Teoria de Lee Felix

Capítulo 1

Cansado.

Era isso que eu estava sentindo, cansaço.

Não é pra menos, depois de mais ou menos treze horas dentro de um avião, eu finalmente cheguei à Coreia.

Ter parentes australianos é complicado para mim, não que eu esteja reclamando, até porque eu gosto de ir todo final de ano com a família para Austrália; visitar os parentes, amigos, e se aventurar nas ruas de Sydney. Ir para baladas, ingerir bebidas álcoolicas, beijar pessoas e muitas outras coisas consideradas vulgares pela sociedade opressora.

Não que eu não faça isso na Coreia, mas por ser um país mais conservador, eu com certeza seria mais julgado pela população. Ainda mais sendo um ômega sem alfa e não marcado, mas não é como se eu ligasse para as pessoas que só sabem julgar a vida alheia com comentários preconceituosos.

Não é como se eu ligasse para os olhos julgadores quando não estou usando roupas fofas e delicadas que ômegas normalmente usam.
Não é como se eu ligasse para os comentários desnecessários quando estou me divertindo e sendo eu mesmo.
Não é como se eu ligasse para as fofocas da minha faculdade quando estou agindo com "atitudes de alfas".
E não é como se eu ligasse para as pessoas falsas que chegam em mim sem a verdadeira intenção de fazer amizade comigo.

Mesmo com a sociedade botando pressão para que eu esteja andando nos padrões de ômega, eu vivo minha vida como eu bem quero. Não dando satisfação a ninguém, além de meus pais; e mesmo vivendo minha vida assim, eu nunca dei desgosto para minha família, pelo contrário, tudo o que eu consegui conquistar até hoje é motivo de orgulho para famíliares e amigos que sempre estão me apoiando.

O fato é que eu quero ser - e sou - independente em algumas coisas, mas por querer isso eu sou um tanto quanto julgado pela sociedade que diz que para um ômega sobreviver precisa de um alfa e ser submisso. Besteira.

Mas ainda bem que eu tenho o apoio das pessoas que realmente se importam comigo, porque né, vamos concordar que eu, Lee Felix sou o ser mais amigável do mundo, e nem é exagero.

mas voltando para a linha de raciocínio.

Eu estou nesse exato momento chegando em casa, exausto, e com minhas duas irmãs ao meu lado dormindo, ou diga-se de passagem, roncando.

Bufei alto e irritado, "não é possível que eu não vá consegui dormir" pensei vendo que minha omma também estava dormindo no banco da frente, sobrando os únicos acordados, eu e meu appa - esse que dirigia o carro.

Eu sei que não estou conseguindo dormir porque passei a viagem toda ansioso para chegar em casa depois de passar dois meses fora; de começar mais um ano letivo e de encontrar sete pessoas, ou como eu os apelidei carinhosamente, "carrapatos".

Eu sei que esse ano vai ser diferente, eu quero que ele seja diferente.

Eu não passei as férias todas pensando sobre a última conversa que tive com a sana, minha amiga, atoa.

~' FLASHBACK ON '~

Lá estava eu e Sana na área de lazer da minha casa, estavamos aproveitando o último momento juntos, antes de eu viajar para a Austrália.

Eu estava sentado na borda da piscina mexendo os pés na água pensando sobre o quanto eu vou sentir falta dos meus carrapato. Todo ano é assim, sempre quando as aulas letivas da universidade acabam, eu e minha família vamos para Austrália visitar outra parte da minha família em Sidney, passamos o Natal, Réveillon e só voltamos quando o semestre começa, ou seja, em fevereiro.

— Felix! — Me desperto com a voz de sana me chamando, olho pra trás e avisto ela deitada na espreguiçadeira, murmuro um "oi" para que ela continue falando.