As aulas correram normalmente, mas eu estava muito ansioso pela a resposta da Ella.
- Cara, se acalma, você vai furar o chão desse jeito. - Miguel fala.
- E se ela disser não? - Falo nervoso.
- Aí você procura outra pessoa. - Miguel fala como se fosse óbvio.
- Eu não posso simplesmente procurar outra pessoa. E a propósito, eu coloquei o seu endereço na carta. - saio rumo a porta da escola.
- Eu já havia imaginado. E é claro que você pode procurar outra pessoa. Não é como se você estivesse apaixonado por ela e estivesse arrumando uma desculpa pra conhece-la. Ou é? - Fala e os dois me encaram.
- Não, claro que não. Só que... eu gostaria de conhecer ela, só isso. Vai dizer que vocês também não gostaram dela? - fico nervoso pensando na possibilidade de Miguel está certo.
- Sim. Mas o único desesperado pra conhecer ela melhor é você - Felipe fala rindo.
- Eu não estou desesperado. - Eles riem do meu desespero. - Ah, vão ser lascar.
Nessa hora o meu ônibus chega.
- Você quer uma carona? Eu vou passar na casa do Arthur agora. - Felipe oferece e eu não penso duas vezes em aceitar.
- Ainda pergunta? - vou em sua direção.
- Certo. Então eu vou indo nessa. Até mais. - Miguel se despede.
- Até. - falo
- Ah e Vicente? - me chama - Ver se se acalma. Tá muito desesperado. - Fala rindo e eu lhe mostro o dedo do meio.
Ele vai para o seu carro rindo e eu e Felipe vamos para o carro dele.
- Me fala, por que essa obsessão toda pela Ella? - Pergunta depois de um tempo.
- Não é obsessão. - ele me olha - Tá, talvez eu esteja meio na dela mas não é obsessão. Eu só quero conhecer ela melhor.
- E por que não falou com ela pessoalmente? Seria bem mais fácil. Vai me dizer que é tímido? - fala debochado. Eu sorrio.
- eu não, mas ela é. Eu achei que por cartas seria mais fácil por que aí ela não precisa me olhar.
- É.. pode ser que com ela seja mais fácil assim. Mas eu ainda prefiro a Maisa.
- Cara. Sem querer cortar tua onda mas pelo que eu vi ela se interessou mais pelo Miguel.
- Eu vou fazer ela se apaixonar por mim. - Fala confiante.
- E o Miguel?
- O que tem ele? - pergunta concentrado na estrada.
-Ele também se interessou por ela.
- Se ele tivesse ele me falaria. Ou não?
- Você sabe como o Miguel é. Você ficou grudado nela o tempo inteiro. Ele não vai falar nada.
Ele não me responde e vamos o resto do caminho em silêncio.
Eu não quero que ninguém saia ferido nessa história.
Chegamos na frente da minha casa e ele me ajuda a descer.Ele entra no carro novamente e já vai saindo.
- Ei. - o chamo. Ele olha pra mim - Não pensa que eu me preocupo mais com o Miguel. Eu.. só não quero que ninguém saia machucado.
Ele sorrir.
- Tudo bem. Eu sei o que eu tô fazendo. Todos vamos ficar felizes.
Eu não sei se fico aliviado ou mais preocupado.
Entro em casa cumprimento minha mãe que está na sala e vou para o meu quarto.
Já que não tem o que fazer eu resolvo ficar desenhando bobagens no meu caderno e em poucos minutos ouço batidas na porta e logo em seguida ela é aberta revelando meu pai.
- Tá ocupado?
- Não - fecho os caderno - chegou cedo do trabalho hoje. - observo.
Ele entra no quarto deixando a porta aberta.
- Eu queria tirar essa noite para sair com você. - fala sem jeito - sua mãe vai para a casa da Mirlene, pensei que seria uma boa idéia sair com você.
Eu e meu pai nunca fomos de sair assim como ele está me chamando agora. Normalmente ele sempre tinha trabalho a fazer é e eu sempre preferia sair com os amigos. Não que fossemos afastados totalmente mas cada um vivia no seu mundo e só nos encontrávamos nas refeições. Acho que é uma boa idéia sair com ele. Ter o nosso momento pai e filho.
- Acho que é uma boa idéia, sim.
Ele sorrir e sai do quarto dizendo que tomará um banho enquanto eu tomo o meu. Cerca de trinta minutos depois estamos dentro do seu carro discutindo sobre as músicas ruins que ele ouve no carro.
- Claro que não. Olha só a letra dessa música. É maravilhosa.
Está passando paralamas do sucesso.
- Vamos ver o que tem mais pra frente. - passo ara a próxima música e começa a passar Dona- Roupa Nova.
- Essa sim é boa.
- Você disse que músicas dos anos 80 eram ruins.
- Mas eu gosto dessa.
- Mas é dos anos 80. - ele rir.
Eu não respondo e começo a cantar junto com o cantor.
Nem noto quando ele para em frente a uma lanchonete.
- Vamos ficar aqui mesmo ? - pergunta
- Aqui é legal. Já vim aqui algumas vezes.
Meu pai concorda e abre a porta do quarto dando a volta no veículo para me ajudar a descer.
Agradeço quando ele me coloca na cadeira e seguimos rumo a lanchonete.Quando entro sinto como se tivessem passado anos desde a última vez que vim aqui.
Logo na entrada avisto Luana com um avental. Não me lembro de ela trabalhar aqui.Meu pai vai na frente procurando uma mesa para nos acomodarmos e imediatamente vieram nos atender. Fiquei desapontado ao ver que não era Luana.
Meu pai e eu ficamos ali conversando sobre amenidades enquanto comíamos, mas ainda assim continuei intrigado com a fato de ver Luana trabalhando ali.
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Cartas Para Ella
RomanceComo duas pessoas que se conhecem a anos nunca tiveram contato realmente? Depois de anos Vicente e Ella se tornam amigos e essa aproximação vai trazer muitas revelação para os dois. O que será que está reservado para Dois jovem que só querem se conh...