VINTE E OITO

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★☆☆☆☆
Pov's Annabeth 

A chuva está tão fria. 
Olho para cima e vejo as nuvens pretas no céu. 
O vento está tão forte que joga o meu cabelo no meu rosto, impedindo a minha visão por alguns segundos. 
O clima está perfeito para o pior dia da minha vida. 
Aperto as mãos tão forte que as palmas ficam com marcas. 
Isso não poderia estar acontecendo. 
Não agora que eu encontrei o amor da minha vida e estou quase curada. 
Sinto as lágrimas quentes escorrendo pelo o meu rosto. 
As enxugo, porém é inútil. 
Lágrimas quentes. 
Chuva fria. 
Passo as mãos no meu vestido preto que estava todo molhado. 
Todos estavam lá dentro, protegidos da chuva. 
Mas eu não aguentei ficar lá dentro. Parece que o ar me faltou. Eu simplesmente não aguentei esperar e saí  correndo para perto de uma árvore aonde eu poderia chorar em paz. 
Eu não aguento mais as pessoas me dizendo para não sofrer. 
Como? 
Impossível. 

_Annie? - a minha mãe aparece com um guarda chuva preto- chegou a hora. Todos estão te esperando. 
_Não- choro. 
_Filha você tem que ir- insiste. 

Concordo e vou caminhando ao seu lado- porém na chuva. 
A minha mãe não diz nada. 
Caminhamos até a pequena capela que ficava no lado direito do cemitério. 
Antes de entrar para dentro eu encaro as frias lápides que alinhavam cada lado do lugar. 
Suspiro. 
Alguém me entrega uma toalha. 
Me enxugo o máximo que eu posso. 
O lugar não estava cheio. 
Apenas os nossos amigos estavam presentes. 
As pessoas que assim como eu estão morrendo com a morte daquele que mais amamos. 
Vou caminhando devagar e sinto os olhares em cima de mim, e tento conter as lágrimas, mas é impossível. 
A cada passo que dou eu me aproximo mais do caixão que estava perto do altar. 

_Oh minha filha- a senhora Sally me abraça muito forte.

Assim como eu ela também estava sofrendo. 

Quando ela me solta eu termino de dar os últimos passos e paro diante do caixão. 
Coloco as minhas mãos sob o mesmo e sinto o quanto está frio. Sinto um arrepio percorrer o meu corpo e simplesmente choro. 
Quando abro o caixão o meu coração dispara, ele está lá dentro como se estivesse dormindo. 
Mas ele não está dormindo. 
Ele está morto. 
O meu Percy está morto. 
O meu mundo fica mais preto do que as nuvens do céu e desmaio no chão. 

_Annie? - alguém me chama. 
_Sim? - abro os olhos e me assusto. 

Eu estava no sofá da minha casa. 
Um medo toma conta do meu corpo. 

_A onde estou? - pergunto ainda confusa. 
_Aqui em casa- a minha mãe diz. 
_Você desmaiou quando recebeu aquela ligação- a senhora Sally diz. 
_Quem era? - o meu pai pergunta- quando você caiu o telefone ficou mudo.

Me levanto devagar. Aos poucos me lembro de tudo. 

_Era do hospital- digo, ainda espantando os vestígios daquele sonho estranho. 
_O que aconteceu? - a minha mãe pergunta angustiada- era sobre os seus exames? 
_Não- sussurro os encarando- é que eles acharam o Percy. 
_O meu filho- vejo o alívio na voz da senhora Sally e sinto um gosto amargo nas próximas palavras. 
_É que ele- digo baixo- levou uma facada. 

Tento explicar ao máximo tudo o que me falaram. 
As lágrimas não param de escorrer no meu rosto quando termino de contar tudo o que tinha acontecido. 

_Tenho que ir para o hospital- a senhora Sally suspira. 

A acompanho em seu carro pois ela está muito nervosa e não consegue dirigir. 

_Ele está bem- ela resmunga durante todo o caminho. 

Tenho medo que ela entre em estado de choque. Quando chegamos ao hospital eu tenho que ligar para o pai do Percy enquanto a senhora Sally vai tentar descobrir notícias do filho. 
Entrar naquele lugar nunca me trouxe boas recordações. Perdi as contas de quantas vezes eu fiquei internada em um daqueles quartos frios. 

Trabalho de Escola Onde histórias criam vida. Descubra agora