Capítulo 13

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Sou deixado na frente da minha casa. Fico parado olhando olhando pra o imóvel.

É uma casa bonita. Dois andares, que foram adaptados para a minha condição.
A frente é tomada pela grama verde, com coqueiros dos dois lados, janelas de vidro e uma chaminé que dar um ar de antiguidade a estrutura. Lembro como se fosse hoje o quanto meus pais trabalharam para comprar essa casa. Foram noites insones que passaram sem voltar pra casa. Dias inteiros que nem os via, já que saiam cedo e voltavam quando eu já estava dormindo.

Paro de olhar para a residência e entro.
O resto da noite fico no tédio.
Nada pra fazer.

Não saí do quarto nem pra jantar.

Ella ainda não respondeu a minha carta. Também não chamei nenhum dos meninos pra cá devido ao climão.

Não sei qual a do Felipe com a Maisa. Se ele é afim dela por que não fala logo? Fica criando uma situação constrangedora não só pra ele como para todos os integrantes do grupo.

O dia seguinte amanhece tão  nublado quanto o meu humor.
Tive um pesadelo horrível onde Ella zombava de mim devido a minha deficiência.
Passei a noite em claro pensando se isso poderia mesmo chegar a acontecer.

Levanto, já que não tenho outra opção, e sigo rumo ao banheiro, faço tudo o que tenho que fazer lá dentro e quando saio minha mãe está sentada na minha cama a minha espera.

Minha mãe é uma mulher muito bonita. Jovem, disposta, carinhosa, e eu entendo muito bem porque meu pai se apaixonou por ela.
Ele já me contou a história de como eles se conheceram milhares de vezes, ele não se cansa de contar e eu não me canso de ouvir. É a história de amor mais linda que eu já vi.  E um dia eu gostaria de viver uma história de amor  tão bonita quanto a deles.

- Bom dia, querido. - vem em minha direção e deposita um beijo em minha cabeça.

- Bom dia.

- Chegou isso pra você. - ela me olha de forma estranha e eu já sei que estar morrendo de curiosidade.

- Também não sei.- respondo como se soubesse o que ela estava pensando.

Ela sorrir.

- Não falei nada.

- Claro que não,  até porque você não quer nem um pouco saber quem mandou.

Respondo sorrindo ao mesmo tempo em que EU tento descobrir o autor da carta.

Estava morrendo de curiosidade tanto quanto ela mas estava me esforçando bastante para não demonstrar.

A primeira coisa que vejo é uma letra "E" no local do remetente, e é o suficiente para eu saber de quem se trata mudando completamente o humor con o qual eu acabei de me levantar.

- E aí?  - minha mãe pergunta.

- Ah, não sei quem é ainda. - Minto - vou ter que mandar outra perguntando quem é.

- Ah, claro. Seu sorriso demonstra claramente que você ainda não sabe quem é.- faz cara de decepção.

- Bom, eu preciso me arrumar pra escola. - falo.

- Tudo bem. Expulsa sua mãe que te ama do seu quarto - coloca a mão no coração - filho ingrato

Eu lhe mando um beijo no ar sorrindo de seu drama enquanto ela se dirige a porta.

Logo após sua saída,  abro a carta numa rapidez que me surpreende e realmente fico feliz com o que está escrito.

*******

Com a carta em mãos e já pronto saio de casa e ver Ella parada no ponto de ônibus me deixa extremamente nervoso mesmo sabendo que ela nem sonha que sou eu o autor da carta que recebeu.

Nos cumprimentamos e logo o ônibus aponta na primeira esquina.

E eu estou muito ansioso para dar a notícia aos meus amigos.
Espero que aquele clima chato entre os dois já tenha passado.

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⏰ Última atualização: Aug 16, 2021 ⏰

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