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R E N A T A

Thomas estacionou o carro em frente à sua casa e encostou a cabeça no encostou do banco quando os meninos saíra, fechando os olhos em seguida

- o que ele tem

- uma virose

A resposta veio rápida, como se ele estivesse pensando nisso o caminho todo até aqui, e acho que realmente estava

- não mente para mim assim, na maior cara de pau, sei quando está mentindo, cai muito nas suas mentiras - me enclinei em sua direção, ficando mais perto dele para provoca-lo

- você sempre foi esperta mais nunca conseguiu me superar em uma mentira

Essa foi a vez dele de chegar mais perto, nossas respirações quase se misturando, passei a mão no cabelo jogando ele para o lado e olhando Thomas por baixo dos cílios, um sorriso ladinho apareceu em sua boca

- esse joguinho de sedução não vai funcionar comigo

- que joguinho - me fiz de desentendida

Me levantei e fui para cima dele, sem sentar no seu colo, me apoiei nos joelhos que estavam ao redor da sua cintura

Foi rápido, e acho que não pensei direito, porque apenas fechei meus olhos e raspei meus lábios nos dele, de leve, suave, macio e delicado

Abri a porta do carro e sai como um foguete, mais não sem antes andar rebolando, e entrei em casa, soltei o ar que nem sabia que estava segurando e toquei os lábios com as pontas dos meus dedos, não acredito que isso aconteceu, não foi um beijo, nem um selinho, foi....

Alguma coisa....

(....)

Você é louca, estou começando a achar que Candy tem razão

Jonh digitou no aplicativo de mensagens e me mandou, estava eufórica e precisava contar para alguem, não aguente a ansiedade de esperar até amanhã, não que eu esteja gostando do Thomas ou coisa do tipo, mais se sei que ele tambem está "brincando" comigo, quer dizer que tenho chances de ganhar sua confiança, a diferença entre nós dois é que eu tenho uma vantagem

Nem fale uma coisa dessas, aquele bastardinho não perde por esperar, ele vai pagar tudo que me fez, principalmente aquela noite jonh

Renata....
Apenas preso pela sua sanidade, vingança faz mal, e logo você que é tão pura e inocente

Você é o único que pensa assim, tenho que desligar jonh, nos falamos outra hora

Bloquiei o celular e voltei a me jogar na cama, eu sei que parece errado brincar com os sentimentos alheios, mais Thomas merece, ele já me fez mal, e é algo que nunca vou perdoar, nunca vou esquecer, ver os olhares de pena em mim, algo que comecei a Odair des desse dia

- filha

Meu pai abril a porta e jogou uma pilha de papéis em mim

- o que é isso ?

Peguei alguns de cima de mim e o repriendi depois que li o que estava escrito no envelope

- se não quiser ler tudo bem, jogue fora, rasgue, queime, as enterre, não me importo, é sua vida, você decide o que fazer, mais não aguento mais guardar isso, a cada duas semanas chega uma nova, se não as quer, então fale com ela, ligue, dê um telefonema, se não quiser escutar a voz dela, mande uma carta, mais ou você da um fim nisso de uma vez por todas, ou leia essas malditas cartas

Foi tudo que ele disse antes de sair pela porta a batendo logo em seguida, os olhos dele estavam vermelhos o que indicava que tinha chorado, e eu odiava o ver assim, saber que era minha culpa, não gostava de fazer meu pai chorar, ele e meu irmão eram minha unica família agora, a mulher que eu chamava de mãe agora só era uma mulher que me mandava cartas, como uma desconhecida, não sabia mais quem ela era, não ligava para o que fazia, e essas cartas que ela me mandava eram apenas papel....

Me levantei abruptamente da cama peguei uma bolsa e coloquei todas elas

- aquela vadia de merda não é minha mãe, minha mãe morreu quando saiu por aquela porta !

Odiava aquelas cartas, senti um rastro no meu rosto como uma pequena cosquinha, limpei rapidamente, prometi a mim que nunca mais choraria por ela, é não iria ser agora que quebraria minha promessa

Abri a porta do quarto e encontrei meu irmão parado na frente de sua porta com um semblante triste e assustado, sabia que ele tinha escutado tudo, bati a porta do quarto com força o que fez ele dar um passo para trás

- Rena...

Não o deixei terminar, sai andando, desci as escadas e bati a porta dos fundos, peguei um balde e andei até o fim da rua

Essa cidade era pequena, então não seria difícil chegar onde eu queria, meu lugar, onde eu poderia ficar sozinha com meus pensamentos

Andei um pouco até chegar no fim da rua, entrei um pouco adentro da floresta e logo avistei a fita vermelha amarrada no galho da árvore segui as fitinhas até chegar na casinha que ficava encima de uma árvore, um balanço branco de cordas e madeira

Joguei o balde no chão e abri a bolsa jogando todas elas na dentro, me ajoelhei e rasguei todas deixando só os picadinhos de papel, peguei um frasco de perfume que tinha dentro da bolsa e despeje lá dentro, junto com o frasco de vidro, peguei um dos papéis escritos que tinha caído para fora e acendi o isqueiro, coloquei fogo no papel e antes dele queimar por completo eu não pude evitar de ler um pequeno pedacinho

Renata, seu pai me disse que
Está se tornando uma bela mulher,
Que seus cabelos continuam vermelhos, estou feliz que não tenha mudado

Filha, eu quero que me perdoe, entenda o meu lado, sei que te magoei e nunca me perdoaria por isso, mais eu....

Não terminei de ler, a carta foi pegando fogo até chegar onde eu lia, e eu apenas a joguei junto com as outras

Vi o fogo queimar nove anos da minha vida, vi ele queimar as palavras daquela mulher, vi ele acabar com aquele sofrimento idiota, ela só trazia tristeza a essa família, e eu estava cansada de tanta mágoa, não ligaria, a última carta será minha, a última que mandarei, e direi que nunca mais me procure

×××××

Nossa menina muito magoada, agora sabem de quem são as cartas misteriosas do primeiro capítulo

um pouco grande mais é isso rsrs

Até flechinhas ❤🏹

PRETO NO BRANCOOnde histórias criam vida. Descubra agora