CAPÍTULO 7

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Estou percorrendo os corredores com dois guardas e uma das minhas criadas de encalço.

Das minhas duas criadas gêmeas idênticas eu não consegui achar nada para diferencia-las, agora chamo ambas de SS, e por sinal elas adoraram o apelido, dizendo que não tinham nunca recebido um.

Enfim chegamos a sala de jantar do Rei. É um lugar grande com uma mesa grande, com diversas cadeiras que eu aposto que nunca foram ocupadas a não ser uma.

Lá estava ele, o Rei. Olhando diretamente para mim, não quero imaginar o que passa na cabeça daquele verme nojento.

- Os demais estão dispensados - e assim todos saem deixando ele e eu sozinhos nesse ambiente gigante.

- Sente-se humana

Não questiono e sento na cadeira que ela indica a sua esquerda.

Assim que me sento ele pega um prato e deposita algumas comidas nele e o coloca na minha frente para que eu possa comer.

Aquilo é tão intrigante, um Rei feérico servindo um prato de comida para uma humana. Acho quem nem em dez reencarnações eu viria isso. Talvez minha indignação estivesse explícito no meu rosto

- Não se preocupe eu não faço isso sempre. Só com aqueles que eu quero algo.

- O que você quer de mim ?

- Não se preocupe minha jovem. Não vou machuca-la. Eu só estou mantendo uma imagem

- Que imagem ?

- Uma na qual você vai participar. Caso contrário eu matarei você e sua família do outro lado do oceano. Certo minha jovem ? - sua voz é tão serena para uma ameaça desse nível.

É com muita repulsa que eu consigo fala:

- No que eu vou participar ?

- É isso que eu gosto de ouvir.

Por um tempo ele não fala enquanto come sua comida.  E se eu não fosse tão orgulhosa estaria atacando toda essa comida com cheiros perfeitos. Frutas frescas, chás, sucos, pães e diversas outras coisas cobrem a mesa.

Depois de comer sua comida ele limpa seu rosto graciosamente e fala:

- Eu não vou machuca-la se não fizer o que eu vou falar para você fazer exatamente.

Mais uma pausa torturante para minha ansiedade enquanto ele pega mais comida para colocar no prato e se serve de um pouco de chá.

- Eu não vou tocar em você. Porque eu não gosto de humanos e muito menos de mulheres humanas. Nem mesmo das fêmeas de minha terra me satisfazem pois eu gosto de machos. Entende ? - ele haje com total indiferença pelo que ele acabou de falar para mim

Meu silêncio faz com que ele interprete que eu não entendi sobre o que ele falou, mas acho que estou encaixando as peças disso...

- Para os feéricos é abominável um macho gostar de outro e é por isso que eu me casei. Queria provar para todos que eu gostava de fêmeas, mas eu não gosto. As pessoas acharam que era só um casamento por conveniência, o que realmente era. Meu amante de me disse para manter uma imagem, então tive um filho, um filho macho e espero que ele seja um grande soberano um dia. Já o conheceu ?

- Sim - falo com um leve tom de raiva pois não gostei muito de acordar com o filho dele com os olhos em cima de mim.

- Mas meu filho não é o porquê de você estar aqui. Você está aqui para fingir ser uma de minhas amantes

- Por que não uma fêmea e sim uma humana como eu ?

- Por que as fêmeas só gostam de seus machos por várias motivos mas o principal motivo é que elas querem foder com eles, enquanto vocês humanos procuram tanto por um amor e bens materiais que foi mais fácil. E também por não serem imortais, vocês morreriam facilmente com um segredo.

"Você vai fingir ser minha amante. Não irá contar para ninguém meu pequeno segredo. Caso contrário você irá presenciar uma morte tão lenta e dolorosa, assim como sua família e amigos do seu continente. Entendeu ? - sua voz é grave e ameaçadora e eu só tô totalmente no que eu fui colocada como se estivesse recebendo uma facada"

- S-sim... - a palavra quase não sai da minha boca

- Muito bem. Agora está dispensada.

Quando estou prestes a me levantar ele fala um último aviso :

- É bom não tentar fugir, caso contrário as consequências não ceram boas. E você só poderá ficar no meu castelo sem sair para a minha cidade. Estamos entendidos ?

- S-sim

- Agora saia, humana. - a palavra humana parecia ter um garoto horrível em sua boca.

Saí da sala quase correndo. Os guardas me acompanharam para meu quarto e fecharam a porta em um segundo, no outro eu já sentia que as lágrimas corriam pelo meu rosto.

Me torne PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora