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  Os muxoxo das estrelas se sincronizam com meus olhos o aéreos que passam de um pontinho brilhante para outro. Mesmo sendo sexta-feira a noite, conhecido como o "dia mais agitado da semana" hoje as festas e bebida se despediram para ficarem em suas casas. Um fenômeno raro de se acontecer.

    Minha cabeça apoiada no meu cotovelo se contorcia e se mexia sem parar, aquilo deixava meu pescoço em uma má posição o que o incomodava muito, além disto, meu cotovelo chorava de dor por passar horas e horas aguentando o peso do meu crânio a ponto de ficar vermelho.

Me retirei da posição desconfortável e estiquei ambos os braços até as nuvens, sentindo alguns ossos estalarem em pequenas canções meticulosa. Me afastei da janela e caminhei até a mesa de cabeceira da cama onde estava meu celular. O liguei. Seu brilho ofuscante irradiou o quarto o que me quase fez perder os sentidos, abaixando o brilho vi algumas notificações de jogos e redes sociais.

    "Que tédio".

    Larguei o aparelho na minha cama e fui até o banheiro, acendendo a luz e olhando para o espelho. Avistei a figura de um rapaz com cabelos bagunçado, olhos caídos como se não tivesse dormido a algum tempo e uma camiseta azul-marinho escuro que estava bem velha. Esse era eu, claro.

    Passei a mão pelos cabelos bagunçados que ao sentirem meus dedos sobre eles, começaram a desadormecer. Alguns até saíram da matilha. Esfreguei as mãos e as molhei com a água da torneira, juntando as mãos e fazendo uma pequena poça d'água eu molhei meu rosto. Esse mini mergulho me despertou completamente. Minha versão espelhada que olhava para mim com o rosto encharcado, abriu a boca e mostrou sua língua para mim. Eu ri dele e ele riu de mim.

    Minha diversão se dissipou quando me lembrei que ainda não tinha terminado o meu trabalho de português. Acabei me distraindo olhando as estrelas e pensando nas coisas, como resultado, acabei fazendo um terço do que deveria. Que desastre.

    Dei um tchauzinho para minha versão espelhada e sai do banheiro desligando a luz. Ele parecia tão desmotivado quanto eu.

    Quando voltei para o quarto observei o pequeno Monte Everest de cadernos e anotações que se formava na frente do meu computador. Talvez isso desse uma boa foto. Mas o medo de me perder em pilhas e mais pilhas de cadernos enquanto procurava minha câmera fotográfica se mostrou maior do que o esperado e me fez desistir quase imediatamente. O Peso daquele tédio misturado com preguiça foi forte o suficiente para desligar o computador e me fazer deitar de barriga para baixo sobre a cama.

    Enquanto pensava nas coisas que tinha fazer – e procurava a motivação para realizá-las – um leve tremor de baixo da minha barriga se mostrou ser meu celular que ao ser ligado, teve sua tela inundada de inúmeras notificações.

    Vendo as notificações, que se mostraram ser mensagens, percebi que tinha sido adicionado a um grupo de festas organizado por Alejandro. Mas o que me chamou a atenção foi uma segunda conversa, de um número que não estava na minha lista. Eu abri a conversa e comecei a ler.

<Desconhecido> Oii.
Desculpa a mensagem repentina, é que eu te vi no grupo do Alejandro e resolvi mandar mensagem.

    A dúvida se instalou rapidamente na minha cabeça, Quem é você? Antes que eu começasse a digitar resolvi ver a imagem de perfil daquela pessoa. Uma garota de cabelos lisos e mechas coloridas, nas cores azul e roxo; seus olhos entravam em contraste com seus lábios, enquanto os olhos tímidos eram cobertos pelas pálpebras, seus dentes brancos como a neve se exibiam em um largo e lindo sorriso.

    "Alguém tirou essa foto dela quando estava distraída, conseguiu capturar perfeitamente sua espontaneidade. Mas esqueceram de desligar o flash...

Oneshot For Love - Lucas PortoOnde histórias criam vida. Descubra agora