capítulo 4

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As aulas correram normalmente, mas eu estava muito ansioso pela a resposta da Ella.

- Cara, se acalma, você vai furar o chão desse jeito. - Miguel fala.

- E se ela disser não? - Falo nervoso.

- Aí você procura outra pessoa. - Miguel fala como se fosse óbvio.

- Eu não posso simplesmente procurar outra pessoa. E a propósito, eu coloquei o seu endereço na carta. - saio rumo a porta da escola.

- Eu já havia imaginado. E é  claro que você pode procurar outra pessoa. Não é como se você estivesse apaixonado por ela e estivesse arrumando uma desculpa pra conhece-la. Ou é? - Fala e os dois me encaram.

- Não, claro que não. Só que... eu gostaria de conhecer ela, só isso. Vai dizer que vocês também não gostaram dela? - fico nervoso pensando na possibilidade de Miguel está certo.

- Sim. Mas o único desesperado pra conhecer ela melhor é você - Felipe fala rindo.

- Eu não estou desesperado. - Eles riem do meu desespero. - Ah, vão ser lascar.

Nessa hora o meu ônibus chega.

- Você quer uma carona? Eu vou passar na casa do Arthur agora. - Felipe oferece e eu não penso duas vezes em aceitar.

- Ainda pergunta? - vou em sua direção.

- Certo. Então eu vou indo nessa. Até mais. - Miguel se despede.

- Até. - falo

- Ah e Vicente? - me chama - Ver se se acalma. Tá muito desesperado. - Fala rindo e eu lhe mostro o dedo do meio.

Ele vai para o seu carro rindo e eu e Felipe vamos para o carro dele.

- Me fala, por que essa obsessão toda pela Ella? - Pergunta depois de um tempo.

- Não é obsessão. - ele me olha - Tá, talvez eu esteja meio na dela mas não é obsessão. Eu só quero conhecer ela melhor.

- E por que não falou com ela pessoalmente? Seria bem mais fácil. Vai me dizer que é tímido? - fala debochado. Eu sorrio.

- eu não, mas ela é. Eu achei que por cartas seria mais fácil por que aí ela não precisa me olhar.

- É.. pode ser que com ela seja mais fácil assim. Mas eu ainda prefiro a Maisa.

- Cara. Sem querer cortar tua onda mas pelo que eu vi ela se interessou mais pelo Miguel.

- Eu vou fazer ela se apaixonar por mim. - Fala confiante.

- E o Miguel?

- O que tem ele? - pergunta concentrado na estrada.

-Ele também se interessou por ela.

- Se ele tivesse ele me falaria. Ou não?

- Você sabe como o Miguel é. Você ficou grudado nela o tempo inteiro. Ele não vai falar nada.

Ele não me responde e vamos o resto do caminho em silêncio.
Eu não quero que ninguém saia ferido nessa história.
Chegamos na frente da minha casa e ele me ajuda a descer.

Ele entra no carro novamente e já vai saindo.

- Ei. - o chamo. Ele olha pra mim - Não pensa que eu me preocupo mais com o Miguel. Eu.. só não quero que ninguém saia machucado.

Ele sorrir.

- Tudo bem. Eu sei o que eu tô fazendo. Todos vamos ficar felizes.

Eu não sei se fico aliviado ou mais preocupado.

Entro em casa cumprimento minha mãe que está na sala e vou para o meu quarto.

Já que não tem o que fazer eu resolvo ficar desenhando bobagens no meu caderno e em poucos minutos ouço batidas na porta e logo em seguida ela é aberta revelando meu pai.

- Tá ocupado?

- Não - fecho os caderno - chegou cedo do trabalho hoje. - observo.

Ele entra no quarto deixando a porta aberta.

- Eu queria tirar essa noite para sair com você. - fala sem jeito - sua mãe vai para a casa da Mirlene, pensei que seria uma boa idéia sair com você.

Eu e meu pai nunca fomos de sair assim como ele está me chamando agora. Normalmente ele sempre tinha trabalho a fazer é e eu sempre preferia sair com os amigos. Não que fossemos afastados totalmente mas cada um vivia no seu mundo e só nos encontrávamos nas refeições. Acho que é uma boa idéia sair com ele. Ter o nosso momento pai e filho.

- Acho que é uma boa idéia, sim.

Ele sorrir e sai do quarto dizendo que tomará um banho enquanto eu tomo o meu. Cerca de trinta minutos depois estamos dentro do seu carro discutindo sobre as músicas ruins que ele ouve no carro.

- Claro que não. Olha só a letra dessa música. É maravilhosa.

Está passando paralamas do sucesso.

- Vamos ver o que tem mais pra frente. - passo ara a próxima música e começa a passar Dona- Roupa Nova.

- Essa sim é boa.

- Você disse que músicas dos anos 80 eram ruins.

- Mas eu gosto dessa.

- Mas é dos anos 80. - ele rir.

Eu não respondo e começo a cantar junto com o cantor.

Nem noto quando ele para em frente a uma lanchonete.

- Vamos ficar aqui mesmo ? - pergunta

- Aqui é legal. Já vim aqui algumas vezes.

Meu pai concorda e abre a porta do quarto dando a volta no veículo para me ajudar a descer.
Agradeço quando ele me coloca na cadeira e seguimos rumo a lanchonete.

Quando entro sinto como se tivessem passado anos desde a última vez que vim aqui.
Logo na entrada avisto Luana com um avental. Não me lembro de ela trabalhar aqui.

Meu pai vai na frente procurando uma mesa para nos acomodarmos e imediatamente vieram nos atender. Fiquei desapontado ao ver que não era Luana.

Meu pai e eu ficamos ali conversando sobre amenidades enquanto comíamos, mas ainda assim continuei intrigado com a fato de ver Luana trabalhando ali.

Cartas Para EllaOnde histórias criam vida. Descubra agora