dear festival! ✔ [nash grier, cameron dallas, matt espinosa]

if I tremble

Passou uma semana desde o episódio em minha casa. A minha relação com Nash tornou-se mais sentimental do que nunca mas eu não me importava nada. Os sentimentos eram verdadeiros de ambas as partes, isso tinha a certeza. O seu toque fazia-me esquecer todos os meus problemas. Fazia-me esquecer a doença de Andrea, as minhas preocupações, as minhas inseguranças. Fazia-me esquecer tudo e trazia sensações que eu nunca imaginara ter.

Mas apesar de estar tudo bem com a minha relação e a de Nash, estava tudo mal com Andrea. Ela passara bons momentos com todos nós: tínhamos ido ao cinema, jogámos bowling, fomos às compras e até patinámos no gelo.

"Não é Vegas mas é parecido. Amo-vos a todos, obrigada." Ouvira-a repetir várias vezes isto com um sorriso no rosto enquanto beijava Cameron e me abraçava. E isso fazia-me sentir completa. Só queria fazer o mês dela valer a pena. E eu tentava ao máximo.

Mas o dia eventualmente chegou. O cabelo de Andrea não caiu pois esta não fez quimioterapia, mas estava muito fraco e seco. A sua pele estava seca mas também oleosa em certos locais e as suas olheiras chegavam-lhe aos joelhos, como ela gostava de dizer. O médico não lhe dera mais do que uma semana e estava na hora de concretizar o seu último desejo.

Apesar do capuz preto que trazia a tapar o cabelo e a esconder a maior parte da cara, reconheci-o assim que vi a guitarra às suas costas. Dei um pulinho de excitação mas como estava à porta do hospital mantive-me calma. Não queria também chamar à atenção das pessoas para aquele rapaz.

Assim que este parou à minha frente e tirou o capuz da cabeça, mostrando o seu cabelo loiro e o sorriso que tinha na cara, atirei-me para os seus braços.

"Luke!" Este riu-se e abraçou-me de volta. Ficámos assim um pouco. "Quando me respondeste à DM nem queria acreditar. Obrigada por vires."

"Não agradeças, é um prazer." Este sorriu largamente e os seus braços passaram por cima dos meus ombros. Entrámos dentro do hospital lado a lado e agarrados.

Há duas semanas que falo com o Luke por dms. Ele foi mesmo fantástico enquanto me respondia e agora posso arriscar dizer que somos amigos próximos. Ele e os rapazes concordaram em vir tocar para a Andrea um concerto completo em acústico no seu quarto de hospital. Nem queria acreditar quando ele me respondeu a primeira vez, mas ainda fiquei mais atónita quando me continuou a responder. Começámos a conversar todos os dias e demo-nos logo muito bem.

"O resto dos rapazes chega daqui a uma hora, eu quis vir primeiro para lancharmos juntos." Este sorriu-me mais largamente e apertou-me mais. Sentia-me confortável nos seus braços, por isso deixei-me ficar assim.

"Bem, se formos lá fora a um café és capaz de ser engolido." Rimo-nos os dois. "Mas há umas máquinas de comida aqui no hospital, podíamos ir tirar comida de lá."

Alguns minutos depois estávamos sentados num canto de um corredor vazio. Tínhamos chocolates, coca-cola e bolachas à nossa frente. Luke fazia-me rir tanto e era tão humilde. Eu adorava-o e não era só por ser vocalista da minha banda preferida. Falámos imenso, rimos imenso e acabei por ficar a descansar a cabeça nas pernas dele.

"Lamento pela situação da Andrea..." Este afirmou em voz baixa enquanto me fazia festas no cabelo. "Deve ser complicado vê-la morrer aos poucos."

Suspirei.

"E é, mas vocês vão animar-lhe um pouco o dia. Mais uma vez obrigada."

"Pára dr agradecer!" Resmungou este, depositando-me um beijo no ombro. "Viemos com todo o gosto."

O tempo passou num instante e o telemóvel de Luke apitou.

"Os rapazes estão cá. Vamos ter com eles?"

Acenei, preguiçosa. Preferia ficar ali. Luke levantou-se e estendeu-me a mão, que eu agarrei com prontidão.
Gostava muito de Luke.
Mesmo muito.