— Então você é literalmente um cupido?! — perguntou ainda confuso após a explicação completa da garota, sim, ela era um cupido, possuía um arco e tudo mais, mas aos olhos dele parecia apenas uma garota comum e não acreditaria nas palavras de uma pessoa que acabou de conhecer.
— Isso! E vou te ajudar a achar sua alma gêmea!
— Eu pensei que cupidos não existissem e... eles não eram bebês de fralda com asas de anjo?
— Onde já se viu um bebê ter pontaria para acertar uma flecha?! — ela riu discretamente colocando a mão a frente da boca e assim que voltou o olhar para ele viu como continuava confuso. — Não pense demais nos detalhes! O importante é que você vai arrumar uma namorada! E eu vou te ajudar!
Ele assentiu com a atenção completamente nela que falava animada enquanto gesticulava fazendo o casaco rosa fazer barulho. — Primeiro, liga pra Natalie, se não quer ela pelo menos dispense de forma educada, segundo, vamos atrás de quem você gosta, chama ela pra sair!
— Mas eu nem sei o nome dela! É a garota que me deu o telefone dessa Natalie! — falou desanimado ouvindo um suspiro vindo da garota.
— Eu sei quem ela é... e você não pode ficar com ela... mas não custa nada arrumar alguma experiência, né? — olhou estranho para ela que tomou repentinamente um tom de seriedade em sua voz animada. Olhou para onde a garota olhava e lá viu o amor de sua vida, seu coração pulou no peito, as bochechas ficaram vermelhas e instantaneamente abriu um sorriso enorme.
A garota que lhe abordou mais cedo agora vinha em sua direção com um sorriso no rosto, por estar um tanto longe ela fez uma breve corridinha balançando seus cabelos negros como a noite junto de sua camisa jeans sob a camiseta vinho e a saia preta de couro, parecia até que ia para uma festa.
— Alma! — falou animada parando de frente para a garota de rosa sentada ao lado dele. — Minha gordinha favorita! O Tayler passou o dele pra você?
— Não foi o Tayler... — murmurou desviando o olhar para o chão, a vergonha tomou conta dela por suas próximas palavras. — Foi o Fael...
— Eu sabia! Você não nega nada pra ele! — apontou o dedo na cara dela rindo, o rapaz que observava a cena não estava entendendo nada mas achava lindo como ela movia os lábios ao falar apesar do tom debochado em sua voz deixá-lo um tanto irritado. — Tem que ser mais dura com ele!
— Eu meio que to no meio de um trabalho... sei que tentou me ajudar hoje pela manhã mas ele não quer. De qualquer forma, obrigado. — coçou a nuca e finalmente encarou a garota que estava parada a sua frente, lhe lançou um pequeno sorriso e ela acenou indo embora.
William ficou paralisado, havia ficado o dia todo pensando naquela garota e agora que a conheceu a sua admiração por ela se esvaiu. É como disse mais cedo, ele apaixona tão rápido quanto desapaixona. Não é como se ele não soubesse dessa sua condição, tinha pleno entendimento disso, mas sempre que essa paixão acabava ele se sentia mal.
— Ainda gosta dela? — perguntou baixinho a de casaco rosa fazendo sinal com a cabeça na direção que sua amiga foi. Ele negou fazendo um biquinho e olhando para baixo, sabia bem como era seu coração e não estava surpreso pela rapidez com que deixou de gostar dessa garota.
— Ela te chamou de Alma? Seu nome não era Alana? — perguntou curioso relembrando a voz dela proferir a palavra "alma".
— É só um apelido. Meu nome é Alana. — respirou fundo, o ânimo que ela tinha quando começou a conversa já havia ido embora dando lugar a um desânimo. — Vamos fazer assim... você me encontra no muro azul da casa Gamma (Г). Amanhã... as 16 horas? Pode ser? Minha aula acaba as 15...
— Claro! Mas por que?
— Vamos sair e conversar, preciso saber como é sua personalidade e com que tipo de pessoa você mais simpatiza. — explicou calmamemnete e passou seu número de celular para ele, se despediu e voltou para a casa de fraternidade, não gostava de morar lá mas não tinha escolha então apenas suportava as irritações, os apelidos, e por mais que fossem em apenas cinco pessoas a bagunça que os outros faziam também a irritava.
Assim que chegou na casa os olhares curiosos sobrevoaram ela, Alana dificilmente saia sozinha e quando saía se explicava, então por ter evitado o olhar dos três colegas na sala os burburinhos começaram.
— Onde a Alma foi? — perguntou a garota vestida inteiramente de preto e roxo que pintava sua unha sentada sobre o tapete.
— ... eu passei pra ela aquele... — falava tão baixo e arrastado o rapaz de cabelos enrolados que os outros dois se entreolharam perguntando um ao outro se tinham escutado certo. — Vou ver no que deu...
Levantou-se e seguiu para as escadas virando a esquerda no corredor, bateu na porta do quarto que logo abriu uma fresta, quando os olhos curiosos alcançaram o rapaz que tinha um pequeno sorriso em seus lábios a porta se abriu deixando ele entrar.
— Como foi lá Alma? Conseguiu resolver? — ela negou e se jogou na cama, não sabia bem o que fazer com aquele garoto mas tinha que ajudá-lo, se ela não desse conta tinha certeza de que Rafael não daria. — Tá cansada? Por que não fica e descansa?
— Eu combinei com a Emy de ir pra academia...
— E vai mostrando essa barriguinha fofa? — abraçou a garota com força logo apertando a barriga dela que se virou na cama, Alma detestava que falassem de sua barriguinha mas por ser gordinha era a única coisa que seus amigos reparavam. — A Emy sempre vai mostrando tudo.
— Sai do meu quarto Fael, quero descansar... — o rapaz deixou um beijo na testa dela e saiu, era o único que realmente respeitava Alana e os limites que ela colocava, por isso era o mais próximo da garota, ela é tão insegura de seu corpo que já quebrou vários corações apaixonados por si, mesmo não sabendo disso, mas Fael sabia melhor que ninguém, pois, antes dela se tornar um cupido ele era o cupido dela, a acompanhou por muito tempo e ainda não desistiu da garota.
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Cupido
Teen FictionWilliam era um rapaz, um tanto, apaixonado, com isso quero dizer que ele se apaixona fácil, por qualquer um, o típico ser humano trabalhoso para qualquer tipo de cupido, e por esse motivo os colegas de Alana a indicaram para o serviço, ela é um pouc...