dear festival! ✔ [nash grier, cameron dallas, matt espinosa]

goodbye

Eram 5 da manhã e a cabeça doía-me mais do que nunca.

Os meus pais já tinham voltado do cruzeiro. Não foram alertados da minha tentativa de suicídio nem do coma graças ao fantástico médico de Andrea e devido a Rachel, que prometeu cuidar de mim. Só souberam da morte de Andrea e, claro, tinham voltado.

Sentia-me inquieta. Era o dia do funeral de Andrea e eu não me encontrava em condições de ver a minha melhor amiga a ser enterrada debaixo da terra para sempre. Chorara tanto depois da sua morte. Não conseguia comer nem beber nada, nem sequer pensar ou sentir. O calor abafado ainda ajudava menos.

Foi por isso que mandei SMS a Luke. Sabia que ele se encontrava nas imediações.

[Winter]
Hey Lukey, sorry a hora tardia... Estou um bocado em baixo...

A resposta chegou imediatamente.

[Luke]
Disse-te que podias mandar SMS a qualquer hora, é por isso que tens o meu número... Como é que te estás a aguentar sugar?"

[Winter]
Não muito bem... Tu e os rapazes vão ao funeral?

Em vez de me responder à mensagem, Luke ligou-me imediatamente. Atendi.

"Luke? Enganaste-te?"

Ele riu-se do outro lado da linha.

"Não fofa, não enganei. Deita-te e ficamos a falar até adormeceres."

Ri-me levemente e deitei-me na cama.

"Não precisas de fazer isto, sabes?"

"Pois, mas eu quero. Já estás deitada?"

Assim que disse que sim, Luke começou a cantar baixinho. Esperei que este cantasse uma música da sua banda, mas cantou a Little Bird do Ed Sheeran.

If we take this bird in, with its broken leg
We could nurse it, she said
Come in side for a little lie down with me
And if you fall asleep it wouldn't be the worst thing.

Consegui sorrir levemente. A sua voz acalmou-me aos poucos e fechei os olhos levemente.

But when I wake up, and your makeup is on my shoulder
And tell me if I lie down, would you stay now And let me hold ya, ohh

Apesar de este cantar baixinho, a música adaptava-se perfeitamente ao seu tom de voz. Ele era tão doce.

But if I kiss you will your mouth read this truth Darling how I miss you, strawberries taste how lips do
And it's not complete yet, mustn't get our feet wet
'Cause that leads to regret, diving in too soon. And I'll owe it all to you, oh, my little bird.
My little bird

Assim que Luke pronunciou as palavras "My Little Bird", o meu corpo tornou-se mole e já me sentia a adormecer.

"Até amanhã, Winter. Gosto muito de ti."

E adormeci.

//    //    //

Estava na hora. Estava na hora de me preparar para o funeral.

O meu corpo estava mole e só me apetecia chorar, mas Lembrei-me de Luke e sorri levemente.

Já estava pronta. Usava um vestido preto cheio de renda que Andrea me oferecera, os meus creepers e umas meias de vidro pretas. Usava também uma coroa de flores no cabelo que ela me pedira para usar naquele dia e o meu cabelo encontrava-se solto.

Faltavam cerca de duas horas para o funeral oficialmente começar, mas ia sair de casa àquela hora. Até que recebi uma mensagem. Nash.

[Nash]
Podes vir ter comigo à paragem de autocarro perto do cemitério?

Franzi as sobrancelhas e achei estranho, mas limitei-me a digitar um "claro" como resposta.

Malas às costas. Bilhete na mão. Vestido com roupas normais e desportivas, sentado na paragem de autocarro.

"Nash?! O que é que estás a fazer?"

"Desculpa Winter. Eu tenho de ir."

Abri a boca de espanto e uma lágrima imediatamente caiu pela minha face.

"Tens de ir onde?! Nash, tu tens de ficar. Pela Andrea, por mim... O que é que pensas que estás a fazer?"

Estava desesperada. Amava Nash e ele estava a deixar-me. A minha melhor amiga tinha morrido no dia anterior e ele estava a deixar-me.  A ir-se embora sem dar explicação. Quando reparei, o autocarro já estava parado na paragem.

"Nash, por favor!" corri até ele a chorar mas ele afastou-se. "Desculpa se fiz algo errado! Por favor Nash, fica! Eu amo-te! A sério? Porque me estás a deixar?! Fica!"

Estava absolutamente desesperada. As lágrimas escorriam-me pela cara aos molhos, borrando a pouca maquilhagem que usava. Estava absolutamente destroçada.

A porta do autocarro abriu e Nash entrou.

"Nash!" ainda chamei. Ia tentar pela última vez. "Já não me amas?"

Este olhou-me com aqueles olhos azuis. Olhos azuis que eu gostara desde sempre, aqueles lábios que eu sentira em todo o lado. O seu toque. O seu cheiro. O seu riso. O seu rosto. Estava tudo a deixar-me.

"Não." Respondeu este. "já não te amo."

As portas do autocarro fecharam.
E Nash foi, juntamente com um pedaço do meu coração.