O passado sempre volta

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Os tremores causados pelos trovões deixavam aquela noite ainda mais macabra do que de costume.

Com calma, Oliver beijou a face de Mikael. Estava louco de desejo para possuir o corpo do seu sobrinho. Fazê-lo seu, como antigamente.

Mikael, por sua vez, pegava o canivete com toda cautela. Foi puxando-o até que o objeto tivesse todo em sua mão.Num rompante, ergueu o corpo, jogando Oliver no chão e apontou o canivete para seu peito.

_ Se afasta de mim, seu porco nojento! -ele esbravejou num sussurro quase alto.

Oliver arregalou os olhos numa expressão de espanto.

_ Se acalma, Mik ... Vamos conversar...

_ Não me chame assim! E eu não tenho nada para conversar contigo. Fora daqui!

_ Você vai fazer o quê? Vai gritar? Vai pedir ajuda? Ninguém vai acreditar em você. Você sabe disso.

Oliver parecia convicto do que estava falando. Levantou-se, sorrindo diabolicamente e foi caminhando até a cama.

_ Não se aproxime de mim, tio.

_ Calma, Mik! Deixa de ser Durão. Você sabe o que eu quero. Eu posso facilitar a sua vida. Você sabe que comigo terá uma vida de conforto. É só facilitar as coisas. -ele disse tentando se aproximar.

_ Mais um passo e eu não respondo por mim.

_ O que foi, garoto? A gente já fez isso antes. Lembra de quando você sentava no colo do titio? Faz muito tempo assim?

_ Você quer dizer o período em que você me estuprava? Naquela época eu era só um menino, mas agora eu cresci e sei me defender.

_ Você sabe que não precisa ficar assim comigo. Abaixa esse canivete. Vem ver como você me deixou. -Oliver disse colocando seu membro ereto pra fora da calça.

Ao se aproximar de Mikael com os braços abertos, o tio provavelmente ansiando por um abraço, foi surpreendido. O sobrinho cravou o canivete em seu braço e foi rasgando, fazendo o sangue jorrar.

Com muita dor, Oliver gritou.

_ Desgraçado! Não precisava fazer isso.

Mikael fez outro corte em Valdemar, desta vez foi no rosto.

O prefeito saiu correndo do quarto, temia que alguém acordasse com os seus gritos.

Imediatamente, Mika trancou a porta do seu quarto e arrastou a cômoda a pondo atrás da porta. Levantou o seu short, voltou para a cama e se cobriu com o edredom.

Aquela, definitivamente, foi uma longa noite. Mikael ficou acordado observando os trovões. Uma angústia dominava o seu peito. Sentiu-se sujo, assustado e com muita raiva.

A primeira vez que caiu nas garras de Oliver, foi aos dezessete anos de idade. Depois que Hilary e Mikael se tornaram amigos via internet, Anne fez questão de se aproximar de Rachael. Queria saber sobre a vida do sobrinho bastardo.

Apesar de detestar a ex amante de seu irmão, Anne mantinha uma amizade mesmo que falsa com ela. Rachael a colocou dentro da alta sociedade feminina de San Diego. Apesar de ter vindo de origem pobre e ter ganhado dinheiro através do amante, a bela mulher estava sempre nas festas beneficentes mais badaladas das cidade. O que a tornava mais importante.

Oliver sentiu-se atraído pelo menino de cabelos vermelhos e ondulados na primeira vez que o viu.

A sua juventude, o seu sorriso e o seu corpo eram o que deixava o prefeito enlouquecido.

No começo ele tentava agradar o menino com presentes e dinheiro, coisas que Mikael, apesar da pensão do pai, não tinha acesso.

Com o tempo, foi mostrando as garras tocando no corpo do menino, que se sentia desconfortável e pedia para que o tio parasse. Oliver o ignorava e o oferecia mais presentes e dinheiro.

Anjo Mau - Romance Gay Onde histórias criam vida. Descubra agora