- Marina?
Marina: ... eu passei meses pensando como eu entraria aqui novamente, o apartamento ainda está do mesmo jeito, mesmo com tantas bagunças, ainda está do mesmo jeito... também passei meses analisando as minhas palavras, o que eu conseguiria te dizer... estando aqui no meu quarto, no meu lar.... mesmo eu sabendo que esse lar é meu, eu sinto como se não fizesse mais parte dele e isso me dói. Paulo, era você que deveria me dar explicações, eu vim aqui pra isso, pra que você me explicasse tudo, mas estando aqui, eu não necessito mais de explicação alguma. – Ela estava sentada na poltrona olhando pra janela, estava linda, com o semblante triste, mas ainda continuava linda.
- Eu te procurei há meses pra contar tudo, Marina eu errei sim, eu err...
Marina: Errou, mas todo mundo comete erros, era isso que você iria me dizer? Dizer que se arrepende do que fez? – Falou tudo isso sem olhar na minha cara, ela mal me olhava...
-Sim, eu errei e me arrependo,você não sabe o quanto isso me dói, peguei pesado com você, fui fraco, fui covarde!
Marina: Me pergunto apenas uma coisa: Se isso não tivesse vindo à tona, você ainda escolheria ficar errando? - Ela me encarou e eu a encarei de volta, porque não, não iria mais errar, tanto que eu que encerrei tudo com a mãe dela, eu quem dei o basta!
- Não ficaria errando, porque quem deu o basta fui eu! Quando tudo isso começou eu não minto que fui fraco e me deixei levar, eu mesmo me coloquei nessa situação de covarde e eu mesmo sai disso, eu quem terminei tudo!
Marina: Terminou tudo? Eu ainda entendo de cálculos Paulo, e a soma não está batendo! Como alguém quer terminar um relacionamento se declarando totalmente apaixonado por outra mulher que não seja a mulher dele? Você realmente se arrependeu do que fez?
- Nunca me declarei a sua mãe, nunca disse que a amava! – Seu olhar mudou, era um olhar de nojo, de raiva.
Marina: Você está tendo a oportunidade de se explicar, mas ainda assim você prefere mentir? Eu olho pra você e me dá raiva, mas não de você, de mim... como pude me deixar enganar, nunca notei um comportamento seu leviano, nunca notei um comportamento promíscuo da sua parte, nunca notei o quanto você levava nosso relacionamento em banho-maria quando estava transando com a Madalena!
- Amor, por Deus, nunca me declarei a sua mã...
Marina: Não diga que aquela mulher é minha mãe, entendeu? Uma mãe jamais faria o que ela fez, como também um verdadeiro marido faria o que você fez! Os dois agiram de má fé comigo, os dois foram covardes, nojentos, podres e não ouse culpá-la, nunca ouse fazer isso, porque você tem mais culpa, com quem eu dormia era você, quem me tirou de casa foi você, quem foi falso querendo um casamento cheio de mentiras foi você!
-Marina, nosso casamento nunca foi de aparências, eu te amo...
Marina: Cale-se, cale-se! Você não sabe o que é amor e nem eu sei, sabe porquê? Eu deixei de trabalhar por várias vezes pra suprir suas vontades, seus caprichos, e você achando que a sua mulher poderia dar bola pro amigo dela, enquanto você estava me apunhalando pelas costas, com ciúmes e implicância com a pessoa que me deu abraço e abrigo, enquanto o meu marido estava transando por várias vezes com a mulher que me colocou no mundo! Você é extremamente machista, pobre de espírito, se acha o correto, chantagista!
-Chantagista?
Marina: Usou da minha amizade com o Eduardo pra impor regras, chantagem emocional, usava disso pra decidir sobre o meu emprego querendo me fazer dona de casa, do lar, e enquanto eu me dedicava com o maior amor, você estava se declarando pra Madalena, ai eu te pergunto: como é comer a mãe e a filha?
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Tentação
RomancePessoas fracas cedem às tentações.... O sofrimento... O divórcio... A loucura... O recomeço...