Quando saí de Paris sequer tinha 18 anos ainda. Demoraria quase um ano para em completá-los. Era uma tarde pacata na varanda do meu quarto, na padaria dos meus pais, quando Mestre Fu chegou e disse que queria me fazer uma oferta, uma oferta de estudos. Quando ele disse que queria investir em mim, como modista, artista e profissional logo me questionei com que meios monetários um artista excepcional, porém, falido o faria. Ele me provou que tinha um investidor interessado em apenas promover a arte. Uma investidora melhor dizendo, e que esse havia sido um pedido feito em um momento especial, que o Mestre se recusou por cinco anos a compartilhar com Marinette.
Ela viajou por tantos anos, por tantos lugares. O mais importante durante todos estes anos foi aprender a cultura de diferentes locais, entender as diferentes motivações para usar aquelas cores ou cortes.
Durante estes anos ela não pisou uma mísera vez em Paris, mas sentia tanta saudade dos pais, de uns poucos amigos e da cidade natal, principalmente. Há alguns meses quando a jornada estava chegando ao final, a mesma conseguiu fazer sua loja online bombar com uma coleção inspirada no passado do Egito Antigo, como se todas as mulheres fossem Cleópatra e todos os homens faraós. As peças de biquíni e verão foram lançadas no período da dessa estação nos Estado Unidos e acabaram ganhando até um desfile, a venda das mesmas fez suas outras coleções estourarem e o dinheiro que ela conseguiu vai para a abertura de seu ateliê que já está todo encaminhando em Paris, é basicamente chegar e trabalhar.
Faltando apenas duas semanas para sua ida da China para Paris ela recebeu uma ligação. Ou melhor, a ligação?
-Marinette Dupain-Cheng, quem gostaria?
-Alô, Marinette? É Gabriel Agreste.
-OH, sr. Agreste. Como eu poderia ajudá-lo? - Durante o colegial ela tinha sérios problemas com dicção quando era exposta a situações de nervosismo e ansiedade como aquela, mas com tantas aulas de etiqueta acabou aprendendo a controlar seu limite e agora o máximo dos sinais que ela deixava transparecer era seu rosto extremamente branco corar, o que não estava sob seu controle.
-Gostaria de lhe fazer uma proposta. Sei que pretende abrir seu ateliê aqui em Paris nas próximas semanas e até mesmo que já tem seus primeiros clientes. - Como ele sabia disso? Algumas alunas encomendaram seus vestidos de formatura com a mesma, e ela também já tinha uma noiva agendada para o vestido exclusivo da mesma. - Então gostaria de lhe contratar para assinar uma linha completa de roupas comigo, pela minha marca. O que acha sr. Dupain-Cheng?
-É uma proposta incrível, eu diria irrecusável. Será um prazer, mas antes gostaria de saber os detalhes. - No ramo da arte era muito importante se resguardar de seus direitos.
-Bom, eu tenho apenas algumas exigências e um pedido. Como exigência quero assinar um contrato dividindo igualmente todo lucro, a coleção deve ser assinada totalmente por você, eu serei apenas o investidor, e por último, que meu filho seja o modelo da coleção. E como pedido, sei que estudou todos os ramos da arte e que conhece música, beleza, dança e todos os demais campos, portanto gostaria que modelasse as roupas ao lado de meu filho. Aceita?
-Sr. Agreste, negócio fechado. Quando chegar em Paris entro em contato pessoalmente. - Respondi controlado, porém estava explodindo de felicidade.
-Isso não será necessário. Nossos agentes já entraram em contato e está tudo devidamente marcado em nossas agendas. Obrigada sr. Dupain-Cheng, será um prazer trabalhar com você. E não estranhe os jornais amanhã pela manhã.
E desligou.
(...)
Sr. Agreste tinha razão. Na manhã seguinte os jornais e revistas do mundo todo explodiram com a notícia de que os Agrestes e a novata Marinette Dupain-Cheng tinham fechado negócio na moda e que os respectivos jovens, Marinette e Adrien que levariam o rosto da coleção. Mestre Fu a orientou a sair na mídia apenas ao lado dos Agrestes, o que também já estar previamente acordado.
Toda essa confusão levou a uma outra ligação.
-MARI?????? VOCÊ FECHOU CONTRATO COM OS AGRESTESSSSSS!
-Alya, não precisa gritar! - Marinette riu da amiga de colegial. Eles tinham estudado juntas em Paris, e atualmente Alya namorava o melhor e diga-se de passagem, único amigo de Adrien. - Mas me diz, como é o garoto, o Adrien, não é?
-Ah, daquele jeito. bonito, gostoso, inteligente e rico. Ele era gente fica com todo mundo enquanto estavam na escola segundo o Nino, mas aí a mãe dele morreu e por aí só desandou. Parece que ele odeia pessoas. - Alya riu.
-Isso significa que ele vai me odiar... não é? - Perguntei exasperada.
-Não necessariamente. No início eu e o Nino achamos que ela vai pegar no seu pé, ainda mais com esse povo todo falando que você vai substituir a mãe dele na Agreste, mas ele supera, depois de um tempo ele se manca. - Alya disse meio preocupada.
-Ele pelo visto não superou bem, né? - Ela realmente se preocupou com o cara.
-Não, mas isso não vem ao caso. Quero dizer que seu ateliê está lindo, como você sempre sonhou. - Alya disse. - Eu tô tão orgulhosa.
-Eu também tô de você. Quem diria que eu seria amiga da âncora do Jornal de Paris.
-E você é o Adrien feminino, porque eu sou a única. - Alya riu.
-HA-HA. Engraçadona. Eu não odeio todo mundo. E tenho muitos conhecidos pelo mundo, isso é importante no rama da moda. - Ela sorriu. - Vou ter que desligar, beijos Aly.
E foi terminar de arrumar sua mala. Em uma semana estaria finalmente em casa.
(...)
Adrien estava meio desconcertado com as notícias do jornal. A garota baixinha, de cabelos negros e olhos azuis tinha cara de anjinho, nunca pareceria uma interesseira, mas os jornais estavam mexendo com a cabeça de Adrien.
Ninguém poderia substituir sua mãe. Ela havia falecido há quase 6 anos, mas nunca seria substituível. Ele poderia mexer os pauzinhos dele para a garota não desenhar a coleção, ou convencer seu pai. Mas primeiro, ele nunca seria tão cruel, e ainda mais com uma artista que realmente tinha competência como ela. E por segundo, seu pai estava irremediável.
Ouviu uma noite após o jantar, seu pai e sua assistente, Natalie, falando sobre como a garota realmente teria potencial para assumir o papel de estilista da Agreste e que com a velhice de Gabriel ela seria uma grande alternativa. Ambos concluíram com: "Tomara que ele goste dela". Em figura de herdeiro era óbvio que ele teria que gostar caso ela realmente fosse trabalhar com ele pelo resto de sua vida, mas isso estava ficando difícil.
Ele até mesmo chegou a ir com Alya, noiva de seu melhor amigo e que aparentemente era melhor amiga dela, e Nino, ver como andava a reforma do prédio que ela havia comprado para fazer o ateliê, não muito longe do rio Senna. E ele estava ficando lindo. Aparentemente o primeiro andar funcionaria como loja, o segundo como confecção e o terceiro seria a casa da mesma, com saída para varanda. Era um prédio francês nato, bonito e pelo visto não muito longe da padaria dos pais da garota.
Quanto ao noivado dos amigos ela pelo visto não tinha sequer noção ainda, e eles contariam a mesma em um jantar entre os quatro, que seria surpresa para quando ela chegasse.
Era como se aquela menina sempre estivesse estado ali, e só ele nunca viu.
Aparentemente ele só poderia esperar pela próxima semana quando finalmente conheceria a tal garota, porque pelo visto a parceria com a mesma seria longa...
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Pequena Estilista
FanfictionMarinette Dupain-Cheng era uma estilista novata e surpreendentemente promissora. Adrien Agreste era um modelo de experiência e uma beleza inigualável. Marinette tinha acabado de se formar em Moda viajando pelo mundo. Foi a Londres, Nova York, Cairo...