Nine☘

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- Bem vinda a Toronto Kessel.- paramos em frente a enorme parede de vidro transparente do aeroporto com uma Vista incrível da enorme Toronto banhada por neve.

- É linda. - ela me olha sorrindo. - obrigada por me proporcionar isso Alex.

Sorrio irônico.

- Acredite, por mim você não estaria aqui. - ela gargalha.

- Acredite que em menos de vinte e quatro horas Adam também estará aqui.

- Acredite que eu não espero menos dele. - seguro os ombros dela. - Não deixaria minha namorada viajar para outro pais com outro cara mesmo ele sendo meu melhor amigo.

Ela nega.

- Não somos namorados nem nunca fomos.

- Porquê cabell é um otário. Mais você sabe o que eu quero dizer. - ela assente.

Viro e começo a mancar com minhas muletas.

- Sei sim, assim como sei que não só ele virá como os outros Também.

É claro que eles vem.

É sempre a mesma história, nesta data meus pais fogem para algum canto do mundo especificamente fugindo de mim, eu fujo para Toronto e minha família vem atrás. Meus Losers.

Megan e eu pegamos um táxi e fomos para o meu apartamento.

- Eu tive uma idéia!- Megan pula do sofá da sala me assustando.

- Quer me matar mulher?- dramatizo com a mão no peito e ela gargalha.

Faço sinal para ela continuar.

- Já que você não tem coragem de ir falar com Ever que tal uma carta?

- Uma mensagem?

- Não idiota você está surdo? Eu digo uma carta.

- Uma carta física? Digitada?- Megan me taca uma almofada.

Mulher valente.

- Calma kessel eu não sou besta. Eu sei o que é uma carta mais eu não vou fazer isso. - soa tão gay.

- Por quê não? Você pode escrever uma carta de desculpando, pedindo desculpas ou até mesmo se declarando, e se não obtiver respostas você simplesmente age como se nada tivesse acontecido e segue em frente.

Até que não era uma má idéia.

- Minha caligrafia é horrível.

- Mais dá para entender. - debocha.

- Eu vou pensar.- me levanto - mais não vá criando exctativas.

Caminho em direção a porta.

- Eu não demoro. - saio do apartamento e caminho até o elevador.

Eu tinha menos de duas horas antes da gangue chegar.

Eu precisava de um tempo só com minha dor, eu os amava mais as vezes eles eram tão invasivos e nem ligavam de invadir meu espaço pessoal, e nada que eu fizesse mudaria pois como dizem, pau que nasce torto morre torto.

Desci pelo elevador até o térreo peguei um táxi e pedi para ele me levar até o cemitério que ficava a lápide de jansen.

Aqui jaz Jansen Steele Underwood, bom fillho e irmão, um garoto excepcional e zueiro, uma pessoa feliz e companheira cujo seu bem mais precioso é a família.

Nascido em 04/07/2004 Falecido em 28/ 11/ 2018.

Sim, a tempos a trás o mais importante para todos nós era a família, fazíamos de tudo para vê o outro feliz mesmo que para isso tivéssemos que sacrificar nossa própria felicidade, e eu vi isso, no momento que eu mais precisei ele teve ali do meu lado me animando e levantando meu astral com seu toque humorista.

Jan foi uma das pessoas mais importantes da minha vida e sempre será.

Na vida passam muitas pessoas, algumas apenas passageiras, outras vão, outras ficam e outras até voltam. E eu queria muito, queria que meu irmão voltasse e se eu pudesse tirar a minha vida para dar a ele eu faria sem nem cogitar pensar, pois em parte eu tirei sua vida e nada e nem ninguém mudaria minha forma de pensar pois era a realidade mesmo que eles não vissem. Mais eu não podia fazer nada a não ser lamentar.

As vezes eu me perguntava porquê levar ele e não a mim? Ele era um garoto feliz e sonhador com planos e um futuro brilhante pela frente, já eu? Eu não passo de um fudido que no período tava desiludido e de mal com a vida desejando a morte do que sentir o que eu sentia. Por quê deus levou ele e não a mim? Era eu quem desejava morrer e não ele.

Dizem que deus escreve certo por linhas tortas, e talvez ele seja a mais pura verdade, ele levou o irmão certo e deixou o torto, levou inteiro e deixou o quebrado, levou jansen e deixou o fudido Alexander. Cômico.

Não sei por quanto tempo fiquei ali me maldizendo, me azucrinando e me lamentando pela perda do meu maninho.

Só sai dali quando senti um corpo quente me abraçar por trás.

- Já era hora. - debocho baixinho.

- Eu odeio você.

- Também te amo maninha. - abraço Alexa e ali ficamos nós dois encarando a lápide de jansen.

Nem me atrevi a olhar para trás já sabendo que todos estavam ali, eu só não sabia que poderia me surpreender mais ainda naquele dia.

- Imagina se ele tivesse aqui hoje ?- Lex pergunta com a voz embargada.

- Eu imagino...

- O maior pegador de malibu. - adam completa.

- Ele participaria conosco do Ampsurf. - diz Chris.

- Seria estudioso e a luz da família. - ouço a voz do meu pai e o encaro incrédulo.

Ali estavam eles, meus pais tão acabados quanto eu mais ainda assim sorriam emocionado.

- Me desculpa meu amor. - minha mãe se lança em meus braços. - me desculpa por re culpar por algo que você não tem culpa.

- Mãe....

- Não deixa eu falar, fomos horríveis com você nos últimos dois anos, fomos os piores pais do mundo, te evitavámos e te culpavámos, eu sei que você se sente culpado e nada que façamos vai mudar isso mais eu quero que saiba que nós te amamos e que faremos o possível para sermos melhores de hoje em diante. - abraço.

- Obrigado. - sorrio e beijo sua testa. - nada vai mudar isso mais eu agradeço, é um peso a menos ver seus olhares acusadores sempre que estão em casa.

Meu pai me abraça e assim toda a gangue vem junto. Eles sim são um peso que eu quero carregar, são meus amigos, minha família a minha cruz e a minha espada e eu não trocaria nada por isso.

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De Volta Para O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora