9, hyj.

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Onde eu estava?

Onde, caralhos, eu estava? 

Fazia cinco minutos que estava acordada, mas não conseguia me mexer de forma alguma. Continuava deitada e completamente paralisada.

O desespero de estar vestida somente com uma calcinha e uma blusa de time de futebol americano era imensurável. Eu não jogava futebol americano, muito menos minhas amigas.

Pela primeira vez na vida em que eu decido realmente encher a cara, o universo me castiga.

Merda.

— Okay, Heyoon... — eu murmurei, falando sozinha só pra me acalmar. — Pelo amor de deus, tenta se lembrar o que aconteceu ontem.

Fechei os olhos, me forçando a refazer a noite anterior na cabeça.

Nada.

Nada aparecia. 

E se eu tivesse perdido a virgindade? E se eu tivesse sido drogada? Puta que pariu, e se eu tivesse sido sequestrada? 

Não, nenhum sequestrador me trataria tão bem.

Ouvi o barulho de porta se abrindo, logo depois, pés molhados batendo no chão. Estava apavorada demais pra abrir os olhos. 

— Você ficou bêbada, se jogou no meu colo e desmaiou. — uma voz rouca e brincalhona respondeu, como se risse da minha cara.  — Bom dia, encrenqueira.

Pelo tom e pela autoconfiança, deduzi ser um garoto.

— Eu não faria isso. — retruquei, ainda sem ver nada.

A pessoa começou a caminhar até a minha direção, se sentando perto de meus pés. 

— Espera, você não se lembra de nada da noite passada? — ele perguntou. Eu assenti, apertando mais os olhos. 

— A gente... fez alguma coisa? — ele soltou uma risadinha nasal, debochando de mim. Franzi o cenho, cruzando os braços. — O que foi, idiota? 

— Não, linda... nós não fizemos nada. — ele disse. — Já pode abrir os olhos. É bem estranho falar com você assim.

Linda? Só uma pessoa em específico me chamava assim. Seria muito azar estar na cama dele agora. 

Eu não sou tão azarada, né?

Respirei fundo, abrindo os olhos lentamente. Quando minha vista se acostumou com a claridade do quarto, rodei o olhar para o menino na minha frente.

É, eu era bem azarada.

— O que eu estou fazendo aqui? — perguntei, fingindo naturalidade.

— Você sabe que misturar maconha e álcool na primeira vez é uma péssima ideia, não sabe? — ele disse, cruzando os braços e fechando a feição, como se me desse uma bronca. Desci o olhar pelo seu corpo desnudo, parando em sua cintura. Ele só usava uma toalha. Maldito. — Meus olhos estão aqui em cima, linda.

Ele riu.

— Eu... eu não sabia que os brownies estavam batizados, okay? Ninguém me avisou. 

— Dá próxima vez, não coma nada que te oferecerem. — ele levantou da cama. — Eu não sei o que houve com você. Eu te encontrei no jardim, te trouxe pra cá, te dei banho e agora tá usando a minha blusa.

Meu raciocínio parou no "te dei banho". 

— Você o que? — eu perguntei, incrédula. 

— Te encontrei no jardim. 

— Como assim você me deu banho, seu idiota? 

— Eu não te vi pelada, linda. Você estava bêbada e eu não sou um assediador. — ele disse, como se fosse óbvio. — Só te emprestei minha roupa e te joguei no banheiro, relaxa.

Soltei o ar que por acaso, estava prendendo

— Me desculpa pelo trabalho... — eu disse, suspirando. — Não era pra minha noite ser assim.

— Tá tudo bem, foi divertido! — Josh sorriu largo. — Só toma mais cuidado da próxima vez, encrenqueira. 

Eu sorri junto, assentindo. 

Ele ficou ali mais uns minutos, falando sobre a noite e tentando me conhecer melhor. Eu me animei com o fato dele saber meu nome, mas ela diminuiu depois que Josh falou ter visto na minha identidade.

Depois daquela tarde, eu tive certeza:

Josh Beauchamp era um cara mais legal do que parecia.



nudes; heyosh.Onde histórias criam vida. Descubra agora