Na manhã seguinte, Evelyn ficou parada em frente ao espelho, duvindando de sua aparência, seu desejo era estar mais bela do que nunca. Mesmo não satisfeita com seu visual, sua mãe a arrastou para a escola.
Ela queria chegar o mais rápido possível em sua sala, estava quase correndo, numa velocidade perigosa para um corredor de escola, Eve certamente não estava vendo por onde ia, pois se chocou com alguém, e os dois caíram no chão. Ao levantar a cabeça percebeu que estava em cima de ninguém menos que Felipe, ele a olhava e em um tom divertido, perguntou:
— Pra onde vai com tanta pressa, Novata?
”Por que eu estou correndo?” Ela mesma se perguntou, sem saber o motivo. Mas respondeu:
— Eu gosto de chegar cedo na sala.
— Entendi, mas ainda é bem cedo, não precisa correr. Você ta me machucando um pouco...
Só assim ela percebeu que ainda estava em cima dele, e rapidamente se levantou e o ajudou a se levantar também. Quando ele segurou sua mão se assustou.
— Acho que eu não fui o único machucado aqui.
Ele levantou a mão direita de Eve e viu um arranhado feio que já estava coberto de sangue. Não era muito bonito de se ver, nem de de sentir.
— Vou te levar a enfermaria, para colocar um curativo.
Ele a guiou até uma salinha apertada, um pouco longe das salas de aula, a sala estava aberta, mas não havia ninguém dentro. Mesmo assim Felipe fez Evelyn entrar e se sentar num banco, enquanto ele pegava caixinhas cheias de gazes, curativos e remédios.
Ele já estava começando a cuidar do ferimento quando Eve perguntou:
— Como você sabe onde estam essas coisas?
— Quando eu era criança, eu não era nem um pouco comportado, então eu vinha aqui sempre, às vezes eu ajudava as novas enfermeiras a achar as coisas.
— Deve ter sido muito legal ter passado a vida inteira na mesma escola...
— Enjoa um pouco, na verdade. Você mudou muito de escola?
— Sim, já perdi a conta de quantas vezes.
Ele tinha terminado o curativo em sua mão, não tinha doído nada, as mãos dele eram leves e delicadas.
— Você vai ter que me prometer que vai tomar cuidado. Sem corridas no corredor?
— Sem corridas.
— A não ser que seja com o Felipe?
Ela riu. E respondeu:
— A não ser que seja com o Felipe!
Ele deu um sorriso travesso, e segurou a mão de Evelyn que não estava machucada.
— Temos que ir.
Felipe entrou na sala segurando a mão dela com uma naturalidade que ela não pôde acreditar, todos olhavam para eles. A garota de cabelo vermelho ficou olhando tanto, que Eve teve medo. Eles se sentaram em seus lugares.
Lia era a única pessoa na sala que não parecia surpresa, ela apenas perguntou:
— O que foi isso na sua mão.
— Eu estava vindo pra cá e caí — Ela hesitou. — em cima do Felipe. Eu arranhei a minha mão e ele fez o curativo.
— Que romântico! — Ela deu uma risadinha. — Parece coisa de filme. Você gosta dele?
Evelyn sabia que seu rosto estava totalmente vermelho, estava nervosa, suas mãos tremiam, sua resposta foi meio que um sorriso tímido seguido de uma única palavra:
— Não!
— Você gosta dele, está muito na cara.
— Eu não gosto, juro.
— Primeiro foram aquelas trocas de olhares, ontem. E hoje, essa entrada. Até a Cristina já percebeu. — Ela apontou disfarçadamente para a garota de cabelo vermelho. — Ela soube desde sempre que você era uma ameaça...
— Ela teve alguma coisa com ele?
— Sim, ano passado. Ele logo se cansou dela, ela nunca superou.
— Por isso ela fica me secando... Eu não fiz nada.
— Você apareceu, isso já foi o suficiente. Acho que o Felipe tem uma queda por loiras.
Ela passou a mão no seu cabelo, tentando deixa-lo menos armado, será que ela estava gostando de alguém que nem conhecia?
Evelyn virou para trás e encontrou o olhar dele, sentiu-se arrepiar. Ela sabia que a aquele olhar ela não tinha forças para resistir, podia perder-se para sempre nele e ainda assim seria feliz.
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Mais Uma Vez
Storie d'amoreEla não sabia o que fazer, estava sozinha em um ambiente desconhecido, só queria fazer amizade rápido para sobreviver à aquele inferno.