me cativou.- Ela falou num tom simpático que me fez relaxar os ombros.

Eu estava tão tensa.

-A quanto tempo escreve, Diarra?- O homem perguntou.

-Acho que desde o fundamental. É claro que as primeiras histórias que eu escrevi não eram nada boas, mas eu tentei me aperfeiçoar com o tempo. E o senhor? Trabalha com a mesma coisa que a Doris?

-Oh não, eu não sou da área da literatura.- Ele riu.- Eu sou médico cirurgião.

-Nossa, eu acho uma profissão incrível! Infilizmente eu não me dou bem com biológicas.- Ele riu novamente.

-Eu também não me dava. Pelos menos não na escola.

-Ok pai. Não da corda, Diarra, se não ele não para mais de falar. Daqui a pouco vai querer te contar toda a história de como foi a primeira cirurgia dele.- Doris o interrompeu me fazendo rir.- Olha, não li tudo, obviamente, mas só o que eu li, ja fiquei impressionada.

-Fico muito aliviada.- Suspirei.

-Você tem um enorme talento. Seu livro além de nos fazer se apaixonar, nos faz rir também, isso é um dom de poucos.

-Nós aceitamos o seu livro.- O pai dela falou na frente dela e a mesma o encarou.- O que foi? Eu sempre quis falar isso.

-Eu sempre quis marcar a hora da morte de alguém no hospital, mas nem por isso fico te interrompendo.- Ela cruzou os braços.

-Desculpa.- O tom de deboche na voz dele era nitido. O home  abaixou a cabeça e olhou pra mim com um sorriso.

-Como eu estava dizendo...- Doris posicionou suas mãos sobre a mesa a minha frente e sorriu pra mim.- O seu livro é incrível, Diarra. Eu vou leva-lo à minha equipe e nem breve será publicado.

Eu quis gritar, pular, comemorar como uma boa brasileira, mas eu estava em um restaurante sentada a mesa com pessoas importantes, tinha que me controlar.

-Muito obrigada, Doris!- O meu sorriso naquele momento não tinha nem como ser medido.

-Não precisa me agradecer querida. Depois que minha equipe avaliar tudo, acertamos direitinho,ok?

-Ok.- Eu estava animada. Não podia esperar para ver o Noah e lhe contar que tudo havia dando certo.

Meu coração acelerou de repente só de pensar nele. Eu ainda estava morrendo de curiosidade para o que ele iria fazer mais tarde.

Naquele momento, com a maior coincidência, o meu celular vibrou. Era ele.

Noah: Eu já acertei com seu pai. Às 18h ele te trará até mim.

[•••]

Ai que ansiedadeeeeee...

Continua...

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