Capítulo Único

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Olá, meus amados leitores. Como prometido, quando eu chegasse aos 100 seguidores faria uma one-shot de presente pra vocês.

Ela começou com uma ideia, mas em decorrer da imagem da capa, acabou sofrendo diversas mudanças. Mesmo assim eu espero que vocês apreciem ela.

A minha principal inspiração para criar essa história foi a música Heather - Conan Gray, mas com o decorrer da história ela deixa de ser o pano de fundo.

Uma ótima leitura para todos e obrigada.

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Casamento

Estava andando inquieto de um lado para o outro. Meu sapato fazia barulho no velho assoalho marrom e sem brilho, assim como eu. Conseguia escutar o tic tac do relógio azul pastel na parede bem acima da entrada, ou talvez aquele fosse o barulho do meu coração pronto para explodir ou eu deveria usar a palavra implodir? Fazia mais sentido nessa situação. Segundo o dicionário, que por sinal está em cima da minha mesa - por que ele está ali mesmo? - diz que o significado da palavra é "Provocar ou sofrer colapso para dentro; provocar ou sofrer implosão."; e é exatamente isso que está acontecendo, não é?

tic tac, tic tac, tic tac

— O que você está fazendo sozinho aqui? Você vive com essa máscara, está doente ou algo do tipo? Você deveria responder as pessoas quando elas falam com você.

Você era tão certo, mas não podia ver um problema que queria se meter. Como no dia que os garotos do primeiro ano da sala 5 que era ao lado da sua, vieram pra cima de mim naquele beco após a aula. Eu não me importava muito com o que ia acontecer comigo, sabia que tentar resistir só iria piorar a situação, e mesmo que eu tenha conseguido quebrar o nariz do maior deles que tentou pegar a minha mochila, os outros três não seriam parados facilmente. Mas lá estava você, com a sua pose de herói de um filme antigo.

— Kakashi! Meu deus, eles cortaram o seu rosto. Não se mexa, não se mexa. Eu vou chamar ajuda.

Você segurou na minha mão, fez questão de tirar sua luva verde de lã pra tocar na minha pele, foi uma eletricidade gigantesca que passou pelo meu corpo. Naquele momento eu comecei a viver. Irônico, não? O mesmo que me fez viver a 14 anos atrás, é a mesma pessoa que está me matando aos poucos. Mas você não tem culpa, ou tem? Você não fazia ideia da paixão que eu nutria por nós dois, não tinha como você saber. Eu te imploro, nunca me conte se você havia notado, eu me sentiria mal, se é que tem como me sentir ainda mais.

tic tac, tic tac, tic tac

Você está pensando em fazer um buraco no assoalho ou alguma coisa do tipo? Hatake, você está me ouvindo? — eu não estava sequer me ouvindo, eu com certeza não escutaria mais nada — KAKASHI HATAKE! — o som da palma espalhada na mesa me fez sair do transe

Parei, ainda que assustado e olhei. Os meus olhos estava arregalados, quando foi que você chegou?

— Descu... Eu não te ouvi.

— Eu estou te chamando a uns 5 minutos. Em que merda de mundo você está agora? — me analisou, como um segurança do aeroporto procurando uma bomba ou qualquer pista de que sou um terrorista ou algo do tipo. Foi rápido, tão rápido que eu sequer tiver tempo de segurar antes de dele puxar o papel que estava a horas preso entre meus dedos

Inverno VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora