William era um rapaz, um tanto, apaixonado, com isso quero dizer que ele se apaixona fácil, por qualquer um, o típico ser humano trabalhoso para qualquer tipo de cupido, e por esse motivo os colegas de Alana a indicaram para o serviço, ela é um pouco estabanada mas sempre cumpre as tarefas a que é designada, e geralmente pega as piores.
O rapaz de 20 anos havia saído com os amigos e no momento voltava para a casa olhando para o céu sonhador enquanto admirava a lua e as estrelas, conhecia bem o caminho para casa e não tinha medo de tropeçar em algo ou ser abordado por alguém, sabia que isso não aconteceria assim como nas outras tantas vezes que voltava de madrugada para casa. Repentinamente ele parou sentindo algo estranho, como se estivesse sendo observado, olhou para trás notando apenas um gato malhado que atravessava a calçada em direção a uma viela, continuou seu caminho com mais cuidado e assim que chegou em casa foi recebido pelo silêncio do local escuro, o mais quieto possível ele subiu as escadas e se jogou sobre sua cama apenas tirando os tênis.
Logo cedo no outro dia levantou-se preguiçosamente, se arrumou e desceu pronto para comer algo e seguir para a faculdade. Estava já a duas quadras do prédio quando de repente uma garota começou a andar ao seu lado o observando descaradamente.
— Oi... — disse um tanto tímida, as bochechas rosadas e um sorriso fofo nos lábios, Willian não fazia a mínima idéia de quem era mas sentiu seu coração bater mais forte assim que seus olhos grudaram nela. — Você é o Willian, certo? — assentiu abobado olhando fixamente para a garota. — Minha amiga tava afim de sair com você, o que acha? Ela é divertida e fofa!
— C-claro! — recebeu um papel escrito o nome 'Natalie' acompanhado de um número de celular, guardou o papel animado e seguiu para sua sala se sentando em seu lugar perto da janela, gostava de olhar para fora quando entediado, imaginava mil e uma coisas, viajava para centenas de mundos em um minuto, e principalmente, imaginava-se com sua amada, passeando por lugares bonitos, só havia um porém que impedia esses sonhos de se tornarem realidade, Willian se apaixonava tão fácil quanto o desfazia, seus amores nunca duravam mais que uma semana.
As duas primeiras aulas se passaram e então a felicidade lhe invadiu, a próxima aula ele fazia junto de seu melhor amigo Matthew, os dois se conheciam desde a infância, ele conhecia Will melhor que o próprio, com um simples suspiro era capaz de saber o que se passava na mente do amigo.
— Aconteceu algo? — perguntou Matthew assim que ouviu o primeiro suspiro do amigo que acabara de se sentar. — Apaixonado de novo?
— Ela me deu o número da amiga, mas... ela era tão linda... — debruçou sobre a mesa ouvindo a risada escandalosa do melhor amigo.
— Igual a da semana passada que te pediu a borracha emprestada?! Ou a de ontem que passou na frente da nossa mesa na cafeteria?! — ria sem pudores enquanto o outro bufava de raiva, ele sabia que era assim mas não entendia por que, para si todas as garotas eram lindas e mereciam uma atenção especial, por isso se apaixonava por todas.
— É diferente! Senti meu coração pular quando ela veio falar comigo!
— Will, meu amigo, você tá apaixonado de novo! Eu nunca vi alguém se apaixonar todos os dias por pessoas diferentes!
— Eu não consigo evitar Matt, ela era tão gata, a voz melodiosa...
Pararam de conversar quando o professor chegou na sala. Após a aula, já no horário do intervalo, os dois amigos olharam para a mesa da República Gamma (Г), lá estavam todos os que moravam na tal casa que era grande e parecia aconchegante, a mesa estava animada como sempre, se sentaram em outra mesa um tanto longe daquela e se puseram a conversar antes da próxima aula.
Assim que saíram da faculdade os dois amigos se despediram combinando de jogarem algo online. Will não deu nem cinco passos antes de ser abordado por uma garota, essa era diferente da que lhe abordou pela manhã, usava uma jardineira jeans e um largo casaco rosa por cima além dos tênis quase escondidos por baixo das barras grandes da jardineira que ele fez questão de prestar atenção pois faziam barulho ao que ela caminhava.
— Licença, Willian, certo? — ele assentiu vendo ela abrir um sorriso simpático. — Você não vai ligar pra moça que te passou o telefone hoje cedo? — assustado com a pergunta completamente evasiva ele olhou para os lados tentando entender o que estava acontecendo, em sua cabeça aquilo parecia ser uma pegadinha. — Não é querer se intrometer mas acho que vocês podiam sair num encontro! Aliás! Nem me apresentei, meu nome é Alana! Venho te observando já tem um tempinho!
Completamente embasbacado ele permaneceu ali, parado, com a boca aberta, a garota sorria de forma simpática enquanto tinha as mãos dentro dos bolsos do casaco.
— Espera... do que você está falando?
— Ops! Me desculpe! Acabei falando demais de novo! — ela deu um leve tapinha sobre seu lábios, aquilo era o suficiente para Willian pensar que ela simplesmente era louca e puxava conversa com qualquer um. — Estou falando da Natalie! Não vai ligar para ela?
A moça deu dois passos na direção do caminho que o rapaz normalmente tomava para chegar em casa e ele foi seguindo ela sem ter, com certeza, nenhuma noção de por que estaria seguindo aquela garota.
— E-eu... você viu ela me dando o telefone dela? Mas quem é você? Por que tá me perguntado isso? É amiga dessa tal Natalie? — haviam tantas perguntas em sua cabeça mas a garota apenas deu um sorriso olhando no fundo dos olhos dele.
— Não sou amiga dela, e a partir de hoje sou sua amiga, ou melhor, sua cupido! — falou casualmente e o rapaz parou na rua considerando voltar correndo até achar alguém sã e pedir ajuda.
— Cupido?! Por que?
— Eu vi que você tava apaixonado. Meio que foi um pedido de um amigo meu. Ele quer que eu te ajude. — não era mentira, podia-se ver nos olhos dela como estava falando sério. — Quer sentar na Praça? Podemos conversar direitinho!
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Cupido
Teen FictionWilliam era um rapaz, um tanto, apaixonado, com isso quero dizer que ele se apaixona fácil, por qualquer um, o típico ser humano trabalhoso para qualquer tipo de cupido, e por esse motivo os colegas de Alana a indicaram para o serviço, ela é um pouc...