Prólogo

99 15 68
                                    

Já se passavam duas horas que o combinado que Luke havia feito com Robert, seu motorista, havia terminado. Era a primeira vez em que L. estava tão atrasado. Ele olhava no relógio de cinco em cinco minuto para ver se as horas passavam mais rápido. A quem ele estava querendo enganar? Seu patrão estava brincando com a sorte.

Robert havia planejado em sua mente. Caso ele demorasse mais de meia hora, iria entrar na pequena casa alugada que L sempre satisfazia seus maiores fetiches e desejos, e verificaria para ver se as coisas estavam certas.

Para a sorte de Luke e alívio de Robert, em menos de quinze minutos, ele estava saindo pela porta dos fundos da casinha. Ele andava rapidamente em passadas longas e desajeitadas. Estava alcoolizado.

Ao adentrar o carro, Luke parecia satisfeito como se estive acabado de jantar uma das melhores comidas do mundo. Ele sorria com a sensação de dever cumprido.

_ Está tudo bem, Sr. Jones? -Robert perguntou olhando o estado de seu patrão.

Luke que estava jogado na parte de trás do carro, tentava se recompor para não dar tanto na telha que estava muito bêbado. Era quase impossível disfarçar. Seu hálito forte e sua expressão feliz ao extremo deixava ainda mais claro que ele não estava em condições de voltar para casa.

_ Está tudo ótimo, Robert. Vamos pra casa. -ele respondia com uma voz bem característica de quem havia bebido no mínimo duas boa garrafas de vodka.

_ Acho que hoje o Senhor não está em condições de voltar para Greenfield hoje.

Robert o olhava com pena. Sabia que se aparecesse assim na mansão dos Jones aquela noite, com certeza estaria em maus lençóis. Então teve a ideia mais sensata. Levá-lo ao hotel que ele costumava ficar quando queria ficar longe de sua família.

Ao chegar no maravilhoso hotel Le Grand Empereur,  o motorista teve que carregá-lo pelos fundos afinal Luke não tinha condição alguma de se manter de pé.

_ Você é meu braço direito, Robert. Jamais esquecerei disso. -foram suas últimas palavras até cair desmaiado na cama do quarto. Robert pegou seu celular, era o único que sabia sua senha. Digitou uma mensagem para o pai de Luke como se fosse ele. Avisou que pernoitaria fora de casa porque estava numa reunião longe de casa e não conseguiria chegar a tempo.

Não era primeira e nem a última vez que Robert fazia aquilo. Ele sempre soube de toda a verdade de Luke por trás da capa de filho perfeito e futuro sucessor de seu pai. Mesmo sabendo com detalhes tudo o que acontecia por debaixo dos panos, o fiel motorista nunca o julgou, nem mentalmente. Ele sabia o quanto era difícil nascer numa família tão conservadora e complicada com a dos Jones.

Assim que o dia amanheceu, Luke se levantou, tomou um banho ali mesmo para tirar aquele cheiro de álcool e pecado de seu corpo. Saindo do banho, já notou que em cima da cama haviam roupas limpas, seu famoso perfume e gel para cabelo. Ele sorriu agradecendo a Deus por ter um motorista tão eficiente.

Ao trocar sua roupa, olhava para o espelho admirando a si próprio. Ele sabia que era bonito e gostava de um espelho. Era um completo narcisista.

Assim que ele estava em seu perfeito estado, saiu do quarto, trancou a porta e deixou a chave na recepção. Sua pose agora era imponente como o grande Luke Jones. Nem de longe parecia o mesmo da noite passada. Estava radiante apesar da enxaqueca significando uma provável ressaca moral e física.

Robert o esperava com o carro na entrada do hotel. Deu-lhe óculos escuros e um copo com café forte. Ele já imaginava que Luke precisava despertar para um dia extenso e cheio de atividades.

_ Podemos passar na casa da minha noiva antes de ir pra Greenfield? -Luke perguntou dando um gole no café forte.

_ Como o Senhor quiser, Sr. Jones. -ele disse dando a partida no carro.

_ Ela disse que precisava me ver antes de irmos a igreja. Espero que não seja problemas. Estou cheio deles.  -ele reclamava colocando a mão na testa avisando que a dor estava forte.

_ Tome dois comprimidos disso aqui e vai melhorar. -Robert o entregou o remédio e Luke sorriu.

_ Não sei o que faria sem você, Robert. Provavelmente estaria perdido. -Luke admitiu tomando o remédio enquanto Robert sorria satisfeito.

_ Só faço meu trabalho, Sr. Jones. -ele respondeu dando a partida.

O celular de Luke vibrou. Era a mensagem que ele aguardava desde a noite anterior com bastante ansiedade.

"Foi a melhor noite da minha vida. Espero que possamos repetir mais vezes."

Luke sorriu e pensou que por mais que noite fora uma das melhores de sua vida também, nunca poderia admitir. Ele nunca respondeu aquela mensagem. Na verdade ele não respondia nenhuma de suas conquistas no dia seguinte. Ele as bloqueava na tentativa de apagar de sua mente o que havia feito.

Havia uma regra importante que devia ser seguida à risca. Jamais se envolver emocionalmente com alguém fora do seu mundo. Isso poderia lhe trazer grandes problemas e com isso jamais conseguiria chegar onde pretendia.

Seu mundo era pequeno demais para caber alguém que pudesse o deixar grande a ponto de ter que escolher entre seu mundo e sua verdadeira condição.

Por fim, ele decidiu criar um mundo só dele. Onde ele poderia ser quem quisesse longe de tudo e todos por algumas horas pelo menos. Por isso alugou aquela casinha. Para se sentir ele mesmo toda vez que as coisas ficassem difíceis ou às necessidades falhassem e pedisse um pouco de espaço em seu valioso tempo.

.
.
.
.

E esse foi o prólogo, gente. Se você gostou dê uma ⭐️, comente e compartilhe pra alguém que possa gostar também.

Anjo Mau - Romance Gay Onde histórias criam vida. Descubra agora