| VII |

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 SCOTT

Novamente sou acordado indesejavelmente cedo por Bert com sua bandeja de torradas com chá e algumas roupas limpas perfeitamente iguais as do dia anterior.

Ainda sonolento, escolho passar a minha manhã olhando para o céu pelo teto de vidro do jardim florido, sentando-me em um sofá de dois lugares aramado. O som da água na fonte, junto com o calor agradável do sol no cômodo traziam um ar de conforto ao ambiente que cheirava a flores.

Me pergunto do por que que nenhum outro dos meus colegas de residência temporária passava o tempo por aqui.

- Um jardim de inverno realmente agradável para pensar sobre a vida. - A voz harmoniosa do principe Wilkinson ressoa no cômodo envidraçado. - Costumava frequentar esse lugar, porque geralmente ninguém estava por aqui.

Não sei o que responder.

- Nunca tinha visto um lugar tão agradável, realmente. - Decido ignorar o que ele disse sobre gostar do lugar por ele geralmente estar vazio.

- Não me surpreende que não.

- O que quer dizer com isso?

- Bem... - Ele se senta em uma poltrona próxima ao meu sofá. - Não imagino que o Leste tenha muitas opções agradáveis de lugares para estar. - O tom de indiferença extrema em suas palavras bem articuladas me deixam nervoso, por mais que ele estivesse certo, isso é errado e é por isso que estou aqui, mas como eu definitivamente não posso falar isso apenas comento vagamente:

- Não tem mesmo.

Ficamos em um silêncio pesado. Saber que estou na presença de alguém que tem o poder de me matar apenas fixando seus olhos negros nos meus acelera meu coração. Ele poderia estar distraído olhando para a fonte, mas eu continuava a encara-lo fixamente, com minha respiração descompassada em nervosismo. Se eu pretendo ajudar a Nova Geração a descobrir como lidar com os Da Peste, eu preciso me livrar da hipnose nervosa que eles geram. Nas três vezes que já falei com um Wilkinson, simplesmente não conseguia me acalmar.

- Por que está me encarando? - Gelo completamente com sua fala, e ele continua. - Sabe que não desvia os olhos de mim a mais de vinte minutos não sabe?

- Eu, eu estava... Adeus. - Me levanto do sofá e sigo em passos rápidos, ouvindo apenas uma risada baixa do principe, diretamente para meu quarto.

E é sentado em minha cama que passo o resto da manhã lendo o meu livro até o momento do almoço, quando todos desceram para a mesma sala onde nos encontramos pela primeira vez.

- Sr. Taylor. - Bert entra na sala de refeições pouco depois que todos já acabaram de comer, carregando uma carta sobre uma bandeja.

Pego a carta o agradecendo brevemente antes de observa-la por fora.

remetente: Anna Wilkinson, Palácio Wilkinson.

destinatário: Scott Taylor, Sede do Comitê dos Híbridos.

O selo era o típico corvo em chamas impresso sobre a cera vermelha.

- O que é? - Pergunta a pessoa que sentava ao meu lado na mesa, enquanto dava um gole em seu vinho. - Anna Wilkinson?

- Meus assuntos. - Digo me levantando no objetivo de seguir a um lugar onde pudesse ter privacidade, mas sou seguido por dois rapazes curiosos para saber sobre isso. - Podem me dar licença?

- Depois nos conte o que era.

Assinto com a cabeça e ando até o Jardim envidraçado, me sentando exatamente no mesmo lugar que estava sentado quando o Principe apareceu mais cedo e quebro o selo nervoso.

A Peste de Best KendalOnde histórias criam vida. Descubra agora