𝕻𝖆𝖗𝖙𝖊 𝕿𝖗𝖊̂𝖘

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Não entendia como ou o por  que, mas estava ali, viva, e não sabia como sentia-se, a euforia dessa conclusão a deixava confusa e ao mesmo tempo anestesiada, a sua volta encontrava-se deitada na cama de um quarto extremamente branco, ainda confusa mas sabia que estava em algum hospital, ouvia o barulho baixo de um aparelho que estava a seu lado, seus olhos ardiam pela luz forte e em sua mente lhe vinha suas últimas memórias.

Ela lembrava-se de ter sido invadida pela flecha, a pele sendo cortada enquanto sentia-se cair, mas ela também se recorda da dor aguda em seu peito quando tomou fôlego e olhos azuis temerosos a sua frente, era sua ultima memória. E agora ela estava ali, acordará a dez minutos, e continuava estática naquela cama, ninguém estava por ali e ela estava confusa de mais, presa em seus próprios pensamentos nem notara quando a porta fora aberta silenciosamente e uma figura loira passar por ela, foi quando ouviu um "Meu Deus" vindo ao seu lado que saiu de seus pensamentos. 

A figura a sua frente estava com uma expressão de susto e alívio.

- Não se mexa, vou avisar a enfermeira que você finalmente acordou - Disse a olhando e logo depois saindo rapidamente do quarto, mau teve tempo de concordar ou lhe perguntar qualquer coisa para a figura loira. Menos de dois minutos lá estava ela e uma enfermeira passando pela porta.

- Boa noite senhorita, meu nome é Carmen e sou a enfermeira daqui, pode me dizer seu nome? - Disse com a voz calma e simpática enquanto se aproximava da cama.

- Ange-Angelique - Sua voz saíra fina e frágil, agora notará como a garganta estava seca. Sede, ela sentia sede! Meu Deus, viu seu coração disparar mais rápido ao passo em que  máquina a seu lado bipava acompanhando sua emoção, a enfermeira e a loira se olharam.

- Busque um como de água pra ela, sim? - Disse Carmen para a loira, enquanto a via assentir e ir porta a fora. - Bem Angelique, você consegue me dizer se você se lembra de algo? - Disse arqueando suas sobrancelhas enquanto a analisava. - Pode apenas balançar a cabeça para sim ou não - Completou ao passo em que retirava os eletrodos do peito da jovem.

Ela se lembrava, óbvio, e novamente a confusão lhe cobria adornando sua mente, como poderia estar viva depois de tudo e como poderia sentir sede? E aquele medo que estava a invadindo? Não compreendia, sua mente trabalhava a todo o vapor, não podia dizer nada sobre sua vida, não podia contar-lhes sobre ser cupido, de forma alguma. A mulher a sua frente a olhava com calma, com isso apenas balançou a cabeça negativamente, eles não podiam saber do seu passado.

A loira passou pela porta novamente com uma garrafinha de água e canudos, a enfermeira sussurrou algo em seu ouvido e viu a loira a olhar, enquanto abria a garrafinha e assentir para a enfermeira.

- Bom Angelique, você ficará esta noite por aqui para que possamos acompanhar seu caso e termos certeza que nada irá lhe acontecer, essa é a senhorita Razel - Disse apontando para a loira e ela abriu um pequeno sorriso enquanto sussurrava um "olá" - Ela irá ficar com você e explicar sobre tudo, amanhã se tudo seguir bem, terá alta. Tenha uma boa noite. - Disse e virou-se para ir embora - Ah, qualquer coisa me chame, estarei de plantão a noite. - Finalizou enquanto saia do quarto.

-Bom, então se chama Angelique? É um belo nome - A loira que agora sabia se chamar Razel se aproximou da cama - Tome, precisa molhar a garganta caso queira falar sem se sentir péssima - Dizia enquanto levava a garrafa com o canudo dentro para que pudesse sugar o conteúdo.

O líquido gelado desceu pela sua garganta como um afrodisíaco nunca provado, gelado, maravilhoso. Nunca havia tido tal sensação, a sede bateu ainda mais ao passo que sugava quase que desesperadamente o conteúdo do garrafa, ouviu então uma risada baixa, enquanto sentia a garrafa se afastar.

- Calma, não beba tão rápido, pode se engasgar. - Disse risonha 

Angelique sorriu fraco retribuindo, respirou fundo e encarou a loira a sua frente enquanto a via tampar o resto do conteúdo da garrafa.

- C-como vi-im parar aqui? - Disse, sua voz ainda fraca porém não doera como da outra vez ao pronunciar as palavras, viu Razel a olhar triste, puxou a cadeira que estava encostada na parede sentando-se a sua frente.

- É uma longa história Angelique - Disse suspirando - Você está aqui á três dias, sou do departamento de policia de Los Angeles, recebemos um chamado - Sua voz soara baixa, Razel não sabia se falar que recebeu um chamado de um  possível suicídio era propício, a menina nem lembrava do que fizera, nem nada, seus pensamentos temeram a reação da moça, decidindo assim excluir aquela parte - Encontramos você em um balcão, achamos que estava morta, mas quando Bryan chegou perto de você... - Balançou a  cabeça e riu pelo nariz, desacreditada, Angelique não sabia quem era esse Bryan, mas parecia algum amigo que trabalhava junto com ela - Bom, trouxemos você até aqui e estava tudo bem com você, mas você não acordava, e não havia motivos para isso, seus exames estão bons, mas ainda assim...

- Entendo - Disse, dessa vez sua voz soara limpa e sem erros - Eu não me lembro de nada de antes de estar aqui, apenas sei que acordei aqui. - Disse olhando para suas mãos em seu colo. Doce mentira.

- Amanhã poderemos conversar melhor, Bryan virá e vocês poderão conversarem, ele anda meio aéreo com alguma coisa ultimamente, mas tenho certeza que ficará feliz em saber que você acordou, como disse ele que descobriu que estava viva - Disse Razel sorrindo, Angelique sorriu de volta. Estava interessada nesse tal Bryan, sentia que era ele o qual os olhos azuis pertenciam, seu coração deu um leve salto quando pensou nessa possibilidade. 

-Tudo bem - Disse por fim.

A noite seria longa até o amanhã chegar, a ansiosidade desse motivo a fez ficar a maior parte da noite acordada, mesmo após a janta e algumas trocas de palavras com Razel e da mesma dormir em um confortável poltrona ela continuou ali acordada, pensando, até que o cansaço venceu, e ela se entregou para o breu.

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⏰ Última atualização: Feb 18, 2021 ⏰

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