Capítulo 8

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Chegamos na escola e deixei o Frankie no portão.

- tenha uma ótima aula meu amor.

- até logo tia Joyce.

O Frankie entrou e eu fiquei lá fora esperando o táxi. Os olhares não saiam de mim, todo mundo olhava para mim de um jeito estranho, a princípio não entendia do porquê mas depois caiu a ficha. Era o jeito que eu estava vestida com a mesma roupa que veio comigo da Itália.

- só me faltava essa! Podem olhar à vontade, podem olhar. Seu bando de gente com mente atrasada. – falei para mim mesma.

- diferente de sua irmã, você parece uma mulher bastante extravagante.

Era o diretor do Frankie.

- acho que extravagancia soa um pouco exagerado não achas? – falei enquanto ajeitava o meu cabelo.

- você conseguiu chamar muita atenção dos pais dos meus alunos.

- tens a certeza que foram só os pais?

- esse não é o ponto aqui.

- olha! Eu sei que não estou bem apresentável para um local destes, mas acredita que tem um motivo para isso.

- eu não julgo, cá entre nós esses pais são bem chatos as vezes. – falou o Augusto com tom de brincadeira.

- pude perceber. Causei uma má primeira impressão. Preciso ir agora, nos vemos mais tarde!

- está bem Joyce, tenha uma opima tarde.

- tomara.

Peguei um táxi e fui para o aeroporto pegar as minhas coisas. Foi um processo demorado, achava que com o passar do tempo as coisas iam melhorar nesse país. Parece que continua a mesma coisa.

Depois de muito tempo de espera, consegui pegar as minhas coisas. Em seguida fui pegar o carro da minha irmã que ainda estava no parque de estacionamento do banco onde ocorreu o assalto e voltei para casa.

Cheguei em casa, fui direto tomar um bom banho.

- como eu precisava disso. – falei enquanto esfregava o meu corpo com a água escorrendo o meu corpo todo.

Vesti uma roupa mais adequada e fui até a cozinha preparar alguma coisa. Já faz muito tempo que já não cozinho coisa alguma. Sempre estive habituada que tudo fosse feito por outra pessoa. Vai ser difícil habituar-me com essa nova realidade.

- o que eu faço, que merda vou fazer aqui na cozinha? Com certeza deve ter alguma coisa no youtube para aprender a fazer.

Peguei no meu telefone e vi alguns vídeos de como preparar uma comida. Segui as instruções todas.

- aqui vamos nós, vamos ver como isso está. – falei e dei uma provadinha.

Aquilo estava horrível.

- de certeza isso não se parece nenhum pouco com caril de frango, nenhum pouco mesmo.

Deitei aquilo fora, porque não era algo que daria para o meu sobrinho e nem para mim mesma. Continuei tentando e tentando, foram várias tentativas falhas até que consegui chegar num meio termo.

- humm! Acho que assim está bem melhor, você é incrível Joyce. Agora só falta o arroz, pelo menos o arroz ainda sei fazer. – falei brincando.

O almoço estava preparado. Depois disso fui checar algumas mensagens, e só tinha mensagens de vários rapazes que conheci durante as viagens e principalmente mensagens do Alexandro.

- desculpa meu querido mas a fila andou, essa gostosa aqui já não dá para ti meu bem. – escrevi uma mensagem para ele.

Decidi bloquear ele das minhas redes sociais. Na verdade nunca gostei dele, não gosto de homens grudentos por mais simpáticos que eles sejam. Isso não combina comigo.

Fui para a clínica fazer uma visita na Julia. Ela ainda estava no mesmo estado, não ocorreu nenhum progresso e isso deixou-me ainda mais triste.

- ei irmãzona! Preparada para mais um dia? Acorda logo desse coma está bem? – continuei falar.

- Tenho muitas coisas para te contar. Onde eu devo começar, bem hoje tive a minha primeira manhã com o Frankie que não foi das melhores mas deu para ter uma mínima ideia de como as coisas vão funcionar daqui pra frente – falei brincando.

- fui péssima hoje, literalmente péssima. Não causei uma boa impressão aos encarregados dos colegas do Frankie, travei uma grande luta na cozinha tentando preparar o almoço. – ria enquanto falava.

- tenho a certeza que morrerias de rir se me visses. Meu deus, não sei por que estou fazendo isso mas eu sei que consegues me ouvir. La no fundo consegues escutar a minha voz. Acorda logo irmãzona, precisamos de ti. – comecei a chorar enquanto falava.

- não importa quanto tempo passe, eu sempre irei contar sobre o nosso dia. Eu te amo muito, agora acho que já deve ser a hora de ir buscar o Frankie e não quero falhar nisso também. Mais tarde volto com o Frankie está bem?

Saí do quarto enxugando as lágrimas e recebi uma ligação de um numero desconhecido.

- alo? Quem fala?

- daqui é da direção da escola do Frankie Jorge Bastos.

- sim! O que aconteceu?

- o Frankie teve uma crise e ele não está bem, precisar vir logo para cá.

- o que? Puta mer... me desculpe, estou indo. Obrigada.

Desliguei a chamada e fui correndo para o carro e fui em direção a escola do Frankie.

- dei-me forças meu Deus, não sei se irei aguentar tanta coisa ruim acontecendo ao mesmo tempo, não sei se vou. Isso deve ser um teste, só pode ser isso – falei enquanto conduzia em direção a escola do Frankie.

Conhecendo o Frankie [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora