CAPÍTULO 4

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A viagem durou cinco dias, pelas minhas contas, e pela quantidade de vezes que eu era alimentada - muito pouca por sinal, mais ainda boa para saber - então eu estou presa nesse navio a cinco dias com mais outras prováveis nove pessoas gritando por comida, água e principalmente gritando por causa de suas dor. Acho que essas pessoas não vão concluir o trajeto se tivéssemos demorado mais alguns dias.

A minha porta se abre e o macho féerico que eminentemente nesses dias eu descobri que seu nome era Gonxe entra na minha cela frechada e escura pronto para me levar para me oferecer ao rei.

Quando saio da minha cela eu percebo que o barco não é tão grande assim e que é tudo tão nojento que agradeço a Deus por estar lá em baixo longe desse horror repugnante.

Desembarcamos e já posso ver que estamos em uma cidade grande, provavelmente deve ser a capital pois vejo um castelo gigante localizado na ponta de um penhasco. Tudo aqui parece um pouco com as coisas humanas. Por exemplo o castelo é grande e tem torres altas como qualquer castelo humano.

Mas a cidade é cheia de coisas e animais andando por todos os lados, é assustador ver um leopardo andando no porto mas ele parece ser um féerico. Apesar de nós humanos não sabermos muito sobre esse lado da vida tão próximo de casa, tão parecido mas.ao mesmo tempo tão diferente e estranho.

Gonxe não perde tempo em me empurrar em uma carroça em direção ao castelo, afinal eu sou o maldito presente embrulhado com um laço gigante na cabeça para o maldito soberano.

Mais uma vez estou em uma cela, só que dessa vez a minha cela tem três paredes de madeira e a porta é cheia de ferro, pelo menos tenho a chance de ter uma visão da cidade.

Aqui é incrível, as casas são tão coloridas e tem várias lojas de roupas, comidas, peles... Minha cara de felicidade cai ralo abaixo quando sinto cheiro de esgoto nojento, acho que deve ser bom ser humana nessas horas e não ter o ótimo olfato dos féericos e sentir esse cheiro melhor do que qualquer humano, a náusea me sobe a garganta e por pouco eu não coloco as tripas para fora.

As pessoas nas ruas param o que estão fazendo e vão direto olhando na direção da carroça onde estou com olhares abismados e me deixa totalmente desconfortável pois eu odeio ser o centro das atenções e principalmente ser o que as outras pessoas olham com olhares estranhos.

A carroça para e escuto o meu raptor falar com o que parece ser um guarda.

- Trouxemos um presente para o rei - fala Gonxe com um tom de voz que parece ter... orgulho? Eca

- Não fomos avisados da sua mercadoria Senhor Gonxe Delenior - fala o que eu defini como guarda para o... Espera! Ele chamou o nojento do Gonxe de senhor ? Isso é novidade para mim.

- Foi porque parte dela foi entregue pelas portas laterias de desembarque, essa mercadoria deve ser entregue diretamente para o Rei da Corte da Fauna. - Corte da Fauna?? Agora eu estou oficialmente confusa.

Depois disso eu escuto passos que parecem vindos em minha direção e em seguida vejo um sentinela me... fiscalizando. Ora seu filho da mãe. Faço uma cara feia e depois viro meu rosto para o outro lado. Infelizmente agora não vou cuspir na cara dele pois provavelmente o cuspe não atravessaria as barras de ferro e eu iria parecer uma garotinha idiota.

O sentinela sai e vai para seu posto e depois eu escuto muito barulho do que eu acho que é a abertura de uma grande porta bem trancada aparentemente e então voltamos a andar.

Me tiraram da minha cela e agora estou sendo levada para algum lugar e senhoras e senhores olha que engraçado como não fui direto para o quarto de foda do Rei?

Mais grandes portas se abrem e então eu sei exatamente o que é isso pois estou na sala do trono do Rei da Corte da Fauna e ali está ele olhando para mim com uma cara que eu não consigo definir suas expressão, esses féericos são difíceis de se ler viu.

- Vossa Majestade Real, Rei de dos os bichos e nosso soberano - Fala Gonxe e em seguida se ajoelhando para o rei e me jogando no chão em seguida, com isso meus joelhos caem diretamente no chão e faço o possível para não gritar de dor para o Rei e todas essas pessoas.

- Levante-se - fala o Rei totalmente entediado

Gonxe se levanta mas não faz menção de me levantar junto nem que seja com algum puxão.

- Meu rei eu não poderia vir me mãos vazias para seu lar, então eu trouxe meu presente para o senhor - Gonxe puxa minhas correntes e levanta meu rosto para o Rei.

O Rei tem aparecia de um homem no auge de seus trinta anos só que aposto que ele tem bem mais que isso, diria que alguns séculos de maldade. Ele é um macho de estatura média, um porte muscular médio, cabelos castanhos avermelhados e olhos profundamente vermelhos, é esses olhos que o torna horripilante.

Um arrepio sobe pela minha coluna enquanto Gonxe me segura pelo cabelo para que o rei possa me avaliar, e ele me avalia lentamente, assim como todos os outros súditos presentes nesse cômodo gigantesco que quanto mais o rei me olha mais eu quero sair correndo e simplesmente sumir.

- Essa humana frágil é realmente muito bonita apesar de estar muito suja e provavelmente muito fedida - após um longo tempo me avaliando o rei fala com um pouco de nojo, porém ele está gostando também pois ele fala em seguida - mas aposto que ela ficará muito mais bonita quando estiver limpa e de baixo de jóias.

- Com certeza meu senhor, ela ficará deslumbrante - Gonxa fala com orgulho e isso me enoja mais.

- Você será levada para um quarto e será cuidada para que fique mais bela - com se já fosse ensaiado duas criadas e dois guardas se aproximam de mim e me levam para o que eu acho ser a minha próxima cela.

Me torne PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora