René Velmont cometeu o grande de se apaixonar pela esposa de seu melhor amigo.
A distância que ele colocou entre eles custou muito a ele e a Teresa Cristina.
René nunca se perdoaria por não ter visto que tipo de homem seu amigo era.
Agora que Teres...
Foi o último lugar que René pensou em olhar, mas em retrospecto, o que deveria fazer mais sentido. Foi o lugar onde tudo começou. Ele olhou para as arquibancadas do estádio de futebol da escola, onde Teresa Cristina estava olhando para o campo. Onde ela tinha visto ele e Ferdinand brincar na adolescência. Ela não o tinha visto ainda. Sua atenção estava focada em um objeto distante, ou talvez ela não estivesse vendo nada. Ele começou a subir as escadas. Quando René chegou à arquibancada em que estava sentada, ele se sentou ao lado de Teresa Cristina, estendeu a mão para pegar a mão dela, mas não falou. Ele não tinha certeza do que dizer de qualquer maneira.
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Pequenos tremores vieram dela. A mão dela tremia na dele. Um suspiro áspero escapou de seus lábios. Foi um som que rasgou seu coração. Ele sabia que ela estava lutando para não perder a cabeça.
— Por quê? — Sussurro. — Por quê?
Ela parou e afastou a cabeça. Mas não antes dele ver suas lágrimas.
— Nunca entendi por que — ela engasgou. — Eu fui fiel. Eu o amava. Eu o apoiei. Por que ele me despreza tanto? Por que agora, quando ele está fora da minha vida há dois anos, ele sente a necessidade de me destruir?
René passou o braço em volta dela, puxando-a para mais perto dele, pegou a bochecha dela em sua mão e se inclinou para beijar o topo de sua cabeça.
— Ele é um filho da puta, Teresa Cristina. Você é melhor do que ele. Você sempre foi melhor, e ele sabe disso. E isso o consome. A única maneira de se sentir melhor com as coisas que ele fez é te colocar para baixo.
Seu corpo tremia com seus soluços abafados. René se agarrou a ela, sem saber o que poderia dizer ou fazer para aliviar sua dor. Essa impotência o assustou. René podia senti-la se afastando, de volta à concha que era a mulher que mal existia após o divórcio. Ele não a deixaria ser essa mulher.
Teresa Cristina enterrou a cabeça no peito de René, tentando absorver sua força e calor. Talvez se ela se infundisse com o suficiente de seu aço, não doeria tanto.