07- Aquele da boate

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Joshua
Março de 2020, Edmonton, Canada

Chegamos a Luminous Flux e aquilo estava bombando.
Realmente haviam muitas pessoas ali dentro, a boate de Sabina era um sucesso e comentada em toda a Edmonton.

Assim que entramos, vimos Joalin perto de Bailey, seu marido, no bar.

- Olá. - Any sorriu quando chegou até eles.

- Cunhadinha! Como estão? - Joalin perguntou.

- Tudo ótimo, Jojo.

- E você, cabeludo? - ela perguntou dando um tapinha em meu braço.

- Estou bem, quebra-queixo. - respondi.

- Aff, Joshua. Essa história é tão antiga. Esse apelido nem tem mais graça. - bufou.

Eu a chamo assim desde os 18 anos.

Quando Joalin quebrou o queixo de uma colega de sala. Por ela ter amassado um grafite e jogado no cabelo loiro da minha gêmea.

- Essa história é perfeita, Jojo. - Any riu.

- Você não, hein. - Joalin resmungou.

- Está quieto, Bailey. - comentei.

- Ele queria ter terminado a partida de FIFA antes de sair de casa. Mas já estávamos atrasados, então não deixei.

- Tomem uma e relaxem, meninos. - Any sugeriu. - Mas pega leve, ok? - sussurrou em meu ouvido e eu assenti.

Merda de passado.

Pedimos um drink, brindamos e bebemos.

As músicas ficavam cada vez mais animada e nós mais soltos.

Fomos para a pista e nos acabamos de dançar quando encontramos o restante da galera.

- Que bom que estão todos aqui! - Sabina comemorou animada, claro que já estava um pouco bêbada.

- Com você nos enchendo o saco, impossível não estarmos aqui. - Noah sorriu e a abraçou.

A noite estava bombando. Muitas pessoas, muita música e muita vodka.

Any dançava com seu corpo colado ao meu. Estávamos no mesmo ritmo.

A noite era nossa.

Estávamos sem Astrid, sem preocupações e sem hora pra ir embora.
Naquele momento, voltamos a ser adolescentes, como éramos antes.

Mesmo com toda a merda que aconteceu, aproveitamos muito aquela época.

- Vamos tomar mais uma? - Any pediu em meu ouvido.

- Prometemos maneirar na bebida, amor. - respirei fundo.

- Nosso passado não vai voltar caso a gente beba um pouco mais. - ela acariciou meu cabelo. - Sem contar que já estou levinha. - ela sorriu meio boba.

A beijei.

Any pegou minha mão e a colocou em sua bunda coberta pela saia minúscula que ela estava usando.
Apertei e ela suspirou.

- Que tal deixarmos a bebida pra quando chegarmos em casa? - ela sorriu sapeca me puxando pela boate.

- Seu pedido é uma ordem, senhora Beauchamp. - sorri saindo da boate e entrando no carro em direção a nossa casa.

[...]

Any Gabrielly

- E aí, aproveitaram muito ontem depois da boate? - falava com Sabina no telefone.

- Pode ter certeza que sim, bebi como não fazia a muito tempo, transei até não aguentar mais e só acordei agora.

- Uou, você não se faz mesma de rogada né? - Sabina riu - Vocês fazendo a festa enquanto Astrid estava com a tia Ursula.

- Claro, quando tiver os seus saberá aproveitar momentos assim. - ouvi ela rir novamente pelo outro lado da linha.

- Acho que não vai demorar muito pra que isso aconteça, quer dizer, pelo menos eu espero que não. Quero ter filhos logo. Pepe também. - sorri ouvindo minha irmã - Temos uma vida estruturada, uma casa própria, dinheiro e podemos comprar tudo o que nosso filho precisar.

- Você amará ser mãe, Bina. Pepe também. Vocês são incríveis. Tenho certeza de que logo Astrid estará brincando por aí com a Luhana ou Joan.

Ela havia escolhido aqueles nomes para seus filhos. Eu gostava, apesar de ter certeza de que não colocaria em um filho meu.

- Acho que primeiro virá Luhana e depois Joan. - suspirou - Mas tenho medo de que tudo isso não dê em nada, sabe? Tudo o que passamos e que vencemos.

- O passado é passado, Sabina. Devemos esquecer um pouco ele.

- Ele nos fez mais fortes, Any. Acha mesmo que eu seria a Sabina que sou hoje se não tivesse passado por todas aquelas desgraças e enfrentado aquelas merdas?

- Claro que não. Você não seria a mesma Sabina, Josh não seria o mesmo Josh e eu não seria a mesma Any. Aquilo tudo foi necessário, de certa forma.

- Sempre agradeço por tudo aquilo ser passado. Já faz algum tempo que tudo acabou. Mas ainda assim não gosto de lembrar.

- Eu não sei se vou ter coragem de contar essas coisas para Astrid. Vou esperar ela completar 37 anos e eu converso com ela. - sorri e Sabina gargalhou.

- É uma boa idade, irmã. Se der certo com Astrid com certeza dará com Luhana. - sorri novamente.

- Tenho que ir, Bina. Josh acordará em pouco tempo. Um beijo. Nunca se esqueça de quem somos e que te amo muito.

- Nunca se esqueça de quem somos. Amo você, Any. Beijos.

Desliguei o telefone e voltei para dentro do quarto.

Eu amava a vista para as montanhas cobertas por neve que tinha da varanda do quarto.

Era encantador.

Apesar de sentir falta das praias quentes e do calor infernal que sentia antes.

Tudo isso foi necessário para tudo ser como é hoje.
E mudar pro Canadá não foi ruim.

Eu amo esse lugar.

Meu marido e minha filha nasceram aqui. E isso é muito importante.

Sentei-me na cama e comecei a fazer carinho nos cabelos perolados de Josh.

Eu o amava pra um caramba.

- Isso está tão bom. - ele sorriu com os olhos fechados e a voz rouca.

Perfeição.

Ok, hora de mimar meu marido. 

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⏰ Última atualização: Sep 23, 2020 ⏰

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